Categoria: Notícias

Associação de Produtores da Banana da Madeira diz que Governo Regional “escraviza” o sector

  • Jul 25
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 18 de julho de 2022. Leia o original aqui.

 

“O governo diz que paga a ‘tempo e a horas’, mas não diz que é após mês e meio do corte da banana e que está a roubar 0,30 euros/Kg de banana desde a sua constituição”, acusa a ABAMA.

A Associação de Organizações de Produtores da Banana da Região Autónoma da Madeira, ou ABAMA, mostrou preocupação pela conduta do Governo Regional da Madeira em relação à banana, afirmando que o executivo regional está a “rebentar e escravizar” o sector.

A associação critica a forma como o Governo Regional criou a empresa pública GESBA, informando ainda que o valor pago ao produtor de banana por categoria é inferior em média 0,30 euros/kg em relação ao ano 2005, e que o custo de produção aumenta todos os anos (adubos, água de rega, gasóleo, mão-de-obra, segurança social, entre outros custos).

“O governo diz que paga a ‘tempo e a horas’, mas não diz que é após mês e meio do corte da banana e que está a roubar 0,30 euros/Kg de banana desde a sua constituição”, acusa a ABAMA.

A associação critica ainda o facto da banana ser enviada para a Meia-Serra, “deixando-a apodrecer em cima da terra com mais de 6/7 semanas no verão, prejudicando o agricultor que não recebe dinheiro pelo seu trabalho e o consumidor final que fica impedido de conseguir um preço mais acessível”, explica, acrescentando que “só quem não trabalha com suor, pode ficar indiferente a este desperdício”.

“A ABAMA pede respeito pelo sofrimento dos agricultores ‘sem voz’, ‘acorrentados’ ao monopólio único em todo o espaço Europeu permitindo a comercialização de produtos agrícolas por uma empresa pública, e, não por uma organização ou agrupamento de agricultores”, exprime a associação, acrescentando que a GESBA “explora mais os bananicultores do que os ‘senhorios’ exploravam os ‘caseiros’ no tempo da ditadura.

 

Ucrânia. Governo da Madeira pretende criar “reserva de cereais”

  • Jul 22
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 16 de julho de 2022. Leia o original aqui.

 

“Estamos a trabalhar para operacionalizar uma reserva estratégica e assegurar que a região é abastecida deste bem de primeira necessidade”, disse o governante, em audição na Comissão de Economia, Finanças e Turismo da Assembleia Legislativa, no Funchal.

O Governo da Madeira pretende criar uma “reserva de cereais” para enfrentar eventuais dificuldades de abastecimento devido ao conflito militar entre a Rússia e a Ucrânia, indicou hoje o secretário regional das Finanças, Rogério Gouveia.

“Estamos a trabalhar para operacionalizar uma reserva estratégica e assegurar que a região é abastecida deste bem de primeira necessidade”, disse o governante, em audição na Comissão de Economia, Finanças e Turismo da Assembleia Legislativa, no Funchal.

De acordo com um comunicado emitido pelo parlamento madeirense, Rogério Gouveia explicou que a medida está incluída no pacote de alterações ao Orçamento Regional, que será debatido em plenário na quarta-feira.

“O preço do pão e das massas alimentícias resulta muito do abastecimento e do preço dos cereais entregues à região”, alertou governante, vincando que o executivo regional (PSD/CDS-PP) está a preparar um conjunto de medidas para travar as eventuais consequências económicas do conflito entre Rússia e Ucrânia.

“No setor primário vão ser introduzidos apoios às rações, à manutenção dos animais e à pecuária”, refere o comunicado, adiantando que o executivo madeirense pretende “dar continuidade, no segundo semestre deste ano, ao desagravamento do Imposto Sobre Produtos Petrolíferos (ISP)”.

O objetivo é manter o diferencial dos preços dos combustíveis em relação ao continente e permanecer com o apoio às empresas do setor dos transportes, assegurando uma diferença de 30 cêntimos, abaixo das tarifas do gasóleo praticadas no continente.

