Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 27 de março de 2022. Leia o original aqui.
“A ideia é valorizar cada vez a gastronomia das regiões da Península Ibérica e por isso queremos dar valor, também, uma dedicação um pouco mais especial a Portugal em geral”, referiu Mónica Rius.
O Guia Michelin Espanha e Portugal pretende dar maior destaque aos restaurantes e produtos portugueses, face à “evolução gastronómica” nacional na última década, adiantou à Lusa a diretora de comunicação da Michelin ibérica.
“A ideia é valorizar cada vez a gastronomia das regiões da Península Ibérica e por isso queremos dar valor, também, uma dedicação um pouco mais especial a Portugal em geral”, referiu Mónica Rius.
“Em geral, é difícil para os países mais pequenos ter uma certa proeminência”, comentou.
No entanto, destacou, “talvez há dez anos não fizesse muito sentido” promover a gastronomia portuguesa.
“Hoje em dia faz sentido porque Portugal e as autoridades portuguesas querem-no. Tem havido uma evolução gastronómica e as instituições portuguesas querem promover Portugal. Esta é a altura certa”, disse.
Sem adiantar em concreto que iniciativas poderão ser lançadas com este objetivo, Mónica Rius apontou como possibilidades a realização de experiências gastronómicas, quer numa determinada cidade ou região ou a propósito de um certo produto, vinho ou produtor, desenvolvendo uma “rota gastronómica” em torno desse tema.
Outra forma de promover o país passa pela realização da gala anual de apresentação do Guia Michelin ibérico — o que aconteceu em Lisboa em 2018, mas tem passado por várias cidades espanholas, como Girona, Santiago de Compostela, Marbelha, Madrid ou Bilbau.
A edição de 2022 do guia de Espanha e Portugal foi apresentada em dezembro passado em Valência e a empresa anunciou esta semana que o guia do próximo ano será apresentado em novembro em Toledo.
Com a gala, que recebe normalmente mais de 600 convidados, incluindo mais de uma centena de profissionais de comunicação, além de ter transmissão online, “coloca-se o foco na região por muito mais tempo, durante quase um ano”, referiu Mónica Rius.
Dentro da empresa, também houve uma alteração, com a incorporação na equipa da Michelin Experience — em que está integrado o guia – de um português, que era o responsável pelas relações institucionais em Portugal.
“Ele tem conhecimento das instituições portuguesas e a verdade é que acreditamos que, com este contacto e o facto de ele ser português, isso ajudará muito para podermos saber um pouco mais e para podermos melhorar e expandir essa colaboração com instituições portuguesas para valorizar a gastronomia”, acrescentou.
Na edição deste ano do guia ibérico, Portugal tem sete restaurantes com duas estrelas (cozinha excelente, vale a pena o desvio) e 26 com uma estrela Michelin (cozinha de grande nível, compensa parar). O país não conta com nenhum restaurante com a classificação máxima (cozinha excecional, justifica a viagem).