Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 16 de abril de 2022. Leia o original aqui.
Em março, o aumento dos preços em França deveu-se principalmente ao aumento dos preços da energia e em Itália ficou abaixo das estimativas publicadas no final de março que apontavam para um aumento de 6,7%.
A inflação homóloga em França subiu para 4,5% em março, nove décimos acima da inflação de fevereiro, principalmente devido ao aumento dos preços da energia, segundo resultados definitivos do Instituto Nacional de Estatística (INSEE) divulgados esta sexta-feira.
O aumento da energia passou de 21,1% em fevereiro para 29,2% em março, especialmente por causa dos derivados de petróleo, cujo aumento passou de 26,9% para 43,5%, revelou o INSEE em comunicado. Os preços da eletricidade, que em fevereiro tinham aumentado 4,9% nos últimos 12 meses, subiram 6% em março, enquanto a subida no gás desacelerou de 47,1% para 41,3% no mesmo período.
Além de energia, o sector alimentar (a subida acentuou de 2,1% para 2,9%) e os serviços (de 2,2% para 2,3%) também registaram em março maiores subidas, contribuindo para a subida da inflação. No entanto, o aumento de preço dos produtos manufaturados registou uma ligeira descida, de 2,2% para 2,1%, no mesmo período.
Em Itália, a taxa de inflação em Itália subiu 6,5% em março face ao mesmo mês de 2021 e 1% em fevereiro, ficando abaixo das estimativas publicadas no final de março que apontavam para um aumento de 6,7%.
O instituto nacional de estatística italiano (Istat), citado pela agência noticiosa Efe, explicou que a revisão dos cálculos se deveu às medidas adotadas pelo Governo para reduzir o IVA sobre o gás (em vigor desde outubro de 2021) e os impostos especiais sobre os combustíveis — em particular na redução do imposto sobre os combustíveis desde 22 de março, que conteve o crescimento do preço deste grupo.
O Istat justificou esta taxa de inflação com o aumento dos preços dos bens energéticos – que aumentaram de 45,9% em fevereiro para 50,9%.
O instituto abordou também o aumento nos preços dos alimentos transformados (3,1% em fevereiro para 3,9% em março) e dos alimentos não transformados (que subiram de 6,9% para 8%). Com esta tendência, a inflação para 2022 deverá ser de 5,2%, menos 0,1 pontos percentuais que a estimativa anterior.
O índice harmonizado de preços no consumidor (IHPC) – que mede a evolução dos preços com o mesmo método em todos os países da zona euro — subiu para 2,4% em março e 6,8% em termos anuais.