“Ninguém consegue definir que rumo é que o conflito terá e o impacto que vai ter até ao final do ano”, disse Rogério Gouveia, citado no comunicado, referindo que as medidas do Governo Regional são “cautelares” e constituem “uma ferramenta para o caso de termos necessidade de a usar”.

Na quarta-feira, o parlamento da Madeira vai debater e aprovar na generalidade e na especialidade uma proposta de alteração do Orçamento Regional para 2022, que visa ajustá-lo à recente aprovação do Orçamento do Estado.

A Comissão Especializada de Economia, Finanças e Turismo deu hoje parecer positivo, por unanimidade, ao documento apresentado pelo Governo Regional para subir a plenário.

Clima de consumo na Europa regista agravamento em junho

  • Jul 22
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 16 de julho de 2022. Leia o original aqui.

 

O clima de consumo na Europa agravou-se, bem como as expectativas económicas, as expectativas salariais e a propensão para comprar. Guerra na Ucrânia e escalada dos preços pesam sobre as economias do Velho Continente.

Junho foi sinónimo de um agravamento do clima de consumo, no Velho Continente. De acordo com os dados divulgados este sábado pela GfK Portugal, verificou-se uma redução de quase seis pontos, ou seja, o clima de consumo caiu de -7,5 pontos em maio para 13,2 pontos em junho.

“Depois de uma breve interrupção em maio, o clima de consumo na Europa retomou a sua trajetória descendente em junho, tendo caído para 13,2 pontos. A guerra em curso na Ucrânia, bem como a escalada dos preços da energia e dos alimentos pesaram significativamente sobre o clima”, explica a GFK Portugal.

Quanto às expectativas económicas, em junho, verificou-se uma quebra de quatro pontos face a maio, mantendo-se em terreno negativo, “com a Alemanha a apresentar o indicador menos negativo de entre os países analisados”. Por sua vez, Portugal mantém uma perspetiva “muito negativa” (-40 pontos), depois de ter recuado cinco pontos face a maio.

Na mesma alinha, o indicador das expectativas salariais decresceu sete pontos em junho, em comparação com maio, para -38 pontos. Neste caso, é a Eslováquia o país que apresenta a situação menos pessimista (seis pontos negativos), seguindo-se a Lituânia (oito pontos negativos). Também neste indicador Portugal manteve uma perspetiva negativa (-29 pontos), tendo caído seis pontos face ao mês anterior.

E no que toca à propensão para comprar, este indicador recuou cinco pontos em relação a maio, mantendo-se negativo. “A Hungria é o único país que apresenta maiores níveis de confiança, com um indicador de 19 pontos”, é salientado em comunicado. Por cá, a predisposição para comprar caiu três pontos, mantendo uma perspetiva negativa (-30 pontos).

Florestas: Proprietários e indústrias querem plantar eucaliptos em matos para reduzir riscos

  • Jul 22
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 16 de julho de 2022. Leia o original aqui.

 

Os proprietários florestais e indústrias da celulose pediram o aumento da área de eucalipto. Isto para reduzir o risco de incêndio. Já os ambientalistas pedem a gestão do eucalipto para ordenar floresta e um especialista diz mesmo que falta músculo político para travar a multiplicação desta espécie de árvore.

Proprietários florestais e indústrias da celulose pediram o aumento da área de eucalipto e de outras espécies de árvores de crescimento rápido em zonas de mato abandonadas para reduzir o risco de incêndio e desenvolver o setor.

“A área devia ser aumentada e não reduzida”, afirmou à agência Lusa Luís Damas, presidente da Federação Nacional das Associações de Proprietários Florestais (FNAPF), como também defendeu a Associação da Indústria Papeleira – Celpa.

Segundo a FNAPF, as condicionantes à plantação ou replantação de eucaliptos tem vindo a contribuir para o abandono de anteriores povoamentos, após o corte da madeira.

