CONFAGRI quer debater com o Ministério os constrangimentos do sector

  • Mar 17
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 12 de março de 2022. Leia o original aqui

 

A confederação do sector agrícola considera que o impasse internacional e as dificuldades que já foram antecipadas em torno da questão alimentar devem levar as autoridades a repensar a envolvente que enquadra a atividade.

A CONFAGRI, Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal, reúne na próxima segunda-feira com a ministra da Agricultura, estando agendados dois temas principais: situação da seca em Portugal e o ponto de situação da guerra na Ucrânia.

A reunião realiza-se “num período de grande complexidade económica e social com imprevisíveis consequências para a agricultura, para a produção nacional e para a economia das famílias portuguesas”, refere a confederação em comunicado.

Os preços das matérias-primas, as cadeias de abastecimento, os combustíveis e os preços ao consumidor passam por um período inflacionado de contornos indefinidos. “Esta é a oportunidade para se repensar algumas políticas públicas e as estratégias que vêm sendo seguidas, nomeadamente as referentes à desvalorização da produção nacional, à fobia agro-ambientalista, à distribuição das mais-valias ao longo da cadeia agroalimentar, à origem das matérias-primas e da energia importadas”, refere ainda o comunicado.

O presidente da CONFAGRI, Manuel dos Santos Gomes, defende que “o Pacto Ecológico e a Estratégia do Prado ao Prato devem ser repensados, o Plano Estratégico para a Agricultura a aplicar entre 2023 e 2027 deve ser ajustado valorizando a produção nacional, que as medidas de cariz ambiental devem ser suspensas ou minoradas e que a PARCA – Plataforma de Acompanhamento das Relações na Cadeias Agroalimentar deve ser repensada e reequilibrada a distribuição das mais valias, com mecanismos que protejam a produção nacional e o rendimento dos produtores”.

Estas são razões “mais que suficientes para que o futuro Ministério da Agricultura venha a tutelar também as políticas públicas referentes à alimentação”. “A atual crise veio pôr a nu muitos dos estrangulamentos, equívocos e a necessidade de ajustamento e adequação de políticas públicas aplicáveis à agricultura europeia e nacional”, refere a confederação.