Categoria: Notícias

Grande parte de França em alerta devido à seca prolongada

  • Jul 28
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 24 de julho de 2022. Leia o original aqui.

 

Um total de 86 dos 95 departamentos das regiões metropolitanas francesas estão este fim de semana sujeitos a algum tipo de alerta sobre o uso de água, de acordo com a rede de vigilância do país, que depende do Ministério da Transição Ecológica, adiantou a agência EFE.

Grande parte de França está a ser afetada por uma situação de seca prolongada e por sucessivas ondas de calor, que já obrigaram a restrições do consumo de água em várias regiões do país.

Um total de 86 dos 95 departamentos das regiões metropolitanas francesas estão este fim de semana sujeitos a algum tipo de alerta sobre o uso de água, de acordo com a rede de vigilância do país, que depende do Ministério da Transição Ecológica, adiantou a agência EFE.

De acordo com os dados oficiais, o nível de alerta mais grave, o da crise, foi declarado em 34 departamentos, principalmente no oeste, centro e sudeste do país, enquanto outros 37 estão no segundo nível de alerta reforçado.

Em todos estes departamentos existe algum tipo de restrição ao consumo doméstico, urbano, agrícola ou industrial e algumas cidades do interior devem ser abastecidas por camiões-cisterna para o consumo da população.

A França sofre hoje e segunda-feira uma nova onda de calor, centrada no sudeste do país, temperaturas extremas que se têm repetido e agravado a situação de falta de chuva nas últimas semanas.

A primeira quinzena de julho foi o período mais seco do país, segundo a agência Meteo France, uma situação que também tem contribuído para vários incêndios florestais de considerável dimensão que ocorreram este mês.

Japonesas NEC e Kagome criam empresa em Portugal para aumentar produção de tomate

  • Jul 28
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 23 de julho de 2022. Leia o original aqui.

 

Os aspetos formais da ‘joint venture’ DXAS Agricultural Technology estão a ser ultimados e deverão ficar concluídos no início de agosto. O investimento é superior a 2 milhões de euros, a sede é em Lisboa, mas o CEO vem de Tóquio.

Portugal, mais concretamente Lisboa, será a sede de uma nova empresa de capital japonês criada para aumentar a produção de tomate de indústria através da chamada agricultura de precisão – tecnologia que mostra se a fruta precisa de mais água, fertilizantes ou sol.

A empresa de eletrónica NEC e a fabricante de ketchup Kagome investiram 300 milhões de ienes (aproximadamente 2,2 milhões de euros) e uniram-se para criar a joint venture DXAS Agricultural Technology, que é responsável pelo desenvolvimento e comercialização do hardware e software baseado em Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT, na sigla anglo-saxónica).

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Ucrânia: Cotação do trigo nas bolsas de mercadorias regressa ao pré-invasão

  • Jul 27
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 23 de julho de 2022. Leia o original aqui.

 

Em Chicago, o alqueire de trigo, cerca de 27 quilo, para entrega em setembro, recuou 5,86%, para 7,59 dólares, regressando ao seu preço antes da invasão da Ucrânia pela tropa russa, em 24 de fevereiro.

A cotação do trigo caiu fortemente na sexta-feira em Chicago e na Euronext, voltando ao seu nível anterior à invasão russa da Ucrânia, devido ao acordo assinado na Turquia entre ucranianos e russos. Este acordo permite a exportação de cereais da Ucrânia pelo Mar Negro.

Em Chicago, o alqueire de trigo, cerca de 27 quilo, para entrega em setembro, recuou 5,86%, para 7,59 dólares, regressando ao seu preço antes da invasão da Ucrânia pela tropa russa, em 24 de fevereiro.

O preço do milho, que a Ucrânia também produz, também baixou – 1,99%, para 5,6425 dólares o alqueire para entrega no mesmo mês.

A Ucrânia e a Federação Russa acabaram por assinar em Istambul, com a Turquia e a Organização das Nações Unidas, um acordo, ao fim de negociações difíceis, que vai estabelecer ‘corredores seguros’ onde podem circular navios mercantes no Mar Negro.

Espera-se que este acordo alivie os países dependentes dos fornecimentos ucraniano e russo, que representam 30% do comércio mundial de trigo.

Contudo, Gautier Le Molgat, analista na Agritel, expressou as suas dúvidas quanto à concretização destes corredores marítimos.

Também outro analista, Michael Zuzolo, presidente da sociedade de corretagem e análises Global Commodity Analytics and Consulting, continuava “cético” – “não penso ser o único a duvidar que isto (o acordo) desloque muito grão, dado o que temos vivido nos últimos dois meses, em relação ao movimento dos cereais por ferrovia, fora das zonas ucranianas, através das zonas russas, depois por barco, através do Mar Azov, depois pelo Mar Negro, para a Turquia e a África do Norte”.

