Categoria: Notícias

Medidas para a seca “ficam aquém das necessidades”, diz Confederação Nacional da Agricultura

  • Mar 1
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 22 de fevereiro de 2022. Leia o original aqui

 

“São necessários e urgentes apoios financeiros extraordinários para os agricultores que se encontram asfixiados devido ao aumento de despesas”, defende a CNA, que alerta para o perigo de encerramento de muitas explorações agrícolas, sobretudo familiares, se não se atenderem as medidas que propõe.

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) considera que as medidas anunciadas para a seca “ficam aquém das necessidades” e defende “que os agricultores precisam de apoios urgentes pela perda de rendimentos e para fazer face às despesas crescentes nas explorações agrícolas”, que passam por combater a escalada especulativa dos combustíveis, da eletricidade, dos fertilizantes e das rações.

“Mais do que medidas administrativas que antecipam direitos adquiridos, de outras que flexibilizam restrições, de programas de investimento ou medidas que arriscam aumentar o endividamento, são necessários e urgentes apoios financeiros extraordinários para os agricultores que se encontram asfixiados devido ao aumento de despesas com a alimentação animal ou com a rega, agravadas pela subida brutal, nos últimos meses, dos preços das rações, dos adubos e dos fertilizantes, do gasóleo ou da eletricidade”, reivindica o comunicado enviado ao Jornal Económico.

A CNA, exige que sejam implementadas, no imediato, “medidas que venham reforçar a capacidade financeira dos agricultores e que passem pela atribuição de ajudas a fundo perdido pela perda de rendimentos e capazes de repor o potencial produtivo onde este tenha sido afetado”.

“Pela desastrosa situação que vive, em especial o sector pecuário, a CNA reclama, ainda, a criação de ajudas à alimentação animal para minimizar as dificuldades decorrentes da escassez de pastagens, fenos e palhas, e dos elevados custos com rações – sem esquecer a alimentação das abelhas afetadas pela diminuição da floração”, acrescenta.

A CNA destaca que “o Governo está a prejudicar os agricultores e a desrespeitar a Assembleia da República ao não concretizar a medida da “eletricidade verde”, aprovada no Parlamento e que deveria estar em vigor desde 1 de Janeiro”.

A confederação defende ainda o aumento do desconto no gasóleo agrícola e o combate ao “poderio desmedido da grande distribuição, que esmaga, em baixa, os preços na produção nacional” e que “lucra sem que faça chegar esses aumentos a quem produz”. Assim, relembra que apresentou uma proposta concreta para proibição das vendas com prejuízo ao longo da cadeia agroalimentar, que “deve rapidamente ser posta em prática para salvaguardar os rendimentos dos agricultores e a viabilidade das explorações agrícolas”.

“Com 90% do território em seca severa ou extrema, se estas medidas não avançarem, muitas explorações agrícolas serão forçadas a encerrar”, alerta, sublinhando que “serão sobretudo as pequenas explorações da Agricultura Familiar a ficar pelo caminho e, sem elas, ficam os territórios rurais mais suscetíveis aos efeitos das mudanças do clima e a fenómenos extremos como os grandes e violentos incêndios”.

O Bar Mais Triste da Cidade, o lugar ideal para se entregar à melancolia

  • Fev 28
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 21 de fevereiro de 2022. Leia o original aqui

 

O Bar Mais Triste da Cidade reabriu com música ao vivo interpretada por pianistas. Além do piano, disponível também para quem quiser arriscar mostrar os seus dotes artísticos,  o whisky ajuda a puxar a melancolia. A “tristeza” contrasta com a decoração inconfundível deste espaço, com os dourados e as cortinas brilhantes a servirem de cenário a um ambiente que se quer único e cinematográfico.

A frase ficou para a história como sendo “Play it again Sam“, quando na verdade o que a personagem que Ingrid Bergman imortalizou no filme “Casablanca” disse ao pianista foi: “Play it, Sam. Play ‘As Time Goes By‘”, ao que Sam responde:  “Oh, I can’t remember it, Miss Ilsa. I’m a little rusty on it” (Não me lembro bem da música. Estou um pouco enferrujado).

“Curtir a fossa” ao balcão de um bar ou “dar de beber à dor” é um conceito que preenche o nosso imaginário. Mas porque tristezas não pagam dívidas, existe em Lisboa o local ideal para o fazer. Em grande estilo!