“Esta proibição provocou desinteresse e abandono por parte de muitos proprietários, que deixaram de cuidar daquilo que é seu”, explicou o dirigente, acrescentando que essas “são áreas de floresta sem produção onde têm custos de manutenção” e, por falta de limpeza por não serem áreas produtivas, é por aí que entram os fogos.

‘Guardiões da floresta’, por serem os primeiros a querer proteger o seu negócio, os proprietários florestais querem transformar matos em floresta, para estas áreas passarem a ter uma gestão profissional, minimizando o risco de incêndio.

“Temos muitas áreas que são matos e nestes dias estão a ser tomadas pelos fogos porque não têm gestão”, justificou a FNAPF.

Na mesma perspetiva, o diretor-geral da Associação das Indústrias Papeleiras – Celpa, Francisco Gomes da Silva, lembrou à Lusa que “quase metade da área ardida corresponde a matos e pastagens, seguindo-se o pinheiro-bravo e só depois o eucalipto”, concluindo que os incêndios ocorrem sobretudo em áreas de “ausência generalizada de práticas de silvicultura”.

Para a FNAPF, a proposta poderia ser uma solução para resolver os problemas do minifúndio.

“Posso ter dois hectares e geri-los bem, mas, se os meus vizinhos não fizerem nada à volta, o incêndio vem e eu com dois hectares não os consigo salvaguardar”, advertiu Luís Damas.

As duas associações alertaram também que as restrições ao aumento da área de eucalipto, uma das espécies onde há maior investimento por ser de crescimento rápido, tem causado “prejuízos económicos” ao país.

Desde logo, restringem o potencial de produção e de exportação e contribuem para o aumento das importações de madeira (25% da madeira transformada pelas indústrias), para a escassez de produtos e para o aumento dos preços.

“O aumento de produção nacional só não se concretiza por existir uma clara ‘perseguição’ a esta espécie”, apontou a FNAPF.

Para o aumento da área, a associação defendeu a existência de “áreas de compensação”, que ainda não estão regulamentadas, exemplificando que, num projeto de 100 hectares, 50 seriam de espécies de crescimento rápido e os restantes de espécies autóctones.

A área de eucalipto passou de 810 mil hectares, em 2010, para 845 mil hectares, em 2015, de acordo com os últimos dados, dos quais cerca de 300 mil são certificados.

Contudo, as associações estimam que esta área tem vindo a reduzir desde 2017, em resultado dos incêndios de 2017 e 2018 e das condicionantes impostas.

O eucalipto representa 26% da floresta portuguesa.

O setor da produção possui um potencial de produção de 340 milhões de euros/ano em valor de madeira de eucalipto e emprega 100 mil trabalhadores.

A indústria da pasta e do papel produz por ano 1,9 milhões de toneladas de papel e cartão, possui cerca de 4.500 postos de trabalho e um volume de negócios de 2,9 mil milhões de euros, dos quais 2,3 mil milhões ao exportar metade da sua produção.

Portugal é o terceiro maior produtor europeu de pastas e o segundo de papel.

O país é um dos cinco principais produtores mundiais da espécie de eucalipto ‘ Eucalyptus globulus’, de onde é extraída a melhor fibra para o fabrico de papel, a par da Espanha, Austrália, Chile e Uruguai, o que torna a indústria da celulose competitiva a nível mundial e constitui uma enorme oportunidade para o crescimento de todo o setor.

Ambientalistas pedem gestão do eucalipto para ordenar floresta

O especialista em alterações climáticas Filipe Duarte Santos defendeu hoje um diálogo sério entre Governo e produtores para uma gestão eficiente da floresta e considerou que é essencial conseguir-se finalmente um cadastro dos terrenos.

Filipe Duarte Santos, presidente do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável (CNADS), destacou que o eucalipto, especialmente da espécie ‘globulus’, prolifera em Portugal essencialmente porque é lucrativo e fácil de manter com as condições de solo e climáticas portuguesas, além de produzir uma pasta de papel “de alta qualidade, a nível mundial”.

“A venda da madeira de eucalipto é a forma de dar o melhor rendimento aos proprietários de terrenos”, disse, salientando que manter um terreno, que muitas vezes é pequeno, custa dinheiro e o proprietário, “em lugar de ter algum lucro, só tem gastos”.

