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AHRESP elogia União Europeia por recomendar que quem tem certificado digital não seja sujeito a teste ou quarentena

  • Jan 31
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 28 de janeiro de 2022. Leia o original aqui

 

“Chegou o momento de o Estado português acelerar o reconhecimento dos comprovativos vacinais de fora do espaço da UE, tais como o Brasil e os Estados Unidos, desde que os cidadãos destes países façam prova que foram imunizado”, apela ainda a associação.

A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) enalteceu esta sexta-feira a recomendação do Conselho Europeu de livre circulação para cidadãos com certificado digital da União Europeia (UE),  vacinados ou recuperados. Independentemente da situação epidemiológica do país de origem, Bruxelas não quer restrições adicionais, como testes ou quarentenas.

A AHRESP espera que esta recomendação, que deverá ter efeitos a partir do dia 1 de fevereiro, seja implementada “rapidamente” pelos 27 Estados-membros, nomeadamente Portugal, onde continua a ser exigido a vacinados e não-vacinados teste laboratorial negativo, até 9 de fevereiro, para poder entrar em território nacional.

“Chegou o momento de o Estado português acelerar o reconhecimento dos comprovativos vacinais de fora do espaço da UE, tais como o Brasil e os Estados Unidos, desde que os cidadãos destes países façam prova que foram imunizados com as vacinas aprovadas pela Agência Europeia de Medicamentos”, afirma a associação que representa o sector da restauração e hotelaria, no boletim diário.

A nova recomendação europeia, acordada no início da semana no Conselho de Assuntos Gerais, substituirá as regras existentes a partir do início do próximo mês, quando começam também a estar operacional um novo período de aceitação de 270 dias para os certificados de vacinação. “Com a estabilização da situação pandémica e uma das coberturas vacinais mais elevadas do globo, o nosso país poderá estar na dianteira da retoma da atividade turística ao adotar medidas de flexibilização das regras Covid nas próximas semanas”, refere a AHRESP.

Em vésperas de eleições, a associação apresentou recentemente 20 medidas para tentar relançar a economia num contexto em que ainda paira incerteza sobre a evolução da pandemia e as empresas de deparam com subidas de custos energéticos e das matérias-primas: a implementação de mecanismos/plataformas de apoio à contratação de recursos humanos (nomeadamente o recrutamento “organizado” de imigrantes), um incentivo à procura ativa de emprego através da concessão ao desempregado de um “prémio de inserção no mercado de trabalho”, um plano de formação de curta duração para quem não tem qualificações suficientes para entrar no mercado de trabalho e faz falta, por exemplo, em hotéis, e investimento em campanhas de valorização e dignificação das profissões do turismo.

A “AHRESP considera absolutamente essencial que o próximo Governo promova um alinhamento estratégico com vista à recuperação e desenvolvimento do nosso tecido empresarial, decisivo para a retoma da economia nacional”, concluiu, lançando um apelo para a próxima legislatura.

Startup portuguesa Kencko levanta 10 milhões

  • Jan 31
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 26 de janeiro de 2022. Leia o original aqui

 

A Kencko levantou 10 milhões de dólares (8,85 milhões de euros) junto de investidores institucionais como a Indico Capital Partners. A série A de investimento foi liderada pela sociedade de capital de risco Siddhi Capital.

A startup portuguesa Kencko, criada por Tomás Froes e Ricardo Vice Santos, fechou a sua série A de investimento.

A Kencko levantou 10 milhõe de dólares (8,85 milhões de euros) junto de investidores institucionais como a Indico Capital Partners. A série A de investimento foi liderada pela sociedade de capital de risco Siddhi Capital.

“O investidor existente Siddhi Capital liderou a rodada e foi acompanhado por investidores atuais e novos, incluindo a Indico Capital Partners, a Next View Ventures, a Riverside Ventures, a Silas Capital, a Cheyenne Ventures, a Shilling Capital, a Mission Point, a Gather Ventures e a Nextblue Ventures. O investimento mais recente eleva o financiamento total da Kencko para mais de 13,5 milhões de dólares (12 milhões de euros)”, segundo o comunicado.

No mesmo comunicado é dito que este capital injetado pelos investidores institucionais vai servir para permitir que a empresa se expanda além de smoothies e chicletes e em novas categorias de produtos, como tigelas quentes.

