Indústria conserveira em greve nacional

  • Abr 22
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 21 de abril de 2022. Leia o original aqui

 

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos justifica greve nacional com base na recusa da associação do sector em negociar a tabela salarial e a revisão do contrato coletivo de trabalho, enquanto sindicatos não aceitarem a retirada de direitos.

A indústria conserveira tem marcada para esta quinta-feira, dia 21 de abril, uma greve nacional que tem por base a recusa da associação do sector em negociar a tabela salarial e a revisão do contrato coletivo de trabalho, enquanto sindicatos não aceitarem a retirada de direitos, revela o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos (SINTAB), filiado na CGTP-IN.

“Porque os trabalhadores não aceitam a perda de mais direitos, decidiram fazer nova greve no próximo dia 21 abril com concentração na Figueira da Foz, junto à empresa Cofisa [do grupo Freitasmar] a partir das 14.30h”, avança o SINTAB, justificando que a iniciativa visa reivindicar “o direito a negociação coletiva” e “um digno aumento de salários”.

O SINTAB realça que os salários no sector são “muito baixos” e que “a associação nacional dos industriais das conservas de peixe (ANCIP) recusa negociar a tabela salarial e a revisão do contrato coletivo de trabalho, enquanto os sindicatos não aceitarem a retirada de direitos”.

Este sindicato recorda ainda, em comunicado, que os trabalhadores das conservas, que na pandemia foram considerados como “trabalhadores da linha da frente, por ser um sector essencial, produziram e produzem riqueza e lucros, mas nem por isso estão a ser reconhecidos e valorizados pelo seu esforço, pelas entidades patronais”.

E avança com números: em 2020, a indústria conserveira produziu 72 mil toneladas, mais 11 mil toneladas do que em 2019, tendo gerado 365 milhões de euros, mais 40 milhões do que no ano anterior.

“Houve um aumento de 16% na procura de conservas nacionais, assim como 14% no volume de vendas e 20% em valor”, realça, acrescentando que a expetativa do sector é que em 2022 a tendência de crescimento da procura continue a crescer acima dos dois dígitos, tanto a nível interno como externo”, conclui.