O especialista destaca que “as pessoas vão plantando eucaliptos sempre que podem”, o que leva à proliferação descontrolada destas árvores, e as leis que determinam áreas máximas para a plantação desta árvore nem sempre são cumpridas.

“Para que isto, de facto, não seja só escrito no papel, é preciso que haja uma monitorização, ou seja, uma fiscalização, verificar se, de facto, essa área está a aumentar ou não”, disse, destacando que cabe ao Ministério do Ambiente e da Ação Climática, através do Instituto de Conservação da Natureza e da Floresta, (ICNF) fazer esse inventário.

O relatório mais recente sobre a presença de eucalipto em Portugal foi divulgado pelo ICNF em 2019, baseado em observações até anteriores à tragédia de Pedrógão Grande, em 2017, o que Filipe Duarte Santos considerou “surpreendente”, sobretudo num contexto em que “o risco de incêndio florestal tem estado a aumentar, em parte devido às alterações climáticas”.

O especialista salientou que existem empresas que “gerem excelentemente” áreas de monocultura de eucalipto, onde mantêm “um nível de eficiência em toda a cadeia de valor da produção de pasta de papel” e “algumas preocupações de sustentabilidade”.

No entanto, existe depois o resto e que é a generalidade da floresta portuguesa: “Áreas em que houve incêndios florestais e que, depois dos incêndios, não se fez praticamente mais a gestão da floresta, que cresceu de uma forma espontânea, desordenada”.

“Isso é uma coisa que não tem valor económico, ou tem um valor económico muito baixo, e é uma coisa que, de certo modo, é perigosa, porque a disponibilidade para proteger esse tipo de áreas do risco de incêndio é menor do que numa floresta que está bem gerida. Portanto, esse é talvez o problema principal. É isto que importa tentar evitar”, considerou.

Para isso defendeu “um diálogo muito mais próximo entre o Governo e as entidades governamentais”, como o ICNF e as associações de proprietários florestais, “no sentido de tentar chegar a formas de melhor gerir a floresta”, de chegar a “incentivos para que haja melhor gestão” florestal.

Num território com mais de 90% da propriedade florestal privada, onde o Governo não pode intervir diretamente, falta ainda um cadastro da propriedade de todas as parcelas onde há mato e floresta em Portugal.

Filipe Duarte Santos destaca que muitos dos proprietários das parcelas de propriedade florestal que existem em Portugal resultam de heranças indivisas, por vezes, “há várias gerações”, pelo que muitas pessoas são proprietárias de menos de um metro quadrado de floresta e nem sequer sabem exatamente qual é esse metro quadrado, nem o conseguem gerir.

“É muito difícil gerir a floresta nessas circunstâncias, até porque os proprietários estão desvinculados da sua propriedade. A propriedade no fundo está abandonada. As pessoas já não se lembram que têm aquela propriedade, mas o facto é que, de acordo com os registos, são proprietários, o que é um problema que não está resolvido, que os nossos Governos, no plural, não conseguiram ainda resolver”, sublinhou.

Falta “músculo” e fiscalização para travar multiplicação de eucaliptos

O especialista em direito do ambiente José Trincão Marques considerou que falta músculo político e fiscalização para travar a proliferação de eucaliptos em Portugal, um dos fatores que levam ao despovoamento e ao abandono dos territórios, sobretudo no interior.

José Trincão Marques salienta que só se fala nos incêndios florestais quando há crises como a desta semana, mas já se poderia ter feito “mais alguma coisa relativamente ao reordenamento florestal”, nomeadamente contra a proliferação de eucaliptos, pelo menos desde a tragédia de Pedrógão Grande.

“Esta é a principal questão. Acho que é mais eficaz, mais inteligente e mais económico combater o problema a montante, no ordenamento florestal, com mais resultados, do que propriamente a jusante, quando os problemas acontecem”, disse.

