Indicar a origem dos alimentos pode elevar o seu valor entre 20% a 50%

  • Mai 10
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  • marcelo

Os rótulos de origem de um produto alimentar podem contribuir para elevar o seu valor entre 20% e 50%, segundo um estudo da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), apoio FNA,  e do Banco Europeu de Reconstruções e Desenvolvimento (BERD).

Os alimentos com indicação geográfica têm um valor comercial anual de mais de 50 mil milhões de dólares a nível mundial. “As indicações geográficas são uma estratégia dos sistemas de produção e de comercialização de alimentos, que colocam as considerações sociais, culturais e ambientais no centro da cadeia de valor”, assegura Emmanuel Hidier, economista chefe do Centro de Investimentos da FAO.

O estudo dá o exemplo da pimenta Penja, uma pimenta branca produzida em solo vulcânico no Vale de Penja nos Camarões, que foi o primeiro produto africano a receber uma etiqueta de indicação geográfica, o que ajudou a multiplicar por seis as receitas dos agricultores locais. “O processo, desde estabelecer standards até ao registo e promoção, não só beneficiou os agricultores locais, como toda a zona em termos de receitas, produtividade, crescimento de outras indústrias associadas e, de modo importante, a inclusão de todas as partes interessadas”, indica Emmanuel Nzenowo, da associação de produtores de pimenta Penja.

Indicar o local de origem dos produtos tem benefícios que vão para além dos económicos. Os produtores e industriais locais que protagonizam o processo de registo ajudam a que os sistemas alimentares sejam mais inclusivos e eficientes. A criação destas etiquetas estimula o diálogo entre os sectores público e privado, já que as autoridades estão normalmente vinculadas ao processo de registo e certificação.