Ibersol dispara mais de 11% com negociações para vender Burger King

  • Mar 15
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 11 de março de 2022. Leia o original aqui

 

 

A Ibersol, ainda dona dos restaurantes da Burger King, está a ganhar mais de 11% na abertura da última sessão da semana. A Europa acordou mista e o mercado petrolífero apresenta ganhos ligeiros inferiores a 2% com o petróleo a negociar abaixo de 115 dólares por barril.

A bolsa portuguesa (PSI20) está esta sexta-feira, 11 de março, a abrir a sessão em terreno positivo. A praça lisboeta abre a subir 0,52% para 5,553.56 pontos.

A Ibersol inicia o dia a somar 11,46% para 5,64 euros depois de anunciar, ao dia de ontem, que iniciou as negociações para vender a cadeia de fast food Burger King por 250 milhões de euros. A cotada, em vésperas de abandonar o PSI20 (21 de março), negoceia a venda dos restaurantes em regime de exclusividade com a Restaurant Brands Iberia, a empresa que já tinha apresentado uma proposta de compra não vinculativa em fevereiro. De relembrar que a Ibersol possui 157 Burger Kings na Península Ibérica, 119 em Portugal e 38 em Espanha.

“A Ibersol entrou em negociações exclusivas para alienar os 119 restaurantes da Burger King em Portugal e Espanha à Restaurant Brands Iberia. O valor em cima da mesa é de 250 milhões de euros, 20 milhões de euros acima do valor proposto inicialmente pela masterfranchiser da Burger King em Portugal e Espanha. O novo valor fica também acima da capitalização bolsista da Ibersol, que fechou ontem em 232 milhões de euros. Hoje as ações abriram a subir mais de 10%. Em entrevista ao Cinco Dias, o CEO da Restaurant Brands Iberia afirmou que o acordo estava a avançar, esperando ser possível fechá-lo em breve”, indica o BA&N Research Unit na análise matinal.

A Corticeira Amorim sobe 2,55% para 9,65 euros, a Novabase ganha 2,27% para 4,95 euros, a Pharol avança 2,20% para 0,08 euros, a Mota-Engil soma 2,22% para 1,29 euros, a Sonae valoriza 0,73% para 0,97 euros, a REN ganha 0,75% para 2,70 euros, a Ramada cresce 0,29% para 7 euros, a Semapa sobe 0,18% para 11 euros e a EDP soma 0,19% para 4,33 euros.

Nas perdas, destaca-se a Jerónimo Martins, que recua 1,69% para 18,34 euros e a Galp a perder 0,18% para 11,14 euros. De relembrar que a Jerónimo Martins está a perder terreno há dois dias, desde que anunciou um crescimento dos lucros em 48% face a 2020, sendo que a Polónia representou o maior mercado.

Na abertura da sessão, a Europa está a negociar em terreno misto. O alemão DAX ganha 0,36%, o francês CAC desce 0,07%, o espanhol IBEX cresce 0,65%, o britânico avança 0,59% e o italiano ganha 0,09%. O Euro Stoxx segue a desvalorizar 0,04% para 3.651,50 pontos.

No mercado petrolífero, o Brent soma 1,58% para 111,03 dólares e o WTI ganha 1,33% para 107,40 dólares, continuando a verificar-se descidas face aos ganhos dos dias anteriores em que quase atingiu os 140 dólares por barril. O gás natural está no ‘verde’ a valorizar 0,69% para 4,663 dólares.

No mercado cambial, o euro perde 0,01% para 1,0981 dólares e a libra esterlina avança 0,02% para 1,3085 dólares.

“As decisões do BCE e a inflação nos EUA mostram que a guerra não vai afastar os bancos centrais da normalização da política monetária. Os mercados abriram a última sessão da semana em modo de alívio na aversão ao risco que se verificou na sessão de ontem, que foi marcada pelo regresso da inflação ao topo das preocupações dos investidores”, indica o BA&N Research Unit.

“As ‘yields’ das obrigações seguem estáveis e os índices acionistas europeus estão a recuperar ligeiramente das fortes quedas da véspera, uma sessão que ficou marcada pela surpresa do Banco Central Europeu na remoção de estímulos e por um novo recorde de 40 anos na inflação dos Estados Unidos, o que levou os investidores vender ações e obrigações soberanas”, sustenta a entidade.

“Ao contrário do que aguardavam a maioria dos economistas, a autoridade monetária europeia avançou com a redução mais célere do programa de compra de ativos, que deverá terminar no terceiro trimestre, mostrando que a guerra na Ucrânia não vai afastar o banco central do processo de normalização da política monetária devido à escalada da inflação. Ainda assim, no seu discurso, o BCE alterou a linguagem para o momento em que deverá começar a aumentar os juros. Tensiona agora subir os juros ‘algum tempo depois’ do fim das compras de ativos, quando antes falava em ‘pouco’ depois”.