Autor: admin

  • Set 15
  • 0
  • admin
Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 13 de setembro de 2022. Leia o original aqui.

 

“É uma proposta justa, adulta, generosa e, mais do que generosa, é a primeira grande medida que nós temos neste combate à inflação e a esta situação de carência”, afirmou a vereadora dos Direitos Humanos e Sociais da Câmara Municipal de Lisboa, Laurinda Alves.

A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou hoje a disponibilização de 4,4 milhões de euros até 2023 para apoio alimentar às famílias carenciadas das 24 juntas de freguesia da cidade, através do Fundo de Emergência Social (FES).

“É uma proposta justa, adulta, generosa, generosa, generosa e, mais do que generosa, é a primeira grande medida que nós temos neste combate à inflação e a esta situação de carência”, afirmou a vereadora dos Direitos Humanos e Sociais da Câmara Municipal de Lisboa, Laurinda Alves (independente eleita pela coligação “Novos Tempos” PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança), considerando que “não há nem caridadezinha, nem paternalismo”.

A proposta altera as regras do FES na vertente de apoio a agregados familiares, com o aditamento de uma regra específica para a resposta de apoio alimentar, excecional e de transição, que permite assegurar no imediato e sem interrupções a prestação dessa ajuda à população carenciada, “de uma forma mais próxima e flexível”, ampliando-se a autonomia e a própria intervenção das 24 juntas de freguesias da cidade.

Na assembleia municipal, a proposta foi aprovada por maioria, com a abstenção dos deputados municipais não-inscritos Miguel Graça e Daniela Serralha (eleitos pela coligação PS/Livre) e das deputadas do PS Sofia Escária e Simonetta Luz Afonso, e com os votos a favor dos grupos municipais do BE, Livre, PEV, PCP, PS, PSD, PAN, IL, MPT, PPM, Aliança, CDS-PP e Chega.

Antes da votação, o deputado municipal do PS Jorge Marques, que é também presidente da Junta de Freguesia da Ajuda, criticou a vereadora Laurinda Alves por ter apresentado a proposta na reunião de câmara antes de dar conhecimento aos autarcas das 24 freguesia da cidade, apesar das reuniões que foram estabelecidas para a construção do documento.

O socialista disse ainda que a vereadora “não incorporou” os contributos das juntas de freguesia e explicou que “não é o montante que está em causa” na proposta, mas sim o facto de ser “o fim de um programa sem a substituição por outro“, uma vez que este apoio alimentar termina em 2023.

“Está em contraciclo com a cidade, num momento em que o Governo central faz um programa de apoio às famílias, que a própria câmara municipal diz não aumentar as rendas porque quer apoiar as famílias, o que a câmara obsessivamente vem é finalizar um programa alimentar sem ter um de substituição”, declarou Jorge Marques.

Em resposta, a vereadora Laurinda Alves assegurou que teve “três reuniões exaustivas” com os presidentes das juntas de freguesias para preparar a proposta e referiu que a ideia é manter o programa que existe de apoio alimentar, nomeadamente que foi utilizado para responder à pandemia de covid-19, ressalvando que o atual momento é diferente, porque “o mundo voltou a abrir, as pessoas estão a trabalhar, há nos territórios muitas outras soluções e a Santa Casa da Misericórdia também já está a fornecer alimentação”.

“O que nós fizemos foi flexibilizar, tornar mais próximo e fazer com que as pessoas em cada território possam escolher entre ‘vouchers’, entre refeições confecionadas pelas IPPS [Instituições Particulares de Solidariedade Social] e entre a possibilidade de contratar uma cozinheira”, adiantou a vereadora dos Direitos Humanos e Sociais.

“Não estamos em contraciclo. Nós estamos a ajudar, estamos a dar 4,4 milhões de euros para o programa alimentar […] para um adiamento do FES, e estamos a acrescentar 4,4 milhões, é mais do que tínhamos e o mundo já não está como estava quando estava tudo fechado” por causa da pandemia, reforçou Laurinda Alves.