O Bar Mais Triste da Cidade reabriu, com música ao vivo interpretada por pianistas. Além do piano, disponível também para quem quiser arriscar mostrar os seus dotes artísticos,  o whisky ajuda a puxar a melancolia.

Na carta, são 15 os whiskies à disposição dos corações partidos. Os preços variam entre os 10 e os 27 euros. Para acompanhar, há ostras, em doses de três (6 euros), seis (12 euros) ou 12, acompanhadas com molhos de limão, tabasco ou mignonette, assim como sobremesas para, com açúcar e com afeto, tentar animar os espíritos.

A “tristeza” contrasta com a decoração inconfundível deste espaço, com os dourados e as cortinas brilhantes a servirem de cenário a um ambiente que se quer único e cinematográfico.

O espaço fica na Calçada Ribeiro Santos, número 25, em Lisboa, e está aberto de segunda a quinta-feira, das 20 horas às duas da manhã e de sexta-feira a sábado, das 20 às três horas. Domingo abre das 17 horas à meia-noite.

Preocupado com bem-estar animal, acionista Icahn quer nomear duas administradoras para a McDonald’s

  • Fev 28
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 21 de fevereiro de 2022. Leia o original aqui

O McDonald’s alega ter conduzido à melhoria dos padrões de bem-estar animal. A batalha é centrada em alegações sobre as porcas que estão grávidas e que são mantidas em caixas pequenas, uma prática que é considerada por Icahn como “obscena”.

O multimilionário Icahn cuja reputação faz dele uma lenda em Wall Street, quer dois assentos no conselho de administração da cadeia de fast food McDonald’s. O investidor é dono de apenas 200 ações da empresa, mas, alegadamente entusiasmado pela sua filha, uma conhecida ativista do bem-estar animal, decidiu começar esta batalha.

De acordo com a “BBC”, o McDonald’s alega ter conduzido à melhoria dos padrões de bem-estar animal. A batalha é centrada em alegações sobre as porcas que estão grávidas e que são mantidas em caixas pequenas, uma prática que é considerada por Icahn como “obscena”.

Ichan argumenta que o McDonald’s não cumpriu a promessa feita em 2012 de eliminar gradualmente o fornecimento de carne de porco de porcos alojados nas chamadas “caixas gestacionais”. Icahn tinha pedido aos fornecedores de carne de porco da McDonald’s que apenas forneçam a cadeia de fast food com “carne de porco sem caixotes”.

A McDonald’s disse num comunicado no domingo que continuaria a trabalhar com a indústria para melhorar as normas, mas que algumas das exigências de Icahn não eram razoáveis, não chegando a explicitar quais.

Ichan foi durante vários meses conselheiro em matérias de reformas de regulação do antigo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas abandonou o cargo depois da controvérsia do presidente. De acordo com a BBC, é pouco provável que tenha sucesso com as nomeações.

Vinhos do Alentejo batem recorde de exportação em 2021

  • Fev 28
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 21 de fevereiro de 2022. Leia o original aqui

 

Segundo a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana, em 2021, “a exportação seguiu a bom ritmo para a maioria dos principais mercados de vinho da região do Alentejo, destacando-se os crescimentos registados no Brasil (mais 9% em valor e mais 4% em volume)”.

Os Vinhos do Alentejo atingiram valores recorde nas exportações em 2021, com as vendas a crescerem 17,5%, aponta a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), num comunicado divulgado esta segunda-feira.

Na nota, a CVRA sublinha que, em 2021, que as exportações do vinho alentejano traduziram-se num “total de 69,4 milhões de euros, e 11,6% em volume, ao exportarem 19,7 milhões de litros de vinho para o estrangeiro”.

Segundo a CVRA, em 2021, “a exportação seguiu a bom ritmo para a maioria dos principais mercados de vinho da região do Alentejo”, destacando-se, entre eles, o Brasil (mais 9% em valor e mais 4% em volume), a Suíça (mais 14% em valor e mais 8% em volume) e o Reino Unido (mais 69% em valor e mais 54% em volume).

Destaque também para a da exportação para Espanha (mais 127% em valor e 134% em volume) e Austrália (mais 252% em valor e mais 290% em volume).

A comissão destaca a “importante subida” no preço médio por litro que, de janeiro a dezembro de 2021, valorizou 5,3%, com os vinhos DOC a subirem 9,2% e o Regional a subir 3,0%.