Para Trincão Marques, o problema da floresta não são só os eucaliptos, mas “toda uma conjugação de fatores como de alterações climáticas, desordenamento florestal, despovoamento do interior e abandono da agricultura e da pastorícia nos termos em que havia há uns anos”.

No entanto, embora sem dados atualizados e fidedignos, os eucaliptos “estão em expansão descontrolada pelo país todo”, apesar das leis que estabelecem limites à sua plantação.

“O problema é mais de fiscalização e de monitorização do que propriamente, se calhar, até de lei”, considerou.

Trincão Marques destacou ainda que há um ‘lobby’ muito forte das celuloses, que faz o seu trabalho e que agora até vem com o argumento de que os eucaliptos são dos maiores sumidouros de carbono, contribuindo para o combate às alterações climáticas.

“Pode ser verdade, mas a que preço?”, questionou.

“É necessário músculo político, porque o poder é um principio constitucional. O poder económico deve estar subordinado ao poder político. Este é um princípio fundamental da nossa Constituição da República. E, volto a repetir, o ‘lobby’ das celuloses é fortíssimo em Portugal”, sublinhou.

Já o Código Civil de 1966 impunha cuidados nas plantações de eucaliptos e acácias, por serem espécies que, com a sua capacidade de reprodução, abafam completamente as restantes.

“Tivemos várias fases de desflorestação intensa. A nossa floresta de hoje não é a mesma de há 200, 300, 400 anos. Os descobrimentos causaram uma desflorestação intensa, sobretudo de carvalhos, para construir naus. A construção do caminho-de-ferro também foi outra altura de grande desflorestação, para construção das sulipas para as linhas. Houve progressiva introdução de árvores exóticas, mas esta questão da cultura intensiva de eucaliptos só se põe nos últimos 50 anos”, contou.

Admitindo que “há florestas de eucalipto que estão bem ordenadas e bem cuidadas”, salientou que “o problema é o descontrolo”.

“Temos essencialmente minifúndios no centro e no norte do país, e cada pessoa planta os seus pés de eucalipto, e o próprio eucalipto vai-se alastrando com as sementes e as raízes. E o problema é que, depois, essa floresta não é ordenada. Se houver ordenamento florestal, o problema deixa de existir com esta gravidade”, considerou, salientando que os eucaliptos, mesmo em áreas ardidas, dão origem a novas árvores, já que cada raiz pode produzir mais do que um rebento.

Tal como na generalidade das culturas intensivas, estas áreas com eucaliptos representam “uma perda de biodiversidade”.

“No meio de um eucaliptal grande, quase que não se ouve nada. Não se ouvem outros seres vivos, mamíferos, pássaros, ao contrário do que sucede com outros bosques, com outro tipo de árvores, com outras espécies de plantas. Estas árvores são árvores de crescimento rápido e consomem muita água também. Secam os solos, causam desertificação, não só natural, mas também humana. Afastam as pessoas dos locais, porque não há mais nada. Havendo eucalipto não há agricultura, não há pastorícia”, concluiu.

Ministra Ana Abrunhosa alerta para dificuldades das freguesias no acesso a fundos comunitários

  • Jul 21
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 16 de julho de 2022. Leia o original aqui.

 

“Não vai ser um processo fácil, porque há aqui um caminho grande de aprendizagem”, avisou a ministra da Coesão Territorial, referindo-se ao acesso das freguesias a fundos da União Europeia, no próximo quadro comunitário Portugal 2030.

A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, alertou hoje que “não vai ser um processo fácil” o acesso das freguesias a fundos da União Europeia, no próximo quadro comunitário Portugal 2030.

Em Tábua, durante a cerimónia de assinatura dos autos de transferência de competências para as freguesias do concelho, Ana Abrunhosa disse que, “pela primeira vez na história dos fundos comunitários”, as freguesias foram consagradas “como entidades beneficiárias”.

“Não vai ser um processo fácil, porque há aqui um caminho grande de aprendizagem”, avisou a ministra.

Segundo Ana Abrunhosa, terá de haver “articulação entre as freguesias e os municípios e as Comunidades Intermunicipais”, para que não se verifique “sobreposição de apoios”.