Da bancado do PSD, Luís Newton, que é também presidente de Junta de Freguesia da Estrela, referiu que “nunca em oito anos de governação em mandatos anteriores houve tamanha disponibilidade para a participação na construção de uma solução, de um programa tão sensível como este”.

O social-democrata rejeitou as acusações do PS de desinvestimento na área social, referindo que “o facto de ser o último ano de execução deste projeto não significa que daqui a dois anos não haja um outro projeto que vá colmatar as necessidades” e defendendo que é preciso “reforçar e transformar os mecanismos de apoio para evitar também os erros que ocorreram no passado”.

“Não foi anunciado, nem é pretendido qualquer desinvestimento no apoio às famílias da cidade de Lisboa […]. Nunca vão assistir a um desinvestimento relativamente àquelas que são as reais necessidade de intervenção social por parte do município na cidade de Lisboa”, assegurou o líder do grupo municipal do PSD, acrescentando que “o mundo está a mudar muito depressa” e que o próximo programa tem de ser construído consoante a realidade do próximo ano, ressalvando que as juntas de freguesia têm autonomia para assinar ou não os protocolos no âmbito do FES.

Ibersol passa de prejuízos a lucros de 3,7 milhões no semestre (com áudio)

  • Set 15
  • 0
  • admin
Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 14 de setembro de 2022. Leia o original aqui.

 

O volume de negócios até junho deste ano superou, inclusivamente, as vendas de 221,3 milhões de euros do primeiro semestre de 2019, período que antecedeu a pandemia.

A Ibersol registou, nos primeiros seis meses deste ano, lucros de 3,7 milhões de euros, recuperando face ao período homólogo, em que tinha registado prejuízos de 22,9 milhões de euros, segundo relatório divulgado esta terça-feira pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

De acordo com a mesma nota, a empresa considera que, “apesar do exigente contexto vivido no semestre, o desempenho comparável com igual período de 2021, marcado pelo período de confinamento e restrições à mobilidade, traduziu-se num crescimento de 79,5% do volume de negócios consolidado nos primeiros seis meses de 2022, totalizando 242,1 milhões de euros que compara com 134,9 milhões de euros no período homólogo”.

O volume de negócios até junho deste ano superou, inclusivamente, as vendas de 221,3 milhões de euros do primeiro semestre de 2019, período que antecedeu a pandemia.

A Ibersol alertou que, tendo em conta alterações nas rendas dos aeroportos em Espanha e o seu efeito contabilístico, resolveu comparar a maioria dos valores referentes aos resultados do primeiro semestre com os primeiros seis meses de 2019.

Assim, o “EBITDA no primeiro semestre de 2022 ascendeu a 37,6 milhões de euros, representando um aumento de 4,9% face a igual período de 2019”. Nos seis meses de 2021, o valor corrigido de EBITDA foi de 22,2 milhões de euros.

Por sua vez, “os custos com pessoal foram superiores em 4,4% face aos registados no período homólogo de 2019, tendo o peso desta rubrica passado a representar 30,8% do volume de negócios”, adiantou.

O grupo detinha, no final do primeiro semestre, um total de 621 unidades de restauração, um número igual ao que detinha no final de 2021.

Segundo a Ibersol, “em Portugal, depois de um início de ano com uma parte considerável da população confinada, pelo efeito do aumento do número de infetados com a nova variante ómicron, o volume de negócios – excecionando o mês de março – superou o verificado no período pré-pandemia”, referiu a Ibersol.

Por outro lado, “em Espanha, verificou-se uma redução das perdas para níveis inferiores a 5% face a igual período de 2019, por efeito da evolução positiva dos tráfegos nos aeroportos, especialmente nas localizações mais dependentes do turismo”, salientou.

Em Angola, as vendas dos restaurantes traduzem “as variações em moeda local, – que não contemplam os ganhos decorrentes da valorização do Kwanza e continuam a ser os menos penalizados pelo efeito da pandemia”.

