Redução do consumo de água e utilização de energia solar

  • Out 21
  • 0
  • admin

Frederico Falcão, presidente da ViniPortugal, considera que “as alterações climáticas e a incerteza económica provocada pela pandemia do Covid-19, trouxeram novos desafios, novas necessidades e novas exigências dos consumidores”. Em declarações exclusivas ao Jornal Económico, este responsável defende que, “nesta nova era, consciencializar será o primeiro passo deste processo”. “Todos sabemos que a água e a energia são os elementos que representam uma grande parte da pegada ecológica na produção de vinho, como tal, falar sobre a gestão destes dois recursos e compreender o ‘estado de sítio’ do sector nesta vertente é fundamental para nós numa primeira fase”, alerta Frederico Falcão.
No seu entender, “a indústria do vinho obedece a normas e critérios na sua produção, que começam nos dias de hoje a ter em conta programas de sustentabilidade, através da adopção de modelos e procedimentos mais amigos do ambiente”. “Deste modo, estaremos orientados para as adegas e vinhas do futuro, onde a preocupação com a sustentabilidade vai ter, com toda a certeza, um peso significativo. Contribuir para a eficiência dos recursos ou expor soluções nesta área, como, por exemplo, a utilização de painéis solares ou a redução do rácio de litro de água por garrafa de vinho produzida é mostrar o que poderemos entregar, de forma palpável, para reforçar a atividade do sector vitivinícola em matéria de sustentabilidade. Outro desafio a enfrentar prende-se com uma distribuição mais sustentável do vinho, cujo desafio será colossal”, assinala o presidente da ViniPortugal.
Frederico Falcão refere ainda que, “numa outra esfera importa qualificar e reconhecer os produtores que assumem modelos mais sustentáveis, incluindo aqui as três vertentes da sustentabilidade: ambiental, económica e social”. “Com isto, inspirar e incentivar todos os produtores de vinho a seguirem o mesmo caminho, num espírito de reconhecimento que levará certamente, a longo prazo, a um sector mais orientado para o futuro do planeta, mas também para responder às preocupações dos consumidores”, acredita.
Sobre como é que o sector do vinho pensa lidar com a crescente relevância das novas tecnologias, Frederico Falcão recorda que, “ao longo das últimas décadas, o enorme desenvolvimento tecnológico usado no sector vitivinícola deu provas suficientes que nos torna mais competitivos, enquanto colectivo e individual”. “A inovação tecnológica é uma das ferramentas que muito tem ajudado a impulsionar a indústria do vinho, seja para facilitar e acelerar processos ou para melhorar produtos. Confirmamos esta realidade, especialmente no momento em que apresentamos os vinhos portugueses noutros mercados e percebemos que os mais procurados são em alguns casos, os vinhos inovadores. Entregar vinhos diferenciados, mantendo a qualidade é uma das actuais exigências dos consumidores e é este o grande desafio dos produtores hoje em dia. Como tal, o sector vitivinícola tem de responder à altura”, avisa o líder da ViniPortugal.
Para este responsável, “o grande nível de conhecimento adquirido no sector vitivinícola tem-nos ajudado a minimizar o nosso impacto sobre o planeta, seja na busca de variedades de uva ou clones de algumas variedades mais resistentes às alterações climáticas e, com isto, redução da quantidade de água usada na rega, ou na redução de fitofármacos usados na vinha”.
“Vemos, portanto, a tecnologia e o conhecimento enquanto os melhores aliados do sector vitivinícola, que nos ajudam a aprimorar processos e a elevar a qualidade dos nossos vinhos, permitindo-nos ser reconhecidos mundialmente e, em paralelo, tornando-nos mais sustentáveis de dia para dia”, conclui.