Esta quarta-feira, o portal TechCrunch refere que a empresa criada por Tomás Froes e Ricardo Vice Santos está focada no mercado norte-americano, com a comercialização, através de pacotes de subscrição, de gomas e de saquetas em pó que podem ser dissolvidas em água, leite ou água de coco.

Tomás Froes disse ao portal que “a marca também está a caminho de ser completamente neutra em carbono em 2022”.

“Acompanhamos a Kencko desde os primeiros dias no TechStars em Londres e estamos contentes por apoiar a visão de Tomás e Ricardo. Há uma procura incrível pelos seus produtos convenientes de alta qualidade num mundo cada vez mais preocupado com a saúde. Mais um exemplo de que os empreendedores portugueses com visão global têm operações significativas tanto em Portugal como nos EUA, precisamente o tipo de equipas que adoramos apoiar do local ao global”, explica em comunicado Stephan Morais, Managing General Partner da Indico Capital.

A Indico Capital Partners é uma gestora independente de fundos de capital de risco em Portugal, que investe em empresas de tecnologia global e sustentável.  O leque de investimentos da Indico vai, maioritariamente, do Pré-Seed à Série A (100 mil e 5 milhões euros) em startups portuguesas e espanholas. O Indico é muitas vezes o primeiro investidor numa startup e, dado o histórico das equipes, trabalha muito próximo das empresas do seu portfólio. Desde 2019, a Indico investiu 33 milhões de euros em 28 empresas, que levantaram mais de 1,18 mil milhões de euros de investidores globais.

Produção de vinho verde em alta

  • Jan 31
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Segundo a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verde (CVRVV) a produção de 2021/2022 atingiu os 84,9 milhões de litros.

Em declarações à agência Lusa o presidente cessante da CVRVV, Manuel Pinheiro, afirmou que, apesar de os números de 2021 ainda não estarem fechado já é possível afirmar que as exportações de vinho verde atingiram um “recorde de exportações”.

Até novembro de 2021 foram registados 73 milhões de euros de exportações, “um aumento de 6,9%” face ao mesmo período de 2020, que deverá levar à ultrapassagem dos 74,3 milhões de euros da totalidade de 2020

Em declarações à Lusa o presidente da CVRVV afirmou: “O vinho verde exporta-se para cerca de 104 mercados. Os primeiros são os Estados Unidos e a Alemanha. Os Estados Unidos é um mercado muito interessante, mais de 10 milhões de litros, porque é um mercado muito diverso, no qual nós estamos a crescer imenso” e acrescentou que “entre os mercados que se têm movimentado, eu diria, pela positiva, a Polónia, que tem crescido muito, a Rússia que tem crescido muito” detalhando que o mercado polaco cresceu 34%, de 3,8 milhões de euros para 5,2 milhões.

Manuel Pinheiro alertou ainda para o efeito do aumento dos preços de produção, reconhecendo que o custo da energia “afeta a fileira toda” e que “há dificuldades de obter contentores e de obter barcos”, pelo que existen “produtores que têm produto para enviar e têm dificuldade em o colocar no mercado”

Sobre os preços no mercado nacional explicou que “Portugal é um dos países da Europa onde o vinho é mais barato e onde a relação qualidade-preço do vinho é mais interessante para o consumidor”. Deixou ainda a esperança que assim se mantenha, mas lembrou que “o objetivo de todos nós, de facto, é trazer mais valor para o negócio do vinho”.

Desafiado a fazer um balanço sobre o estado atual do sector, Manuel Pinheiro explicou que “os grandes produtores e as grandes marcas estão presentes em força na distribuição moderna e na exportação, onde tiveram melhores resultados, e os produtores mais pequenos estão sobretudo em vinhos de maior valor e na restauração nacional”. Não deixou contudo de lembra que  “houve produtores muito pequenos que viram o chão desaparecer debaixo dos seus pés”, com a crise na restauração fruto da pandemia, mesmo que os números gerais se tenham mantido “bons” e espera que os resultados positivos não impeçam de “perceber que ali no meio há pessoas que passaram com muita dificuldade”.

À frente da CVRVV há 22 anos, Manuel Pinheiro fez questão de comparar a diferença dos preços pagos aos agricultores portugueses com os que são pagos, por exemplo, na região do Champagne, em França.

“Quando sabemos que na região do Champanhe as uvas são pagas ao agricultor aos cinco euros o quilo e em Portugal são pagas a menos de 50 cêntimos, em média, aqui está um objetivo, que é o de valorizar as nossas uvas”. O responsável considera que uma valorização do seu produto “é fundamental para que os agricultores tenham uma vida digna e para que as novas gerações se possam dedicar à agricultura”.