Transição para neutralidade carbónica exigirá investimento até 150 biliões de dólares

  • Set 14
  • 0
  • admin
Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 10 de setembro de 2022. Leia o original aqui.

 

Segundo o novo estudo da Boston Consulting Group (BCG), intitulado “The Net-Zero Insurer”, hoje divulgado, “a neutralidade carbónica não é apenas um imperativo climático, mas também empresarial”.

A neutralidade carbónica exigirá que os ativos mais poluentes das várias indústrias sejam reequipados, desmantelados ou vendidos a favor de soluções de baixo impacto carbónico e de tecnologia limpa que exigirão um investimento de até 150 biliões de dólares, foi hoje anunciado.

Segundo o novo estudo da Boston Consulting Group (BCG), intitulado “The Net-Zero Insurer”, hoje divulgado, “a neutralidade carbónica não é apenas um imperativo climático, mas também empresarial”.

“O mercado de seguros está numa posição nevrálgica para promover esta transformação”, afirma o estudo, adiantando que as seguradoras fornecem proteção contra a suspensão do negócio, acidentes de trabalho e aos colaboradores das empresas, sendo por isso uma peça chave para o funcionamento de todos os setores”.

Assim, refere o estudo, as seguradoras “podem, por isso, ajudar as empresas a acelerar o seu caminho para a neutralidade carbónica na forma como estabelecem os preços, oferecem aconselhamento e gerem os pagamentos de sinistros”.

“Esta política, em última instância, é benéfica não só para o planeta, mas também para a prosperidade das seguradoras a futuro”, afirma ainda o estudo.

IVDP premeia comunidade intermunicipal, enólogo e quintas por boas práticas no Douro

  • Set 14
  • 0
  • admin
Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 10 de setembro de 2022. Leia o original aqui.

 

Projeto distingue a Quinta das Murças, o enólogo João Rosa Alves, a Quinta do Portal e a Comunidade Intermunicipal (CIM) Douro pelo trabalho desenvolvido na região.

O Projeto ‘Douro+Sustentável’ do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) distinguiu este sábado a Quinta das Murças, o enólogo João Rosa Alves, a Quinta do Portal e a Comunidade Intermunicipal (CIM) Douro pelo trabalho desenvolvido na região.

Estes prémios foram entregues no dia em que se assinala o Dia Internacional do Vinho do Porto e os 266 anos da criação da mais antiga região demarcada e regulamentada do mundo – Douro Vinhateiro, e reconheceram projetos que se têm destacado pelo desenvolvimento de boas práticas ambientais, sociais e económicas, explicou o IVDP, em comunicado.

“Pretendemos valorizar projetos que contribuem para o desenvolvimento economicamente viável, com boas práticas ambientais e promovendo a elaboração de projetos consistentes que valorizem a proteção da região e do seu património”, disse o presidente do IVDP, Gilberto Igrejas, citado na nota de imprensa.

Com um Plano de Gestão de Biodiversidade e Ecossistemas, a Quinta dos Murças, no Peso da Régua, distrito de Vila Real, foi a distinguida na categoria de viticultura.

Envolvendo vários parceiros dos meios académicos e científicos, a Quinta dos Murças centra-se na avaliação de vários indicadores de biodiversidade e do estado ecológico das vinhas e sua área envolvente, de forma a compreender o impacto das boas práticas de gestão agroecológica na biodiversidade da fauna e flora e na dinâmica das interações entre potenciais pragas e fauna auxiliar.

Já o enólogo João Rosa Alves, da `Menin Wine Company´, localizada em Sabrosa, foi reconhecido na área da enologia, sendo considerado como “um dos mais promissores enólogos da nova geração”, referiu a IVDP.

“Fruto da paixão por Portugal e pelo Douro, a `Menin Wine Company´ lançou recentemente um programa de apoio que visa contribuir para o desenvolvimento da comunidade local e dirige-se a instituições que tenham um papel ativo na comunidade, com projetos de comprovado valor em prol do desenvolvimento social, económico e cultural da região”, salientou.

