Oceanos: Conferência em Lisboa terá chefes de Estado e de governo de todos os continentes

  • Mai 16
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 14 de maio de 2022. Leia o original aqui.

 

“O alto nível não é só feito de chefes de Estado e de governo, mas também dos presidentes dos bancos, das grandes companhias, presidentes de fundações muito relevantes”, afirmou o vice-presidente da comissão organizadora.

A segunda conferência das Nações Unidas sobre oceanos, que vai realizar-se em Lisboa, terá a presença de chefes de Estado e de governo de todos os continentes, disse à Lusa o vice-presidente da comissão organizadora.

“A cerca de seis semanas da abertura da conferência já temos 21 chefes de Estado e de Governo confirmados ou à espera da confirmação formal e 25 outros países estão, pelo menos ao nível ministerial, já garantidos (…). Posso dizer que vamos ter chefes de Estado e de governo de todos os continentes”, disse Alexandre Leitão em entrevista à Lusa.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, estará presente na abertura da conferência que decorrerá entre 27 de junho e 01 de julho.

Alexandre Leitão adiantou que a conferência está aberta à participação da Rússia, apesar da invasão da Ucrânia, de estar sujeita a sanções internacionais e de não haver ainda indicação sobre uma representação oficial.

“A Rússia tem o direito de estar representada, há algumas entidades acreditadas, não sabemos se virão. A conferência é uma iniciativa das Nações Unidas que está sujeita às regras da Assembleia-Geral das Nações Unidas e, por conseguinte, todos os Estados-membros da ONU têm o direito de participar”, afirmou o representante de Portugal na organização da Conferência dos Oceanos 2022.

De acordo com Alexandre Leitão, alguns países que já têm presença confirmada preferiram, “por questões de agenda própria”, não fazer anúncio público da sua participação, mas o Equador, a Colômbia, a Nigéria e o Quénia, que coorganiza a conferência com Portugal, já são participações anunciadas.

Apesar de o sucesso de uma conferência que pretende impulsionar esforços de proteção da vida marinha ser em boa parte medido pelo número e envergadura dos compromissos assumidos publicamente, em plenário, pelos países, Alexandre Leitão sublinhou na entrevista à Lusa que o “alto nível” desejado para a conferência não se manifesta apenas na presença e nos anúncios feitos por chefes de Estado e de governo.

“O alto nível não é só feito de chefes de Estado e de governo, mas também dos presidentes dos bancos, das grandes companhias, presidentes de fundações muito relevantes”, afirmou o vice-presidente da comissão organizadora.

“Em alguns casos vêm chefes de governo com três ou quatro ministros, o que diz bastante, mas eu gostaria de dar um outro número que é mais interessante: há 942 acreditações específicas para esta conferência, enquanto a primeira, em 2017, tinha tido 108. Isto diz muito sobre o crescimento muito significativo do interesse global pelos oceanos e sobre o ativismo das organizações e das fundações”, disse, referindo ainda os 353 registos de eventos associados apresentados à organização.

“Uma área muito crítica em tudo o que é clima e ação ambiental é a do financiamento. As instituições financeiras internacionais e os bancos multilaterais de desenvolvimento vão estar representados ao mais alto nível”, afirmou.

Alexandre Leitão referiu ainda que estão acreditadas para a conferência 8.818 entidades, muitas por inerência aos processos da ONU.

“Tudo isto significa que a cidade de Lisboa, e não só, vai ser, um território policêntrico de afirmação da vitalidade desta causa e esperamos que isso contagie os cidadãos, para este caminho da sustentabilidade e de uma economia azul sustentável”, concluiu.