Para isso considera essencial a segmentação de mercado, já que “durante os últimos anos, o grande objetivo do vinho verde foi ganhar mercado e ganhar notoriedade, e houve sucesso nisso”, mas agora é necessário “gerar mais valor”. “Temos de dizer ao cliente que há um vinho verde base jovem, verde e fresco, com um preço mais competitivo, e depois há Loureiros, há Alvarinhos, de pequenas regiões e pequenos produtores que merecem bem ser pagos a um preço mais elevado porque são vinhos, também, de elevada qualidade”.

A Região dos Vinhos Verdes abrange 48 concelhos do noroeste do país, conta com cerca de 16 mil hectares de vinha, aproximadamente 15 mil produtores de uva e cerca de 370 engarrafadores com marca própria.

Cerca de metade dos 150 a 170 milhões de euros do volume de negócio do vinho verde, à saída dos produtores, destina-se à exportação.

Já está disponível a nova edição da FS4EUpdates

  • Jan 28
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O projeto europeu FoodSafety4EU, do qual a FIPA faz parte, procura desenvolver uma plataforma multi-satakeholder do Sistema alimentar a nível nacional, europeu e internacional.

Este consórcio, composto por 23 parceiros e 44 partes interessadas (Autoridades de Segurança Alimentar, associações de consumidores, centros de investigação, entre outros), publica a newsletter FS4EUpdates. Nesta nova edição, disponível aqui, destaca-se a “Food Systems Policy Tool” lançada pelo “Global Panel on Agriculture and Food Systems” para ajudar para ajudar a colmatar a lacuna na partilha de informação entre aqueles que criam políticas alimentares, de nutrição e agrícolas e os responsáveis pela implementação das mesmas.

A finalidade deste projeto é produzir conhecimento e desenvolver um conjunto de ferramentas digitais para ativar um processo participativo estruturado entre todos os intervenientes do sector.

Mais informações sobre o projeto disponíveis aqui.

Receitas geradas pelo Vinho Madeira sobem 32%

  • Jan 28
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 25 de janeiro de 2022. Leia o original aqui

 

As receitas geradas pelo Vinho Madeira chegaram aos 19,3 milhões de euros, uma subida de 3% comparado com o período de pré-pandemia. Os Estados Unidos atingiram vendas de três milhões de euros.

As receitas geradas pelo comércio de Vinho Madeira subiram 32%, em 2021, quando comparado com o período homólogo, de acordo com os dados da Direção Regional de Estatística (DREM).

Em 2021 foram geradas receitas de 19,3 milhões de euros. Isto representa uma subida de 3,6% comparado com o período de pré-pandemia.

A quantidade comercializada de Vinho Madeira atingiu os 3,1 milhões de litros, uma subida de 19,8% quando comparado com o ano anterior, e uma quebra de 0,7% face ao período de pré-pandemia.

O mercado nacional subiu 63,1% e 70,9%, em quantidade e valor, face ao ano passado. Na Madeira verificou-se uma subida de 60,5% e de 53,7% em quantidade e valor, enquanto que no território continental verificou-se aumentos de 68,9% e de 122,1% na quantidade e valor comercializados de Vinho Madeira.

Os dados da DREM indicam que o mercados comunitário esteve também em subida com aumentos de 8,4% e de 15,3% em quantidade e valor.

O mercado extracomunitário cresceu também ao subir 26,7% e 34,9% em quantidade e valor.

França foi o mercado para onde se comercializou mais Vinho Madeira. Foram 873.346 litros, que corresponderam a receitas de 2,9 milhões de euros. Contudo verificaram-se quebras de 4,5% e de 1,6%, em termos de quantidade e valor.

Em quantidade seguiram-se a Alemanha e o Reino Unido com 318.313 e 317.695 litros.

Vários Países e regiões ultrapassaram valores de vendas de um milhão de euros. Estados Unidos (três milhões de euros), Franca (2,9 milhões de euros), Madeira (2,4 milhões de euros), Alemanha (1,4 milhões de euros), Continente (1,2 milhões de euros), Japão (1,1 milhões de euros).

Os Estados Unidos registaram subidas de 66,4% e de 76,7% no volume e do valor gerado pelo Vinho Madeira.