Por seu turno, a Quinta do Portal, no Porto, foi premiada na área do enoturismo, nomeadamente pela forma como “abraçou o enoturismo, lançando um projeto único que reúne num só local a dupla essência do Douro: a vinha e o vinho”, sustentou.

“Assim nasceram a Casa das Pipas e a Casa do Lagar, situadas por entre vinhedos e permitindo vislumbrar o Douro montanhoso, a que se junta o restaurante e um armazém de envelhecimento de vinhos desenhado pelo arquiteto Siza Vieira, já vencedor do Prémio de Arquitetura do Douro”, frisou o IVDP.

Já a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Douro foi distinguida na categoria revelação pela forma como promoveu a região internacionalmente, tendo sido reconhecida além-fronteiras ao ser escolhida para Cidade Europeia do Vinho em 2023, numa candidatura conjunta de 19 municípios que teve a visão de unir diferentes terras num só território sob o lema `All Around Wine, All Around Douro´ (Tudo à volta do vinho, à volta do Douro).

Financiamento climático do Banco Mundial sobe 19% para 31,7 mil milhões de dólares

  • Set 13
  • 0
  • admin
Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 10 de setembro de 2022. Leia o original aqui.

 

O Banco Mundial financiou, no ano fiscal que terminou em junho, 31,7 mil milhões de dólares em iniciativas para combater e mitigar as alterações climáticas. Um novo recorde.

O Banco Mundial financiou, no ano fiscal que terminou em junho, 31,7 mil milhões de dólares em iniciativas para combater e mitigar as alterações climáticas, mais 19% que no ano anterior, um novo recorde.

O Banco Mundial financiou, no ano fiscal que terminou em junho, 31,7 mil milhões de dólares em iniciativas para combater e mitigar as alterações climáticas, mais 19% que no ano anterior, um novo recorde.

“O Grupo Banco Mundial garantiu um recorde de 31,7 mil milhões de dólares [31,3 mil milhões de euros] no ano fiscal de 2022 para ajudar os países a lidarem com as alterações climáticas, um aumento de 19% face aos 26,6 mil milhões de dólares [26,3 mil milhões de euros], o maior montante de sempre, alcançado no ano fiscal anterior”, lê-se num comunicado da instituição financeira multilateral.

“Vamos continuar a dar soluções ao financiamento em comum da comunidade global para financiar projetos à escala e com impacto que reduzam as emissões nocivas para o ambiente, melhorem a resiliência e facilitem a atuação do setor privado”, comentou o presidente do Banco Mundial, David Malpass, citado no comunicado.

Os montantes em causa foram desembolsados entre 1 de julho de 2021 e 30 de junho de 2022, representando 36% do total de financiamento dado pelo Banco Mundial, o que “ultrapassa o Plano de Ação sobre a Mudança Climática de 2021 a 2025, que previa que 35% de todos os desembolsos do banco fossem para a ação climática”.

 

Casa Davolta: um toque andaluz à beira da praia do Guincho

  • Set 13
  • 0
  • admin
Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 10 de setembro de 2022. Leia o original aqui.

 

A um passo da famosa – nem sempre pelas melhores razões – Quinta da Marinha e a dois da telúrica praia do Guincho, encontrámos há tempos, no lugar de Areia, nos arrabaldes de Cascais, um tesouro de restaurante, o Casa Davolta.

Um projeto que passou pelas agruras da pandemia, que vai singrando pela mão do jovem casal formado pela portuguesa Vera Rente e pelo ‘chef’ de raízes andaluzas – e também asturianas – Javier Mendéz. Chegamos como se entrássemos numa aldeia, apesar do excesso automóvel, e deparámo-nos com uma vivenda toda acolhedora. Também há uma esplanada com mesas cá fora, assim o clima o permita. Lá dentro, na sala, é como se estivéssemos em casa. E aqui manda Vera, num espaço acolhedor, elegante, sofisticado, mas descontraído. A servir as ‘invenções’ arejadas do ‘chef’, plenas de técnica, que nos apresenta na mesa visões que nos parecem simples, mas recheadas de uma complexidade, de uma inspiração e de uma sabedoria que só o tempo e a experiência permitem. Porque, na verdade, nada disto será simples.

