Federação Portuguesa de Associação de Suinicultores (FPAS) deu quinze dias ao executivo para responder as exigências feitas em novembro e ameaça com novas formas de luta.
Segundo David Neves, presidente da FPAS, em declarções à agência Lusa “o sector não tem condições para esperar mais tempo”. O dirigente falou do risco de “colapso” da produção no fim de uma reunião da federação em Leiria. “Os suinicultores vieram confirmar aquilo que eram as reivindicações da Federação à tutela e apoiar os pedidos feitos. Damos um prazo de 15 dias para que o Governo se pronuncie sobre estas medidas, porque o setor não tem condições para esperar mais tempo”
Entre os problemas apontados destaca-se a quebra de exportações para a China e o “aumento substancial dos preços dos custos de produção, motivado pelo aumento dos preços dos cereais, dos combustíveis e da energia e a redução dramática dos preços pagos aos produtores que ultrapassa os 40%”.
David Neves relembrou as medidas propostas à ministra da Agricultura a 29 de novembro e discutidas “há oito dias” com o secretário de Estado : “uma linha de apoio à tesouraria imediata, redução daquilo que definimos como energia verde, o apoio à energia, porque temos dos combustíveis mais caros da Europa, a suspensão da Taxa Social Única durante um ano e agilizar todo o processo de abertura de novos mercados”. Sublinhou ainda que “Portugal tem de seguir o exemplo dos restantes parceiros da União Europeia e criar condições para que este setor não desapareça nos próximos dias”, referindo o pacote de ajudas “na ordem dos 90 milhões de euros” atribuído na Polónia e de “270 milhões de euros” em França.
A FPAS apelou ainda ao ministro dos Negócios Estrangeiros para ajudar a abrir “novos mercados para que os produtores nacionais possam também fazer o que sabem: produzir bem” relembrando que “somos competitivos, produzimos ao nível do melhor que se faz no mundo”.
Por fim David Neves dirigiu-se às grandes cadeias de distribuição exortando a que parem “com as sucessivas campanhas de promoção à carne de porco, que em nada ajudam a produção nacional e este prejuízo que o setor está a ter não se está a refletir nos consumidores”.
Caso não haja resposta atempada por parte do executivo o representante da FPAS afirma que “temos de voltar a juntar-nos aqui e tomar uma decisão sobre medidas que possamos vir a tomar no sentido de exigir o cumprimento urgente destas medidas”.