“Perante estes resultados só podemos aplaudir os produtores alentejanos que mostram a sua capacidade exportadora e valorizam cada litro de vinho vendido, demonstrando a qualidade dos vinhos do Alentejo, com os mercados internacionais a mostrarem-se recetivos para pagarem mais pelo vinho da região”, diz Francisco Mateus, presidente da CVRA.

Francisco Mateus acrescentou que em 2021 se estabilizou “a tendência de quebra em Angola”, bem como aumentou “as vendas em 11 dos 15 principais destinos do Alentejo”. “Sinais que nos deixam muito expectantes com o futuro das exportações de vinho do Alentejo”, destacou.

Associação fala em “tempestade perfeita” para a restauração com a subida dos juros e inflação

  • Fev 25
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 21 de fevereiro de 2022. Leia o original aqui

 

O aumento dos preços dos combustíveis e da energia já está a ter um forte impacto nos custos de produção e de distribuição, com reflexos no aumento dos custos das matérias-primas, alerta a AHRESP. Vem aí a ‘tempestade perfeita’ e a associação pede ao Governo que venha a tomar posse um plano de ação.

“Os aumentos sucessivos dos preços dos combustíveis e de energia, que já estão a provocar um brutal aumento da inflação das matérias-primas e a previsão da subida das taxas de juro são a ‘tempestade perfeita’ para as empresas da restauração, similares e do alojamento turístico, alerta a AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal.

A associação apela ao Governo um plano de ação para apoiar as empresas destes setores.

Em comunicado a associação é taxativa: “o aumento galopante dos preços dos combustíveis e da energia, o aumento dos custos das matérias-primas, sobretudo alimentares, e o possível incremento das taxas de juro são os ingredientes que vão dar origem a uma tempestade devastadora com consequências imprevisíveis para as empresas da restauração, similares e do alojamento turístico”.

As consequências estão à vista. A inflação aumentou sucessivamente desde julho de 2021, e em janeiro de 2022 registou-se a maior taxa de variação no Índice de Preços ao Consumidor (3,3% a nível global e 3,7% na classe dos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas), a mais elevada desde fevereiro de 2012.

“A este contexto económico desfavorável acrescenta-se a pressão, que já se faz sentir, para a subida das taxas de juro, o que, a ocorrer no curto prazo, terá um impacto arrasador nas nossas empresas, que não terão qualquer capacidade de cumprir”, avisa a associação que conclui que “todos estes ingredientes explosivos podem conduzir as empresas e a economia nacional para uma tempestade perfeita, colocando em causa a viabilidade dos negócios e o emprego”.

A AHRESP defende que “após dois anos de crise pandémica e restrições ao funcionamento, é prioritário o reforço da competitividade das empresas da restauração, similares e do alojamento turístico, com especial destaque para o fortalecimento dos capitais próprios, das tesourarias e da confiança dos consumidores”.

No momento em que poderá iniciar-se mais um período de época alta, é urgente que as nossas atividades económicas tenham condições para contribuir para o aumento riqueza nacional e do emprego, o que só pode acontecer se não houver destruição do tecido empresarial português, a associação pede ao Executivo que ainda não tomou posse “um plano de ação que permita apoiar as empresas nesta fase crítica de saída de uma pandemia, que foi assoladora para toda a economia nacional”, refere a associação liderada por Mário Pereira Gonçalves.

Docapesca avança com investimento no porto de pesca da Figueira da Foz

  • Fev 25
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 17 de fevereiro de 2022. Leia o original aqui

 

A entidade do setor empresarial do Estado tutelada pelo Ministério do Mar, que tem como objeto o serviço de primeira venda de Pescado e a exploração de Portos de Pesca e Lotas, lançou um concurso para a beneficiação de captação de água salgada no porto de pesca da Figueira da Foz.

A Docapesca – Portos e Lotas anunciou um investimento de 36 mil euros no porto de pesca da Figueira da Foz. A entidade do setor empresarial do Estado tutelada pelo Ministério do Mar, que tem como objeto o serviço de primeira venda de Pescado e a exploração de Portos de Pesca e Lotas, lançou um concurso para a beneficiação de captação de água salgada no porto de pesca da Figueira da Foz.

A empreitada representa um investimento de 36 mil euros e intervém ao nível da estrutura de betão armado, incluindo a reabilitação dos maciços nas bases da captação, assim como o melhoramento dos revestimentos exteriores.