“Depois, todos sabemos que os apoios não são a cem por cento, há que também garantir a contrapartida pública nacional. E, depois, todos sabemos que apenas financiaremos aquilo que é competência das freguesias e daremos prioridade àquilo que se tem vindo a revelar como investimentos de grande proximidade”, explicou.

A governante exemplificou com Espaços Cidadão em todas as freguesias, numa tentativa de “aumentar essa malha”, uma vez que “é uma resposta de proximidade” num mundo cada vez mais digital.

“Também em pequenas obras de requalificação de equipamentos desportivos das coletividades. Nós sabemos a importância das coletividades. Estamos a falar de projetos de pequenos valores que têm vindo muitas vezes a ser feitos até com o Orçamento de Estado”, acrescentou.

Ana Abrunhosa sublinhou que “os recursos são limitados” e há que “dar prioridade às necessidades”.

“Temos que articular no território estas intervenções, mas estamos absolutamente comprometidos neste caminho com as freguesias, com prioridades claras. Estamos a falar de pequenas intervenções que têm tido um grande impacto nos territórios”, acrescentou.

Presente na cerimónia em Tábua – que hoje também assinalou, pela primeira vez, o Dia Municipal da Coesão – estava o presidente da Associação Nacional de Freguesias, Jorge Veloso, que vai reunir na terça-feira de manhã com Ana Abrunhosa por causa dos fundos comunitários.

“Desta vez, temos a certeza absoluta de que as freguesias vão ser contempladas”, afirmou.

Jorge Veloso congratulou-se com a possibilidade de as freguesias passarem a ser elegíveis a fundos da União Europeia, no âmbito das suas competências, para “obras no espaço público, recuperação de um edifício que lhe pertence, requalificar uma piscina ou um pavilhão desportivo, não só pertença de uma freguesia, mas também de uma coletividade ou de uma associação”.

Escoamento por mar de cereais ucranianos “mais próximo”, segundo MNE

  • Jul 21
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 15 de julho de 2022. Leia o original aqui.

 

O ministro dos Negócios Estrangeiros disse esta sexta-feira que o escoamento por mar de cereais da Ucrânia está “mais próximo”, na sequência de avanços nas negociações com a Rússia, envolvendo Nações Unidas e Turquia.

O ministro dos Negócios Estrangeiros disse esta sexta-feira que o escoamento por mar de cereais da Ucrânia está “mais próximo”, na sequência de avanços nas negociações com a Rússia, envolvendo Nações Unidas e Turquia.

“Ainda não há condições para se dizer que vai haver escoamento por mar de cereais da Ucrânia, mas estamos mais próximos dessa possibilidade do que estávamos há alguns dias. Os nossos votos são para que todos os envolvidos continuem a fazer os esforços possíveis para chegar a um entendimento”, afirmou João Gomes Cravinho, em declarações à agência Lusa.

“São notícias que criam grande expectativa. As Nações Unidas e o próprio secretário-geral das Nações Unidas [António Guterres] têm estado envolvidos, têm feito um trabalho extraordinário – muito minucioso de diálogo diplomático com as duas partes e também com o apoio da Turquia”, adiantou.

O chefe da diplomacia falava à margem da sessão de encerramento do Ciclo de Conferências “A Diplomacia e a Independência de Portugal”, no Palácio da Independência, em Lisboa.

O Ministério da Defesa russo anunciou esta sexta-feira que estará pronto em breve um “documento final” para permitir a exportação de cereais da Ucrânia, na sequência de negociações realizadas esta semana entre Moscovo, Kiev, Ancara e a ONU.

“As propostas da Rússia foram apoiadas, no seu conjunto, pelos participantes nas negociações. E muito em breve o trabalho de redação do documento final ‘A Iniciativa do Mar Negro’ estará concluído”, afirmou o porta-voz do ministério, Igor Konashenkov, num vídeo divulgado esta sexta-feira.

