Preço dos cereais dispara com receios sobre impacto da invasão russa à Ucrânia

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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 24 de fevereiro de 2022. Leia o original aqui

 

A cotação do trigo (milling wheat) para entrega em março estava, há pouco, a subir mais de 17%, enquanto o milho avançava mais de 12%.

O preço dos cereais está a disparar, depois de a Rússia ter invadido a Ucrânia durante a madrugada. A pressionar este mercado estão os receios de que este passo possa prejudicar as exportações daqueles que são dois grandes produtores desta matéria-prima.

A cotação do trigo (milling wheat) para entrega em março estava, há pouco, a subir mais de 17% para os 337,25 euros por tonelada métrica, segundo dados da Barchart.

Já o milho para entrega em março estava a valorizar mais de 12% para 300 euros por tonelada métrica, tendo chegado aos 304 euros por tonelada métrica durante a sessão desta quinta-feira.

Este é um dos mercados que será afetado pelo conflito entre a Rússia e a Ucrânia. À agência Lusa, Henrique Tomé, analista da correctora XTB, salientou, na quarta-feira, que “tanto a Rússia como a Ucrânia têm um papel importante no que diz respeito à exportação de cereais à escala mundial”, com ambos a representarem cerca de 30% da exportação. O trigo, estima o analista, “é dos cereais que poderá registar a maior subida dos preços”, que “já subiram cerca de 9% este ano”.

Também o milho deverá registar um aumento de preço, alertou Mário Martins, membro do conselho de administração da correctora ActivTrades CCTVM, justificando a previsão com o facto de a Ucrânia ser “o sexto maior” produtor mundial. Alerta, contudo, que a oscilação de preços dos cereais está pendente do resultado do impasse. “No pior cenário, será substancialmente maior, desde logo porque alia a questão do aumento de custos energéticos, dado que o preço do petróleo irá disparar também”.