Vamos por partes. Experimentámos o menu de degustação mais longo, com dez propostas (o mais curto com sete opções). Antes disso, pão alentejano da Gleba, com manteiga fumada. Depois, sim, ‘ajo blanco’, uma sopa fria de amêndoa, com trocinhos descascados de gamba rosada da costa portuguesa e uvas, muito frescas, seccionadas e depeladas. O marisco firme na carne, permitindo o contraste com os restantes sabores e temperaturas.

Será uma constante deste menu. Seguimos para outra bela combinação do ‘chef’, ostra da Ria Formosa com pedacinhos de maçã verde, com sumos misturados dos dois ingredientes, como se fosse um ‘cocktail’ sem álcool, aliando o sal do marinho e o adocicado/acidulado da fruta. Mais uma bela parceria, antecedendo o lombo de sardinha fumada com salada iódica, crocante de alga, ou alface do mar, creme (divinal) de navalheira (ou lingueirão), espuma gelada de manjericão e alho negro. Mais uma combinação espetacular de sabores e não só. Adiante, uma ‘ensaladilla’, uma espécie de ‘tapa’ espanhola, que inclui batata e maionese, costumando ser bastante cremosa. Só que aqui, no Casa Davolta, mantendo o império do cremoso, a ‘ensaladilla’ é de santola, abacate e ‘chipotle’, com o picante a acentuar a maresia do bicho. Tudo a acompanhar com uma versão de um tipo de pão andaluz, o ‘regaña’, em tiras estaladiças.

Seguimos com um prato de acelgas, presunto e biscoito de  avelã queimado e café. Mais uma vez, os sabores bem juntos, mas permitindo o seu saboreio diferenciado. E terminámos este capítulo memorável com outra gratificante surpresa: o lavagante azul, espinafres e cogumelos.

Nos pratos principais, dourada selvagem na brasa, com mostarda silvestre (com a fabulosa erva capuchinha) e uma misteriosa espuma gelada branca… de tomate. Nas carnes, pombo, também na brasa, puré de favas e uma conchinha de ‘mole’, uma receita de origem mexicana à base de cacau, mas que incorpora cerca de 50 ingredientes e que faz toda a diferença. No bom sentido gustativo, claro.

É costume dizer-se que a cereja é o topo do bolo – e da refeição – e isso confirmou-se. Para sobremesa de estalo, sem destoar de todo o prévio menu, desfrutámos de uma salada de fruta da dita cereja e de amêndoa amarga._Mais uma proposta surpreendente e agradável: um brioche, com cacau, pistáchio, ‘ganache’ de chocolate e espuma de favas e de menta. E há toda uma outra ementa desafiante para descobrir. Vinhos a preceito, a maioria nacionais, a fazer jus às boas maridagens entre prato e copo.

Bravo!, apetece dizer a este casal que fez do Casa Davolta um projeto de vida, em que o respeito pelo produto não precizsa de ser apregoado e a inovação, misturando elementares da cozinha lusitana com um toque andaluz, resultam numa alternativa apetecível, criativa e única. Aviso à navegação: o chef Javier Mendéz está habituado a trabalhar em casas estreladas pela Michelin…

Ficha técnica

Restaurante: Casa Davolta

Morada: Areia, Rua de São José, nº 353, 2750-072, Cascais

Horário: De 3ª a sábado, almoços das 12h45m às 14h30m, e Jantares das 19h às 21h30m

Reservas: Tlfs + 351 21 116 48 92 e + 351 96 104 82 98; Mail: restaurante@casadavolta.pt

Zero diz que Espanha está a secar rios em Portugal e pede caudais ecológicos

  • Set 12
  • 0
  • admin
Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 9 de setembro de 2022. Leia o original aqui.