Os dados da DREM sublinham que do total de Vinho Madeira comercializado “76,1% foi vinho engarrafado, vendido em média a 7,25 euros/litro (6,80 euros/litro em 2020)”, enquanto que “o restante vinho foi vendido a granel a um preço médio de 2,68 euros/litro (mais 0,01 euros/litro que em 2020)”.

Preços dos plásticos reciclados duplicam num ano e atingiram novos recordes

  • Jan 28
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 21de janeiro de 2022. Leia o original aqui

 

Os preços do tipo mais comum de plástico reciclado duplicaram num ano e atingiram novos recordes num altura em que as empresas competem por fornecimentos já limitados, segundo o “Financial Times”.

Os preços do tipo mais comum de plástico reciclado duplicaram num ano e atingiram novos recordes num altura em que as empresas competem por fornecimentos já limitados, noticia o “Financial Times”, esta sexta-feira.

Esta escassez ameaça, assim, o cumprimento dos objetivos ambiciosos estabelecidos por grandes grupos de bebidas e bens de consumo.

Desde janeiro do ano passado, o custo dos flocos de tereftalato de polietileno (PET) pós-consumo na Europa aumentou 103% para 1.690 euros por tonelada, de acordo com o grupo de dados da consultora ICIS, depois de os fabricantes de artigos domésticos, alimentos, bebidas e vestuário terem adoptado objetivos de utilização de plástico reciclado novo.

Os preços dos fardos de garrafas usadas, que são utilizados para fazer os flocos, subiram de forma galopante, tendo mais do que triplicando desde janeiro de 2021. Nos EUA, os preços do plástico reciclado também subiram, segundo o ICIS.

O custo do PET reciclado na semana passada ultrapassou o do equivalente virgem, uma vez que a procura do produto pós-consumo compensou o impacto do aumento dos preços dos combustíveis fósseis sobre o custo do plástico recém-fabricado.

Nos últimos tempos, os principais fabricantes de bebidas têm estado no centro das atenções em relação ao plástico de utilização única

Na sequência de uma meta imposta pela UE, a Coca-Cola, PepsiCo, Nestlé, Keurig Dr Pepper e Danone deverão garantir que as embalagens até 2025 tenham pelo menos 25% de material reciclado.

 

DS Smith retira 170 milhões de peças de plástico do ambiente com novas soluções

  • Jan 27
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 21 de janeiro de 2022. Leia o original aqui

 

A DS Smith criou mais de mil soluções de embalagens totalmente recicláveis à base de fibra para centenas de produtos.

Uma empresa especializada em packaging está a inovar os seus embalamentos. A DS Smith anunciou que substituiu 170 milhões de peças de plástico devido à criação de novas soluções à base de papel. Retirou mais de 7,7 milhões de peças de plástico de supermercados e retalhistas online só na Península Ibérica.

Em média, a empresa eliminou mais de dois milhões de peças de plástico de uso único por semana entre packaging e display, ou seja, o equivalente a 12 mil peças por hora. Esta redução visa impulsionar a reciclabilidade das embalagens e reduzir o impacto no ambiente.

“Estamos a trabalhar com os nossos clientes para substituir mais de mil milhões de peças de plástico, a nível global, por soluções de packaging totalmente recicláveis e à base de fibra até 2025. Os consumidores exigem cada vez mais que os produtos originem menos resíduos e, na Península Ibérica, estamos a adotar essa agenda de mudança para proteger o planeta e criar um futuro mais sustentável”, aponta Ignacio Montfort, managing diretor da DS Smith Ibéria.

A DS Smith criou mais de mil soluções de embalagens totalmente recicláveis à base de fibra para centenas de produtos. A criação surgiu depois da Comissão Europeia ter iniciado os estudo para a introdução de novas medidas para reduzir o impacto de microplásticos no ambiente.

Entre as várias soluções, a DS Smith tem optado por a impressão direta no cartão em vez das etiquetas em plástico e de substituir a fita de plástico que veda por abas de cartão com fecho automático.

Na Península Ibérica, a empresa tem impulsionado várias iniciativas para oferecer soluções sustentáveis como a Ecovete, uma embalagem de cartão canelado 100% reciclado para frutas e legumes ou embalagens pensadas para a venda de peixe e marisco online em cartão. Estas soluções representam uma redução de 94,5% de plástico face às atuais caixas, bem como uma redução significativa de CO2.