Para além da reabilitação da estrutura e o revestimento dos furos de captação, “pretende-se instalar guardas de segurança perimetrais e novas tampas em aço com proteção anticorrosiva a que se encontram expostas, devendo ser adequadas ao ambiente marítimo. As condutas em FF, válvulas de manobra/controlo, manómetros e coluna de suspensão das bombas de captação serão também substituídas”, refere a empresa em comunicado.

 

Lidl inaugura novo super no norte do país. Cadeia alemã conta com 268 lojas em Portugal

  • Fev 25
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 18 de fevereiro de 2022. Leia o original aqui

 

Um dos destaques da nova loja vai para a parceria com a Refood de Guimarães, instituição a quem a cadeia de supermercados fará doações de segunda a sábado ao longo de todo o ano, de forma a evitar o desperdício alimentar.

Para cumprir com a estratégia de ampliação da sua rede de lojas em Portugal, a cadeia de supermercados alemã Lidl, inaugurou uma loja no concelho de Guimarães, em Silvares, num investimento total de oito milhões de euros, subindo para 268 o número de lojas em território nacional.

Um dos destaques da nova loja vai para a parceria com a Refood de Guimarães, instituição a quem a cadeia de supermercados fará doações de segunda a sábado ao longo de todo o ano, de forma a evitar o desperdício alimentar.

O Lidl conta com 80 lojas na região norte de Portugal que, no seu conjunto, empregam 2,5 mil trabalhadores. Com um investimento de oito milhões de euros, a nova loja do Lidl em Guimarães tem uma área de venda de mais de 1400m2.

“A abertura desta loja espelha mais uma vez o nosso empenho para com o nosso país e com os portugueses, de quem queremos estar cada vez mais próximos. O Norte é uma região com um peso preponderante para o Lidl, onde temos neste momento 83 lojas, e na qual continuaremos a investir com o objetivo de proporcionar a todos os nossos clientes a melhor experiência de compra, indo ao encontro das suas necessidades e gostos”, afirma Luís Vergueiro, diretor-geral do Lidl para a zona Norte.

 

AHRESP: Levantamento de restrições é “ótima notícia” mas é preciso mais confiança

  • Fev 24
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 17 de fevereiro de 2022. Leia o original aqui

 

“O fim da apresentação de certificados digitais nos nossos estabelecimentos será o princípio de uma nova era para as empresas de Restauração, Similares e do Alojamento Turístico”, referiu a entidade, numa resposta por escrito, acrescentando que “agora tem de se olhar para o futuro e definir linhas estratégicas e orientadoras”.

O levantamento de restrições hoje anunciado pelo Governo “é uma ótima notícia, mas é preciso aumentar confiança dos consumidores e agentes económicos”, disse à Lusa a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP).

“O fim da apresentação de certificados digitais nos nossos estabelecimentos será o princípio de uma nova era para as empresas de Restauração, Similares e do Alojamento Turístico”, referiu a entidade, numa resposta por escrito, acrescentando que “agora tem de se olhar para o futuro e definir linhas estratégicas e orientadoras”.

“Depois de dois anos desastrosos, gerados pela crise pandémica e pela limitação ao funcionamento das empresas, e antevendo-se um período marcado pelo aumento de preços de energia, das matérias-primas e pelo eventual incremento das taxas de juro, é preciso aumentar a confiança das pessoas e das empresas”, referiu a AHRESP.

A associação defendeu que “o reforço da competitividade das empresas da Restauração, Similares e do Alojamento Turístico, com especial destaque para o fortalecimento dos capitais próprios, das tesourarias e da confiança dos consumidores, é prioritário”.

A AHRESP sublinhou ainda que, “com a estabilidade governativa que se perspetiva para os próximos quatro anos, é fundamental que o novo Governo trabalhe no desenvolvimento deste clima de confiança que envolva consumidores e agentes económicos”.

O certificado digital vai deixar de ser exigido no acesso a restaurantes e estabelecimentos hoteleiros, mantendo-se apenas obrigatório no controlo de fronteiras, decidiu hoje o Conselho de Ministros.

Os diplomas hoje aprovados pelo Governo alteram as medidas aplicáveis no âmbito da pandemia de covid-19, prevendo concretamente a “retirada da exigência de certificado digital”, mantendo-se “apenas no controlo de fronteiras”, precisou a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, em conferência de imprensa.