 

Associação defende a necessidade de serem definidos caudais ecológicos capazes de assegurar a conservação dos ecossistemas.

A associação ambientalista Zero alertou esta sexta-feira que Espanha está a secar os rios internacionais portugueses, sendo o Douro o mais prejudicado, e defendeu a necessidade de serem definidos caudais ecológicos capazes de assegurar a conservação dos ecossistemas.

A situação causada pela seca no Tejo e em todos os rios internacionais “deve conduzir os governos de Espanha e de Portugal (…) a alinhar num planeamento e gestão das bacias hidrográficas que estabeleça verdadeiros caudais ecológicos”, defende a Zero, em comunicado, ao fazer um balanço dos caudais dos três principais rios internacionais portugueses: Douro, Tejo e Guadiana.

“De momento, encontram-se em discussão pública os Planos de Gestão de Região Hidrográfica para o período 2022-2027 e esta é a altura certa para uma concertação entre os dois países”, sustentou a associação ambientalista.

De acordo com a avaliação da Zero, que usou dados do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos registados até 03 de setembro, no Douro há um terço do volume de água em falta face ao estabelecido nas convenções.

”Espanha tinha transferido 2.331 hectómetros cúbicos de água desde 01 de outubro de 2021, quando o caudal anual é de 3.500 hectómetros cúbicos, faltando assim cera de 1.169 hectómetros cúbicos, cerca de 33% do total devido”, lê-se no documento, em que a associação adverte que “tendo os caudais das últimas semanas variado entre 1,5 e 4,5 hectómetros cúbicos/dia e não se tendo alterado substancialmente a situação meteorológica, é obviamente impossível perfazer o volume de água em falta”.

No Tejo, é também “praticamente certo” que Espanha “vai ter de alegar” o regime de exceção por incumprimento do caudal anual, segundo a organização, uma vez que, em situações de seca, está previsto que Espanha possa não entregar os caudais a Portugal.

Os dados recolhidos em 03 de setembro para o caudal afluente à Barragem de Fratel revelaram que estavam em falta cerca de 15 por cento (393 hectómetros cúbicos) do caudal anual fixado (2.700 hectómetros cúbicos).

O Guadiana esteve 20 dias sem atingir o caudal mínimo diário e 17% aquém do mínimo anual no início de setembro, com Espanha a invocar situação de exceção para não cumprir os caudais.

“Espanha tem de garantir um valor médio diário de dois metros cúbicos por segundo e desde 01 de outubro de 2021 até 03 de setembro houve 20 dias em que tal não aconteceu. Mais uma vez, apesar da enorme capacidade da albufeira de Alqueva, no longo prazo, uma expansão do regadio pode estar em risco com estas restrições associadas a situações de seca mais frequentes e extremas”, alerta a Zero no comunicado.

A avaliação foi feita a algumas semanas do fim do ano hidrológico, que se estende de 01 de outubro de 2021 a 30 de setembro de 2022, com base nas estações hidrométricas previstas ou equivalentes na Convenção sobre a Cooperação para a Proteção e o Aproveitamento Sustentável das Águas das Bacias Hidrográficas Luso-Espanholas.

António Guedes, patriarca da Quinta da Aveleda, morre aos 83 anos

  • Set 12
  • 0
  • admin
Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 9 de setembro de 2022. Leia o original aqui.

 

Após adquirir o cargo de administrador da Quinta da Aveleda, juntamente com o seu irmão Luís, e depois com o seu outro irmão Roberto, António Guedes cimentou o caminho para tornar a empresa num dos maiores nomes de produção de vinho verde em Portugal e no mundo.

António Guedes, patriarca da Quinta da Aveleda, faleceu esta quinta-feira aos 83 anos. Com um legado de mais de 150 anos na produção e venda de Vinho Verde, a Quinta da Aveleda constitui o maior produtor e exportador da região, para o qual António Guedes dedicou 45 anos da sua carreira.