As medidas propostas por Moscovo pretendem evitar que “as cadeias de abastecimento em causa sejam utilizadas para entregas de armas ao regime de Kiev”, adiantou sem avançar mais pormenores.

Na quarta-feira, após uma reunião de especialistas militares em Istambul sobre o bloqueio das exportações de cereais dos portos ucranianos, foi anunciado um progresso significativo, mas não foram dados detalhes.

A Turquia está a organizar uma nova reunião para a próxima semana sobre a questão, enquanto os presidentes russo e turco, Vladimir Putin e Recep Tayyip Erdogan, se irão reunir em Teerão na terça-feira.

O acordo negociado pela ONU visa permitir levar, através do Mar Negro, cerca de 20 milhões de toneladas de cereais bloqueados em silos ucranianos por causa da ofensiva liderada pela Rússia e facilitar as exportações russas de cereais e fertilizantes, afetadas pelas sanções ocidentais.

Os produtos agrícolas russos e ucranianos são essenciais para evitar que as crises alimentares se multipliquem no mundo.

A invasão da Rússia à Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Mercadona inaugura primeira loja no Montijo

  • Jul 21
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 15 de julho de 2022. Leia o original aqui.

 

A marca passa a ter duas lojas no distrito de Setúbal e 34 em todo o país. Acaba de criar 65 novos postos de trabalho, numa loja que conta com cerca de 430 painéis solares com a capacidade para produzir 200kW.

A Mercadona abriu a primeira loja da marca no Montijo, a segunda no distrito de Setúbal. À semelhança dos outros supermercados da cadeia, este criou 65 novos postos de trabalho, com contrato sem termo desde o primeiro dia, e dispõe de uma área de 1.900 m2, anunciou a empresa num comunicado divulgado esta sexta-feira.

O novo estabelecimento conta com as secções de Talho, Peixaria, Charcutaria, Pastelaria e Padaria, Perfumaria, Cuidado do Lar e dos Animais de Estimação, Garrafeira, Frutas e Legumes e Pronto a Comer. Os consumidores têm disponíveis 190 lugares de estacionamento, assim como dois lugares destinados ao carregamento de veículos elétricos.

A marca continua a investir nas energias renováveis e, para a tal, a loja conta com cerca de 430 painéis solares com a capacidade para produzir 200kW. “Ao gerar energia renovável de origem fotovoltaica nas coberturas das lojas, para autoconsumo, a empresa poupa aproximadamente 20% de energia elétrica anualmente”, informa a Mercadona no mesmo documento.

Fundada em Espanha, a empresa chegou a Portugal há três anos. Em território português, tem 34 lojas entre os distritos do Porto, Braga, Aveiro, Viana do Castelo e Setúbal. Uma rede que está previsto expandir-se já este ano, com a abertura de mais cinco supermercados, em Viseu, Caldas da Rainha, Santa Maria da Feira, Oeiras e Santarém, prevendo ter 39 lojas até ao final do ano, com um investimento acumulado que se estima na ordem dos 150 milhões de euros em 2022.

A Mercadona terminou o ano passado com uma equipa de 2.500 colaboradores e atingiu um volume de vendas de 415 milhões de euros, tendo pago em impostos cerca de 62 milhões através da empresa portuguesa Irmãdona Supermercados, sediada em Vila Nova de Gaia.

Madeira: Secretaria da Agricultura reforça meios na área da mecanização agrícola

  • Jul 20
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 15 de julho de 2022. Leia o original aqui.

 

“Com estes equipamentos vamos melhorar a capacidade de resposta às solicitações dos nossos agricultores, no apoio às operações na área da exploração agrícola, nomeadamente nas que exigem um grau de especialização mais elevado, como é a execução da lavoura”, destacou Humberto Vasconcelos.

O Secretário Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural visitou esta sexta-feira o Centro de Proteção e Desenvolvimento Agrícola, na Camacha, onde estão dois novos tratores agrícolas, uma cavadeira, uma fresa, uma charrua e duas rampas de carregamento, adquiridos pela Direção de Serviços de Mercado e Logística, que visam reforçar os meios na área da mecanização agrícola.