 

 

Açúcares adicionados diminuem a capacidade antioxidante na diabetes ao contrário dos sumos de fruta

  • Jan 27
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 20 de janeiro de 2022. Leia o original aqui

 

O investigador Paulo Matafome, da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, avaliou o impacto dos açúcares dos sumos de fruta na diabetes tipo 2 e concluiu que os açúcares adicionados diminuem a capacidade antioxidante na diabetes, comparativamente aos naturalmente presentes em sumos de fruta.

Paulo Matafome, investigador da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, estudou o impacto dos açúcares dos sumos de fruta na diabetes tipo2 numa população de ratos diabéticos e procurou determinar os níveis de glicémia imediatamente após a ingestão de diferentes sumos de fruta e de soluções açucaradas com quantidade e perfil semelhantes de açúcares.

“Uma das conclusões aponta para o facto de as soluções açucaradas causarem um maior aumento da glicémia e diminuírem a capacidade antioxidante total dos glóbulos vermelhos nesse período, quando comparado com sumos de fruta, que apenas contêm açucares naturalmente presentes”, afirma o investigador.

Em comunicado, a Universidade revela que outra das questões avaliadas foi o impacto do consumo crónico de sumos de fruta e de um volume equivalente de soluções açucaradas no metabolismo. E ao contrário dos sumos (sem adição de açúcares), as soluções açucaradas aumentaram a glicémia, mas tiveram um impacto moderado nos marcadores de stress oxidativo e glicação, marcadores usados para avaliar a lesão dos tecidos.

O estudo demonstrou igualmente que o consumo sem restrições de bebidas açucaradas levou a uma desregulação do balanço energético, e a uma maior ingestão calórica em comparação com os sumos de fruta quando administrados também sem restrições. Verificou-se ainda que os animais com acesso livre a bebidas açucaradas apresentavam um aumento do peso corporal e glicémia em jejum, bem como um aumento do stress oxidativo e glicação em vários tecidos.

O consumo crescente das chamadas dietas ocidentais, com quantidades elevadas de alimentos e bebidas ricas em açúcar e gordura, mas pobres em micronutrientes e fitoquímicos, está associado a um maior risco de obesidade, síndrome metabólica e diabetes tipo 2, com grande impacto na sociedade, quer do ponto de vista da saúde, quer do ponto de vista económico. A Organização Mundial de Saúde (WHO) definiu açúcares livres como aqueles que são adicionados ou estão naturalmente presentes em determinados alimentos, onde se incluem os sumos de fruta e estabeleceu o limite do seu consumo em crianças e adultos como 5-10% do consumo energético diário.

“A definição de açúcares livres inclui aqueles naturalmente presentes nos alimentos, como os sumos naturais de fruta ou o mel, bem como os adicionados, não fazendo distinção entre açúcares adicionados e naturalmente presentes. Os alimentos com açúcares naturalmente presentes, têm outros compostos na sua constituição que, em muitos casos, regulam a digestão, absorção e captação celular dos açúcares; tal não se verifica no caso de matrizes simples com açúcares adicionados, como a que serviu de comparação com os sumos no presente estudo. Estes açúcares estão mais expostos a reacções que os convertem em compostos tóxicos, alguns deles associados às complicações da diabetes”, conclui Paulo Matafome.

O estudo contou com o apoio da SUMOL+COMPAL, uma das principais empresas portuguesas de bebidas de sumo de fruta.

 

Mercadona apresenta gama de conservas ao natural

  • Jan 27
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A cadeia espanhola, presente em Portugal desde 2019, lançou conservas enlatadas de frango, pescada e salmão da sua marca Hacendado.

Cada lata contém exclusivamente peito de frango, lombo de pescada e salmão com a particularidade de serem cozidos diretamente na lata e conservados apenas em água e sal, o que permite manter o sabor e todas as propriedades nutricionais.

Esta novos produtos têm vindo a ganhar especial atenção por parte dos desportistas e de todos os que gostam de manter uma alimentação cuidada por ser uma opção natural, com baixo teor de gordura e rica em proteínas permitindo a confeção de receitas saudáveis e muito fáceis de preparar.

A Mercadona conta já com 20 lojas em Portugal e anunciou recentemente que irá aumentar o seu centro de logística na Póvoa do Varzim, com um novo edifício com mais de 12.000 m2, num investimento superior a 24,5 milhões de euros.