António Alves Machado Guedes esteve à frente da administração da Quinta da Aveleda desde o final dos anos 60. Era filho de Roberto van Zeller Guedes, tomando rédeas da companhia após a morte do seu pai exercendo funções de diretor técnico enquanto frequentava o ensino militar.

Após adquirir o cargo de administrador da Quinta da Aveleda, juntamente com o seu irmão Luís, e depois com o seu outro irmão Roberto, António Guedes cimentou o caminho para tornar a empresa num dos maiores nomes de produção de vinho verde em Portugal e no mundo (a empresa exporta atualmente para 70 mercados internacionais).

Hoje, a liderança da Quinta da Aveleda é responsabilidade dos seus primos Martim Guedes e António Guedes, descendentes da quinta geração da Família Guedes, e o espaço compreende uma área de 450 hectares na Região dos Vinhos Verdes. A empresa vendeu no ano passado 21,5 milhões de garrafas e faturou 44 milhões de euros.

Das marcas mais conhecidas pertencentes à Quinta Aveleda, destaque para Casal Garcia, Adega Velha, Quinta Vale D. Maria, Aguieira e Arco e Villa Alvor, entre outras.

A direção da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) escreveu na sua página de Facebook um voto de pesar pelo falecimento de António Guedes, afirmando que foi “uma das maiores figuras da Região dos Vinhos Verdes e do sector do vinho português.”

“A Região dos Vinhos Verdes despede-se de um dos seus nomes maiores com um imenso sentido de gratidão e respeito pelo contributo e inspiração que o Eng.º António Guedes nos deixa”, diz ainda a nota, o qual foi assinada por Dora Simões, a atual presidente da CVRVV, e pelos vogais Óscar Meireles e Rui Pinto.

Foi em 1947 que a Sociedade Agrícola da Quinta da Aveleda foi fundada, já estando sob posse da família Guedes desde o século XVII.

Autoridade da Concorrência dá ‘luz verde’ à venda da Burger King

  • Set 9
  • 0
  • admin
Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 8 de setembro de 2022. Leia o original aqui.

 

A notificação da operação de concentração de empresas à AdC foi feita em 8 de agosto, dando conta da aquisição pela Restaurant Brands Iberia (RBI) do controlo exclusivo sobre a Iber King Restauração e sobre a Lucra, atualmente detidas pelo Grupo Ibersol, e sobre um conjunto de estabelecimentos que operam em Portugal e Espanha sobre a marca Burger King, do mesmo grupo.

A Autoridade da Concorrência (AdC) deu ‘luz verde’ à compra pela Restaurant Brands Iberia do controlo exclusivo da Iber King e da Lurca, do grupo Ibersol, e da marca Burger King, segundo informação disponível no ‘site’ do regulador da concorrência.

“Em 6 de setembro de 2022, o Conselho de Administração da Autoridade da Concorrência, no uso da competência que lhe é conferida […], deliberou adotar uma decisão de não oposição à presente operação de concentração, nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 50.º da Lei da Concorrência, uma vez que a mesma não é suscetível de criar entraves significativos à concorrência efetiva no mercado nacional ou em parte substancial deste” , lê-se na nota publicada na página da AdC na internet.

A notificação da operação de concentração de empresas à AdC foi feita em 8 de agosto, dando conta da aquisição pela Restaurant Brands Iberia (RBI) do controlo exclusivo sobre a Iber King Restauração e sobre a Lucra, atualmente detidas pelo Grupo Ibersol, e sobre um conjunto de estabelecimentos que operam em Portugal e Espanha sobre a marca Burger King, do mesmo grupo.

A RBI é ativa na restauração de serviço rápido sob a marca Burger King e detém 27 estabelecimentos de restauração rápida em Portugal, sendo controlada pela Cinven, empresa internacional de ‘private equity’.

A Iberking explora estabelecimentos de restauração rápida em Portugal, que operam sob a marca Burger King, bem como a Lurca, mas em Espanha.