O analista questionou-se se a cotação do milho, mas também a do trigo, iria continuar a descer, perante a fraqueza do dólar e a seca que afetam as produções em França, Roménia e Espanha.

Governo tem de fazer “melhor gestão das florestas”, diz especialista em alterações climáticas

  • Jul 27
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 22 de julho de 2022. Leia o original aqui.

 

“O que seria desejável era criar incentivos para que os proprietários de facto se interessassem” na gestão florestal, apontou ao JE o presidente do Conselho Nacional de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.

O país abandonou a situação de alerta, mas o cuidados com as florestas continuam a ser importantes para travar incêndios. Em declarações ao Jornal Económico, o presidente do Conselho Nacional de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CNADS) e especialista internacional em alterações climáticas, Filipe Duarte Santos, disse que neste momento resta ao Governo melhorar a gestão da floresta.

Quando confrontado sobre as alternativas que o executivo de António Costa poderia encontrar para resolver o problema com as florestas, Filipe Duarte Santos respondeu que “aquilo que há a fazer é ter uma melhor gestão da floresta em Portugal”. Para que se faça uma melhor gestão o Governo precisa “aumentar o valor económico da floresta para os proprietários”.

“O que seria desejável era criar incentivos para que os proprietários de facto se interessassem ou no caso de serem proprietários com floresta abandonada que não estão interessados aí deveriam arranjar um mecanismo para se dê outra titularidade aos terrenos”, sublinhou o especialista, acrescentando que existem “muitas associações de proprietários que estão interessados a fazer a boa gestão, mas o diálogo com as entidades governamentais tem sido difícil”.

Filipe Duarte Santos lembra que “uma das ações que o governo de Portugal indica para cumprir o acordo de Paris é aumentar a sua área florestal para assim ter mais emissões negativas”.

O presidente do CNADS também defende que seria “natural que no Instituto da Conservação da Natureza e Florestas houvesse um departamento que estivesse centrado nas questões da produção florestas dos privados”. No entanto, a seu ver, o ICNF está “alheio a esta realidade”.

A par com as restantes sugestões, Filipe Duarte Santos apontou a ainda a solução de “floresta em mosaico, muito diversificada, onde exista uma alternância entre terrenos agrícolas com a floresta com diferentes espécies florestais”.

“Para que as florestas resistam a este risco de incêndio florestais é necessário que adaptemos a floresta a um clima que é essencialmente mais quente e mais seco”, considerou o representante do CNADS.

Os dados mais recentes, divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), revelam que a área ardida nos incêndios em 2021 foi de 28,47 mil hectares, a segunda mais baixa da última década.

Quanto ao que os portugueses podem esperar dos próximos anos, Filipe Duarte Santos admitiu ainda que “não é possível sabermos se vamos ter uma seca no próximo ano ou uma onda de calor ou quando vamos ter uma onda de calor”. “Agora, o que sabemos é que as secas em vez de serem relativamente raras como eram no passado e agora temos secas de dois em dois anos, de três em três”, concluiu.

Madeira: Estratégia Regional de Promoção da Alimentação Saudável e Segura sublinha importância do consumo de produtos regionais

  • Jul 27
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 22 de julho de 2022. Leia o original aqui.

São objetivos da ERPASS melhorar a oferta alimentar em espaços públicos, aperfeiçoar a literacia da população em alimentação saudável e divulgar e promover a alimentação saudável na comunidade.

Os elementos da Estratégia Regional de Promoção da Alimentação Saudável e Segura (ERPASS) estiveram, esta sexta-feira, no Mercado dos Lavradores no Funchal, no sentido de lembrar as várias soluções existentes de frutas e vegetais produzidos localmente, que sejam frescos e da época, para manter uma alimentação saudável e segura.

A iniciativa está integrada no âmbito das políticas de promoção da saúde levadas a cabo pelo Governo Regional e vai ao encontro do objetivo de construir uma Região 3’S “Saudável, Segura e Sustentável”.

A ERPASS, coordenada pela nutricionista e também responsável da Unidade de Nutrição e Dietética do Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM), Teresa Esmeraldo, integra vários elementos de quatro Secretarias do Governo Regional, nomeadamente a agrónoma Ana Ghira, a professora Elsa Forte e os nutricionistas Pedro Sousa e Carmo Faria.