Em 25 de novembro, quando anunciou novas medidas para conter a propagação de infeções por covid-19, o Governo decidiu que o acesso a estes estabelecimentos dependia – a partir de 01 de dezembro – da exibição de um certificado digital covid-19, modalidade que inclui um teste de antigénio ou PCR negativo realizados nas 48 ou 72 horas anteriores, respetivamente, ou o esquema de vacinação completo.

Esta medida tem-se mantido ativa desde então, tendo agora o Governo decidido eliminá-la, perante as recomendações dos peritos ouvidas na reunião do Infarmed realizada esta quarta-feira.

A data de entrada em vigor desta e de outras medidas aprovadas hoje não foi ainda divulgada, dependendo da promulgação do respetivo decreto-lei pelo Presidente da República, sendo que o mesmo “seguirá ainda hoje” para o Palácio de Belém.

Seca: Medidas de apoio aos agricultores vão ser tomadas ainda por este Governo

  • Fev 24
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 16 de fevereiro de 2022. Leia o original aqui

 

As medidas de maior urgência, como as de combate à seca, não vão ter de aguardar pela tomada de posse do novo Governo sendo decididas pelo atual, que está “em plenitude de funções”, disse hoje a ministra da Presidência.

As medidas de maior urgência, como as de combate à seca, não vão ter de aguardar pela tomada de posse do novo Governo sendo decididas pelo atual, que está “em plenitude de funções”, disse hoje a ministra da Presidência.

Questionada sobre o impacto da repetição das eleições no círculo da Europa e consequente adiamento da tomada de posse do Governo na aprovação de medidas como a linha de crédito de apoio aos agricultores devido à seca, a ministra Mariana Vieira da Silva precisou que “obviamente que o adiamento da tomada de posse do Governo significa que algumas medidas de maior urgência que poderiam aguardar três ou quatro dias até à tomada de posse deixam de poder aguardar”.

Neste contexto, precisou, “o Governo está em plenas funções e não deixará de tomar as medidas que se revelem essenciais, por exemplo as medidas de combate à seca que não podem esperar as semanas que faltam para a tomada de posse do Governo”.

Em resposta à Lusa, o Ministério da Agricultura adiantou, em 11 de fevereiro, que o Governo está a preparar uma linha de crédito à tesouraria e apoio aos custos com a eletricidade no setor agrícola e pecuário para mitigar o impacto da seca.

Estas medidas de apoio ao setor agrícola serão implementadas “assim que o novo Governo tome posse”, precisou, então, o ministério tutelado por Maria do Céu Antunes.

“O Ministério da Agricultura está a preparar os documentos legislativos necessários para que, assim que o novo Governo tome posse, sejam implementadas as seguintes medidas acordadas com o setor: disponibilização de uma linha de crédito garantida para apoio a encargos de tesouraria e regulamentação do estabelecido na lei n.º 37/2021, de 15 de junho (eletricidade verde), para apoio aos custos com a eletricidade no setor agrícola e pecuário”, adiantou.

Esta terça-feira, dia 15 de fevereiro, o Tribunal Constitucional decretou a repetição das eleições no círculo da Europa, o que atira a tomada de posse do Parlamento e do governo para abril, bastante depois do que estava previsto.

Seca: Bruxelas está a analisar com Portugal possíveis apoios no quadro da PAC

  • Fev 24
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 17 de fevereiro de 2022. Leia o original aqui

 

Manifestando preocupação com “a grave situação de seca sofrida na Península Ibérica e, em particular, com a situação que atualmente enfrentam algumas zonas do norte e centro de Portugal”, a comissária Helena Dali sublinhou por diversas vezes que é necessário desenvolver políticas a médio e longo prazo, pois “as alterações climáticas irão aumentar ainda mais a escassez de água e os riscos de seca”.

A Comissão Europeia indicou hoje que está em contacto com as autoridades nacionais e regionais portuguesas para analisar possíveis apoios, no quadro da Política Agrícola Comum (PAC), para fazer face à seca, que admite ser uma “catástrofe”.

“No âmbito da Política Agrícola Comum, tenho o prazer de informar que os serviços da Comissão estão em contacto com as autoridades nacionais e regionais portuguesas, a analisar o apoio que a PAC pode prestar para enfrentar esta catástrofe nacional”, declarou a comissária Helena Dali, que representou o executivo comunitário num debate sobre a seca na Península Ibérica realizado hoje de manhã no Parlamento Europeu, em Estrasburgo.