Em 3 de agosto, a RBI anunciou a conclusão da compra dos 158 restaurantes da cadeia Burger King da Ibersol, em Portugal e Espanha, por 260 milhões de euros.

A RBI, que integra os direitos de exploração como ‘master franchise’ para Portugal e Espanha das marcas Burger King, Tim Hortons e Popeyes, salientou que o acordo com a Ibersol foi alcançado “após meses de negociação”.

Esta operação “inclui a integração de 121 restaurantes em Portugal e 37 em Espanha, o que aumentará o número de espaços próprios da RB Iberia para 775, dos quais 722 correspondem ao Burger King”, adiantou o grupo.

Em Portugal, a marca Burger King tem atualmente 164 restaurantes, dos quais 137 franchisados e 27 próprios.

No ano passado, as vendas da marca em Portugal atingiram os 145 milhões de euros.

As vendas totais do Burger King Espanha superaram os 1.000 milhões de euros no ano passado (quase 30% mais que no período anterior), tendo recuperado os números pré-pandemia em tempo recorde.

Ucrânia: Putin quer impedir exportação de cereais ucranianos para a Europa (com áudio)

  • Set 9
  • 0
  • admin
Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 6 de setembro de 2022. Leia o original aqui.

 

“Excluindo a Turquia como mediadora, praticamente todos os cereais que saem da Ucrânia não vão para os países mais pobres, mas para a Europa”, disse hoje Putin.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que vai falar com o seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, para exigir que os cereais ucranianos se dirijam para “os países mais pobres” e não para a Europa.

“Excluindo a Turquia como mediadora, praticamente todos os cereais que saem da Ucrânia não vão para os países mais pobres, mas para a Europa”, disse hoje Putin.

O Presidente russo, que falava durante a sessão parlamentar do VII Fórum Económico Oriental, em Vladivostok, disse que “apenas dois em 87 navios foram para países em desenvolvimento. Sessenta mil toneladas de 2 milhões”.

“Vale a pena pensar em como limitar os destinos de exportação de cereais e outros alimentos por esta rota. De certeza que falarei sobre isso com o Presidente da Turquia, (Recep Tayyip] Erdogan”, disse o líder russo.

Na terça-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, acusou o Ocidente de quebrar o acordo internacional de Istambul, ao impedir a exportação de cereais e fertilizantes russos através do Mar Negro.

“Os nossos colegas ocidentais não estão a fazer o que nos foi prometido pelo secretário-geral da ONU [António Guterres]”, disse Lavrov, numa conferência de imprensa.

O ministro russo acusou os países ocidentais de se recusarem a tomar medidas para “levantar sanções logísticas que obstruem o livre acesso aos cereais e aos fertilizantes (russos) no mercado mundial”.

Lavrov sublinhou que Moscovo está a trabalhar com a ONU para cumprir integralmente os acordos alcançados em julho em Istambul, que criaram um corredor marítimo da costa ucraniana – que foi bloqueada pelos russos após a invasão na Ucrânia em 24 de fevereiro – ao Mediterrâneo para a exportação de cereais ucranianos.

O acordo, selado com a mediação do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pressupunha também o fornecimento de cereais e fertilizantes russos através do Estreito de Bósforo.

Várias dezenas de navios com produtos ucranianos partiram dos portos de Odessa, Chornomorsk e Pivdenny, localizados no Mar Negro.

A Rússia – que transformou o Mar de Azov num oceano interior ao tomar os portos ucranianos de Mariupol e Berdyansk – sustenta que a sua capacidade de exportação é muito maior em relação à da Ucrânia, tornando os seus suprimentos cruciais para evitar uma crise global de alimentos.

Alguns países, especialmente os africanos, pediram o levantamento das sanções que afetam as exportações russas de cereais.

A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os setores, da banca à energia e ao desporto.

Na guerra, a ONU apresentou como confirmados 5.587 civis mortos e 7.890 feridos, sublinhando que os números reais são muito superiores e só serão conhecidos no final do conflito.