Agricultores do Norte queixam-se de falta de planeamento para situações de seca

  • Jan 26
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 23 de janeiro de 2022. Leia o original aqui

 

Com uma seca que dura já há três meses, com uma expressão maior na região de Trás-os-Montes, e que se irá agravar se as próximas semanas continuarem a não trazer chuva, os representantes do setor no Norte do país dizem que a situação “ainda não é alarmante”, mas estão descontentes com a falta de soluções.

Algumas associações de agricultores do Norte queixam-se da falta de planeamento e atenção que é dada pelo Governo e, em época eleitoral, pelos candidatos, à ameaça cada vez mais real da falta de água para o setor.

Com uma seca que dura já há três meses, com uma expressão maior na região de Trás-os-Montes, e que se irá agravar se as próximas semanas continuarem a não trazer chuva, os representantes do setor no Norte do país dizem que a situação “ainda não é alarmante”, mas estão descontentes com a falta de soluções.

O diretor da Associação dos Agricultores e Pastores do Norte (APT), João Morais, lamenta que, em tempo de campanha eleitoral, ainda não tenha visto “nenhum candidato com grande preocupação acerca das questões agrícolas”.

“A nossa ministra também não se ouve. Há aqui uma falha em toda a linha”, reforça.

Em declarações à Lusa, o engenheiro agrícola lembra que foi criada a Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca, em 2017, mas que esta não se tem reunido.

“Esta comissão devia reunir para prevenir ou antecipar problemas futuros, e não existe”, sublinha.

O dirigente reconhece que há algumas medidas importantes, como o recentemente publicado incentivo aos regadios tradicionais, “mas a carga burocrática” e o facto de ser necessário avançar com as verbas, mesmo em projetos financiados a 100%, desmotivam os agricultores.

Para o diretor-geral da Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP), Firmino Cordeiro, vive-se uma “fase extremamente delicada” e só há “uma solução para isto”: “Temos de reservar água, fazer barragens e seguir o exemplo do grande Alqueva”.

“Já devíamos ter tido esta preocupação há mais tempo, há alguns bons anos a esta parte, e não termos estes problemas ideológicos, quase aberrantes, contra a guarda da água”, defende.

O agricultor considera que os “governantes têm de ter essa capacidade, junto de Bruxelas, para dizer o que é que se passa em Portugal, qual é a realidade geográfica do país”.

“Daqui por alguns anos a esta parte, com as previsões que estão em cima da mesa, corremos o sério risco de o abandono e a desertificação de muitas regiões do país ser ainda mais marcante”, vinca.

O dirigente da AJAP adianta que não é preciso “fazer barragens em todo o lado”, mas defende a necessidade de “ter algumas mega-barragens que alimentem as outras, e depois, seguir a regra da otimização, da utilização para níveis mínimos, mas que mantenha a vida e a capacidade produtiva das plantas”.

Firmino Cordeiro lamenta a gestão que é feita das barragens existentes, lembrando que, no Norte do país, há “uma barragem muito grande, chamada a Barragem do Baixo Sabor, que tem um quinto da capacidade de armazenamento da Barragem do Alqueva — e um quinto é muita coisa — e não há um litro de água que sirva para regar, porque os senhores negociadores fizeram aquilo que fizeram”.

A barragem em questão está entre as seis infraestruturas da EDP vendidas ao consórcio liderado pelo grupo francês Engie, por 2,2 milhões de euros, no final de 2020.

“Com este abandonar do nosso território e das nossas potencialidades, muito sinceramente, estamos a hipotecar [o futuro] e acho que vamos ter de viver em Lisboa, Porto e algumas cidades e abandonar o resto do país”, atira o agricultor.

João Morais reconhece a importância das barragens e acredita que “o futuro passará pela agricultura de precisão”, mas alerta que o “país é muito desigual”.

“Normalmente, quando se fala em agricultura, fala-se nos latifúndios, com agricultura mecanizada, especializada, que é a Sul do Tejo”, disse.

No Norte, a situação é diferente, com “pequenas parcelas e agricultores bastante envelhecidos”.

O dirigente da APT destaca que a associação assume esse papel de “conversar com os agricultores, chamar à atenção para todas essas situações”, mas que nem sempre há abertura para aplicar as soluções.

A solução para o problema da falta de água “pode passar pela construção de novas barragens, agricultura de precisão e o melhoramento dos sistemas de regadio, porque, quanto menor o desperdício de água, melhor”.

“Quando começar a falhar água nas torneiras, só aí é que a população se vai aperceber que andamos a desperdiçar água que podia ser utilizada para outras situações, criando reservatórios”, prevê João Morais.