Sector fulcral no combate à desertificação

  • Out 21
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Gonçalo Almeida Simões, presidente da Olivum – Associação de Olivicultores e Lagares do Sul, considera que o sector está muito bem colocado em termos de sustentabilidade ambiental, uma vez que ocupa o ‘top 3’ do ranking das culturas de regadio que utiliza menos água, com apenas 3000m3/ha, e consome somente 8% do mercado total de fitofármacos em Portugal. Além disso, este sector sequestra 4 a 6 ton/ha/ano de CO2 porque é um sistema de plantação de alta densidade.
“A Olivum já tinha apresentado um estudo que fornecia a fundamentação científica para estes dados avançados e a EDIA em Março de 2021 apresentou um estudo, encomendado pelo Governo e realizado durante dois anos, em que é inequívoco o caminho de sustentabilidade ambiental levado a cabo pelo sector”, relembra o Gonçalo Almeida Simões, assinalando que nesse estudo a EDIA refere nas suas conclusões finais que “o olival é uma cultura perfeitamente adaptada à região de Alqueva, com baixas exigências hídricas e resiliência à irregularidade climática, elevada rusticidade e boa resistência a pragas e doenças, exigindo por isso baixas quantidades de fitofármacos. Pelo facto de ser uma cultura permanente, conjugado com boas práticas culturais como o enrelvamento nas entrelinhas, melhora a estrutura e aumenta a quantidade de matéria orgânica no solo”.
Para Gonçalo Almeida Simões, “o sector é um acérrimo defensor da fundamentação científica, recusando qualquer outro tipo de debate” e, por isso mesmo, considera fundamental que também no estudo encomendado pelo governo se diga que o sector do olival moderno “é, a par de outros sistemas culturais de sequeiro e de regadio, fulcral no combate à desertificação, criando uma barreira verde permanente e interanual a sul do Tejo”, mas também que “capta grandes quantidades de CO2, como cultura permanente que é e com a massa foliar e de ramos que apresenta, com impacto positivo no cumprimento dos objetivos de política nacional ao nível das emissões/captações de carbono; esta tendência é reforçada com a tendência crescente ao longo dos anos de aumento dos teores de matéria orgânica do solo”.
No entender do presidente da Olivum, “o sector continuará apostado no seu caminho de sustentabilidade ambiental, mas já se encontra ao dia de hoje dotado de um conjunto de boas práticas e argumentos científicos que devem orgulhar o sector, mas sobretudo descansar aqueles que estavam preocupados com algumas dúvidas, desprovidas de fundamentação objetiva e que perigosamente contribuíram para algum grau de desinformação da sociedade, o que é preocupante sobretudo quando vivemos uma época fértil em fake news em que a responsabilidade de não agravar este problema é antes de mais uma questão de seriedade intelectual”.
“Sendo o sector do olival moderno um adepto das novas tecnologias, e tendo a dimensão necessária para poder contribuir para o desenvolvimento da ciência, é o parceiro ideal para o desenvolvimento de outras tecnologias que irão beneficiar não só este setor agrícola, mas todos os outros. No caso muito concreto do olival, estamos neste momento a testar novas variedades resistentes a pragas e que sejam ainda mais eficientes em termos hídricos, o que é na verdade uma ambição de superação interna do setor, tendo em conta que as variedades modernas de oliveira são já das mais eficientes quando comparadas com outras culturas de regadio”, conclui Gonçalo Almeida Simões.