São objetivos da ERPASS melhorar a oferta alimentar em espaços públicos, aperfeiçoar a literacia da população em alimentação saudável e divulgar e promover a alimentação saudável na comunidade.

A Estratégia Regional de Promoção da Alimentação Saudável e Segura (ERPASS) foi implementada em 2017 e envolve várias Secretarias do Governo Regional, bem como outras entidades locais (Autarquias, Juntas de Freguesia, Casas do Povo, Centros Cívicos, Centros de Dia, Centros de Saúde, Polos Habitacionais, entre outros) para, em conjunto, promover uma melhor saúde e bem-estar da população da RAM, através de uma alimentação saudável e segura.

Desde o ano 2021, os nutricionistas do Serviço de Saúde da RAM, em cooperação com a Direção Regional da Agricultura, têm colaborado na publicação de artigos sobre nutrição na “Rubrica de Divulgação da Direção Regional da Agricultura”, na criação de receitas saudáveis para todos os meses do ano elaboradas com produtos regionais e da época “Corriola”, na composição nutricional de todos os produtos hortofrutícolas produzidos na RAM para os produtos marca “Madeira”, entre outras iniciativas.

O cabaz de bens alimentares essenciais custa hoje 206 euros, alerta Deco Proteste

  • Jul 26
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 22 de julho de 2022. Leia o original aqui.

 

Desde que a guerra na Ucrânia começou, o preço de um cabaz de bens alimentares já aumentou 22 euros. O alerta é da Deco Proteste que revela que para abastecer a despensa de alimentos essenciais, os consumidores podem agora ter de gastar 206 euros. Peixe, a carne, cereais integrais, arroz agulha e óleo vegetal são alguns dos produtos com maiores aumentos de preços.

Para abastecer a despensa de alimentos essenciais, os consumidores podem agora ter de gastar 205,54 euros, revela a Deco Proteste. A organização de defesa do consumidor fez as contas e conclui que, desde que a guerra na Ucrânia começou, o preço de um cabaz de bens alimentares já aumentou mais de 21,91 euros. Pescada fresca, salmão, óleo alimentar 100% vegetal, frango inteiro, farinha para bolos, bolacha Maria, bife de peru, costeleta de porco, febra de porco e grão cozido estão entre os dez produtos que mais aumentaram.

“O preço do cabaz de bens alimentares essenciais registou uma ligeira subida de 0,37% (mais 0,74 cêntimos) entre 13 e 20 de julho, custando agora um total de 205,54 euros. Desde 23 de fevereiro, véspera da explosão do conflito armado na Ucrânia, o mesmo cabaz de produtos alimentares já aumentou 11,94% (21,91 euros)”, avança hoje a Deco Proteste.

Segundo esta organização, desde 23 de fevereiro, têm-se monitorizado todas as quartas-feiras, com base nos preços recolhidos no dia anterior, os preços de um cabaz de 63 produtos alimentares essenciais que inclui bens como peru, frango, pescada, carapau, cebola, batata, cenoura, banana, maçã, laranja, arroz, esparguete, açúcar, fiambre, leite, queijo e manteiga. “Começamos por calcular o preço médio por produto em todas as lojas online do nosso simulador em que se encontra disponível, e depois, somando o preço médio de todos os produtos, obtemos o custo do cabaz para um determinado dia”, explica.

Esta análise, diz, tem revelado incrementos quase todas as semanas, com alguns produtos a registarem subidas de preços de dois dígitos de uma semana para a outra. Segundo a Deco Proteste, na última semana, entre 13 e 20 de julho, os dez produtos com maiores subidas de preço foram os cereais integrais (mais 26%), o arroz agulha (mais 11%), o atum posta em azeite (mais 9%), o tomate (mais 9%), a massa espirais (mais 9%), a perna de peru (mais 8%), os medalhões de pescada (mais 6%), as ervilhas ultracongeladas (mais 6%), os douradinhos de peixe (mais 6%) e a maçã gala (mais 6%).

“Se analisarmos exclusivamente as categorias de produto com maiores subidas de preços entre 23 de fevereiro e esta semana, a carne e o peixe são as que mais se destacam, com incrementos percentuais de 12,7% e 22,5%, respetivamente”, avança.

Os cereais integrais e o arroz agulha foram os produtos que registaram o maior aumento de preço na última semana, com um incremento de 26% e 1%, pela mesma ordem.