“Com estes equipamentos vamos melhorar a capacidade de resposta às solicitações dos nossos agricultores, no apoio às operações na área da exploração agrícola, nomeadamente nas que exigem um grau de especialização mais elevado, como é a execução da lavoura”, destacou Humberto Vasconcelos.

“Este investimento reveste-se de particular importância, porque também vai permite dar melhores condições aos formandos que irão participar durante as próximas duas semanas em três ações de formação na área de mecanização agrícola, uma iniciativa promovida pela Associação da Costa Oeste da Madeira (ACOESTE), em parceria com a Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural”, explicou ainda o governante, realçando que ainda há vagas para todos aqueles que pretendam ficar habilitados a conduzir veículos agrícolas nas explorações e na via pública.

Produtores de batatas fritas recusam distribuição para a Rússia, diz sucessor do McDonald’s

  • Jul 20
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 15 de julho de 2022. Leia o original aqui.

 

O CEO da nova rede de fast food diz que as fábricas que produzem batatas fritas pertencem a cinco ou seis grandes empresas, cujas sedes estão sediadas em países “hostis” e que, como tal, recusam-se a fornecer à Rússia.

O chefe da empresa que agora administra a antiga rede de restaurantes McDonald’s Corp na Rússia admitiu que os produtores de batatas fritas estão a recusar a distribuição para o país.

“O que aconteceu agora é que, devido a eventos bem conhecidos, muitas empresas estrangeiras, eu diria até que todos os grandes produtores de batatas fritas, recusaram-se a entregar este produto à Rússia”, disse o CEO da nova rede de fast food Oleg Paroev citado pela “Reuters”.

Paroev disse que as fábricas que produzem batatas fritas pertencem a cinco ou seis grandes empresas, cujas sedes estão sediadas em países “hostis” e que, como tal, recusam-se a fornecer à Rússia.

De recordar que o McDonald’s deixou a Rússia após uma reação do Ocidente contra a campanha militar de Moscovo na Ucrânia, que incluiu um conjunto de sanções económicas, e vendeu todos os restaurantes que possuía em maio.

Os restaurantes começaram a abrir sob o novo nome Vkusno & tochka, ou “Saboroso e pronto”, a 12 de junho. Na altura, o CEO Oleg Paroev anunciou que a rede vendeu quase 120.000 hambúrgueres no dia da inauguração.

O novo proprietário fez questão de enfatizar que os altos padrões de qualidade seriam mantidos ou até melhorados, e que os consumidores não notariam muita diferença. No entanto, desde então, foi forçado a admitir que enfrenta uma escassez de batatas fritas até o outono, culpando uma má colheita na Rússia. Paroev também acrescentou que apenas algumas empresas são capazes de processar batatas para batatas fritas na Rússia.

 

Venda da Burger King Portugal a espanhóis da RBI falha

  • Jul 20
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 15 de julho de 2022. Leia o original aqui.

 

A Ibersol decidiu “não aceitar” a oferta da Restaurant Brands Ibéria para a compra dos restaurantes Burger King em Portugal e Espanha.

A Ibersol, em comunicado enviado à CMVM, deu contada conclusão sem acordo das negociações com a RBI relativamente aos restaurantes da marca Burger King.

“No seguimento dos comunicados anteriores respeitantes às negociações com a Restaurant Brands Iberia (RBI) com relação à potencial alienação dos restaurantes da insígnia Burger King em Portugal e Espanha, a Ibersol SGPS informa que, após analisar em conjunto com os seus consultores financeiros e legais os termos da última proposta global apresentada pela RBI, incluindo em especial no que concerne à proposta de valor e condições associadas, o Conselho de Administração, ponderando os melhores interesses da Ibersol e dos seus stakeholders, verificou não existirem condições para continuar este processo, tendo assim deliberado não aceitar a oferta da RBI”.

O conselho de administração da Ibersol tinha iniciado negociações exclusivas com o grupo RBI para a venda dos restaurantes Burger King, a 10 de março.