Manifestando preocupação com “a grave situação de seca sofrida na Península Ibérica e, em particular, com a situação que atualmente enfrentam algumas zonas do norte e centro de Portugal”, a comissária sublinhou por diversas vezes que é necessário desenvolver políticas a médio e longo prazo, pois “as alterações climáticas irão aumentar ainda mais a escassez de água e os riscos de seca”.

“É por isso que é tão crucial acelerar a transição para sistemas sustentáveis e resilientes e colocar os nossos agricultores no caminho da neutralidade climática. A nova PAC oferece oportunidades para ajudar o setor a adaptar-se, e a Comissão encoraja Portugal e Espanha a fazer uso desta possibilidade”, afirmou.

Em nome da Comissão, apelou por isso “às autoridades nacionais, não só da Península Ibérica, mas de todas as áreas suscetíveis de serem afetadas pela seca, para que estabeleçam práticas de gestão da água sustentáveis e resistentes ao clima, que reflitam plenamente os recursos hídricos disponíveis e as necessidades de todos os utilizadores”.

“O meu entendimento é que as autoridades portuguesas já estão a definir soluções de emergência nacionais que podem contribuir para aliviar a pior seca vivida por Portugal nos últimos anos e que se refletem também em iniciativas a médio prazo que ajudarão o setor agrícola a adaptar-se melhor e a prosperar sob o ambiente em mudança”, disse.

Todavia, a comissária reconheceu que também é possível agir no curto prazo, tendo enumerado “algumas das linhas de ação mais relevantes através das quais a UE pode prestar apoio” aos agricultores, apontando que “a Comissão sempre demonstrou flexibilidade relativamente ao adiantamento de pagamentos” em situações extremas imprevistas, lembrando que “existe também a possibilidade de utilização do Fundo de Solidariedade da UE para aliviar a situação de seca em Portugal e Espanha”.

A comissária Dalli saudou “a cooperação transnacional portuguesa espanhola em matéria de gestão sustentável e resistente ao clima dos rios transfronteiriços, tais como Minho, Lima, Douro, Tejo e Guadiana (…) e também as discussões em curso sobre novos projetos de colaboração conjunta entre Espanha e Portugal que facilitam respostas conjuntas e devem materializar-se numa gestão sustentável e resistente ao clima dos recursos hídricos”.

Num debate realizado no hemiciclo de Estrasburgo depois de, na semana passada, a delegação do PSD ter solicitado um debate de urgência sobre a situação em Portugal, o eurodeputado social-democrata Álvaro Amaro alertou que “os agricultores desesperam e muitos já pensam em abandonar a atividade”

Admitindo que a seca é efetivamente “também uma questão estrutural”, que exige planeamento a prazo, o deputado sublinhou que é verdade também que, face ao atual momento crítico, “neste curto prazo era importante que Comissão lançasse medidas de apoio financeiro, mas fora da PAC, pois esses já são apoios que, de direito, são dos agricultores”, sugerindo designadamente uma “redução de impostos sobre eletricidade e combustíveis para os produtores agrícolas”.

Já o eurodeputado Carlos Zorrinho, do PS, lembrou que, “na próxima segunda-feira, no Conselho de ministros da Agricultura da UE, serão debatidas medidas concretas de mitigação dos impactos da seca em Portugal e Espanha, designadamente nas atividades pecuárias e agroalimentares, por solicitação dos dois Governos”.

“Outras medidas de solidariedade no plano europeu serão debatidas e acionadas, se e quando necessárias”, disse, enfatizando que “é preciso evitar que sejam os mais pobres e os mais vulneráveis a sofrer as consequências mais graves”.

“É isso que têm feito os governos de Portugal e Espanha nesta circunstância, e é isso que é preciso continuar a fazer sempre, nas respostas locais, regionais, nacionais, europeias e globais aos fenómenos climáticos extremos”, disse, saudando também “o reforço da cooperação bilateral na gestão das bacias hidrográficas comuns no âmbito do Convénio de Albufeira”.

Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em janeiro “verificou-se um agravamento muito significativo da situação de seca meteorológica, com um aumento da área e da intensidade, estando no final do mês todo o território em seca, com 1% em seca fraca, 54% em seca moderada, 34% em seca severa e 11% em seca extrema”.

Ainda de acordo com o IPMA, em relação à precipitação, janeiro de 2022 foi o 6.º mais seco desde 1931 e o 2.º mais seco desde 2000.