Na análise às categorias de produto com maiores subidas de preços, entre 23 de fevereiro e 20 de julho, a Deco Proteste destaca que o peixe e a carne são as que mais se destacam, com subidas de 15,8% e 14,87%, respetivamente. Já os dez produtos que mais viram o seu preço aumentar nos últimos cinco meses (entre 23 de fevereiro e 20 de julho) foram a pescada fresca (mais 44%), o salmão (mais 38%), o óleo alimentar 100% vegetal (mais 37%), o frango inteiro (mais 32%), a farinha para bolos (mais 27%), a bolacha Maria (mais 27%), o bife de peru (mais 22%), a costeleta de porco (mais 18%), a febra de porco (mais 17%) e o grão cozido (mais 17%).

Dependência externa e aumento de custos de produção explicam aumento de preços

Na base do aumento dos preços dos bens alimentares, a Deco Proteste destaca que o problema é histórico: “Portugal está altamente dependente dos mercados externos para garantir o abastecimento dos cereais necessários ao consumo interno. Atualmente, estes representam apenas 3,5% da produção agrícola nacional — sobretudo milho (56%), trigo (19%) e arroz (16%)”.

Assim, Portugal está altamente dependente dos mercados externos para garantir o abastecimento dos cereais necessários ao consumo interno. Atualmente, estes representam apenas 3,5% da produção agrícola nacional — sobretudo milho (56%), trigo (19%) e arroz (16 por cento). E, se no início da década de 90 a autossuficiência em cereais rondava os 50%, atualmente, o valor não ultrapassa os 19,4%, uma das percentagens mais baixas do mundo e que obriga o país a importar cerca de 80% dos cereais que consome.

E, prossegue, se no início da década de 90 a autossuficiência em cereais rondava os 50%, atualmente, o valor não ultrapassa os 19,4%, “uma das percentagens mais baixas do mundo”, frisa, dando conta que obriga o País a importar cerca de 80% dos cereais que consome.

“A invasão da Rússia à Ucrânia, de onde provém grande parte dos cereais consumidos na União Europeia, e em Portugal, veio, por isso, pressionar ainda mais um sector há meses a braços com as consequências de uma pandemia e de uma seca com forte impacto na produção e na criação de stocks”, conclui a Deco Proteste. Destaca aqui que a limitação da oferta de matérias-primas e o aumento dos custos de produção, nomeadamente da energia, necessária à produção agroalimentar, podem, por isso, estar a refletir-se num incremento dos preços nos mercados internacionais e, consequentemente, nos preços ao consumidor de produtos como a carne, os hortofrutícolas, os cereais de pequeno-almoço ou o óleo vegetal.

No peixe, por sua vez, conclui, a subida dos preços poderá estar a refletir o aumento dos preços dos combustíveis, que tem um elevado impacto na indústria da pesca.

Aumento de preços pressiona inflação

A Deco Proteste alerta ainda que os consecutivos aumentos dos preços ao consumidor, nomeadamente em produtos como os combustíveis e a alimentação, estão a contribuir para um aumento da taxa de inflação. De acordo com as estimativas do Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de inflação acelerou para 8,7% em junho deste ano, 0,7 pontos percentuais em relação a maio, mês em que a inflação já tinha atingindo os 8%.

ANCEVE alerta para a iminência da falência de empresas do sector dos vinhos

  • Jul 26
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 21 de julho de 2022. Leia o original aqui.

 

Tudo o que está a montante e a jusante do sector dos vinhos, das matérias-primas aos transportes, sofreu aumentos de tal ordem, que há cada vez mais empresas do sector próximas do estado de insolvência.

O aumento continuado dos preços das matérias-primas, dos materiais de engarrafamento, dos transportes e dos custos em geral “está a levar inúmeros pequenos e médios produtores de vinho à beira da falência”, refere a ANCEVE – Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas, em comunicado assinado pelo seu presidente, Paulo Amorim.

Para além de o gasóleo agrícola, “um produto tão sensível para o agro-alimentar”, subiu de 0,83 euros para quase 1,80 euros o litro, “os adubos e outros materiais agrícolas essenciais subiram para mais do dobro. A eletricidade subiu exponencialmente. As caixas de cartão subiram 125%, de 400 euros para mais de 900 o milheiro. As garrafas subiram já quatro vezes este ano, de 0,18 euros em 2021 para 0,27 em 2022, 50% de aumento para uma garrafa tipo. Os rótulos subiram também 50%. As rolhas 20%. As cápsulas 30%. Todos os fornecedores debitam agora aos produtores o transporte dos materiais, que antes estava incluído nos preços. E passaram a exigir aos pequenos e médios produtores o pagamento contra entrega, não concedendo prazos, como antes acontecia”, refere Paulo Amorim.

Por outro lado, “continuam a verificar-se enormes problemas no abastecimento dos materiais de engarrafamento, sobretudo do vidro e do cartão”. Ao mesmo tem, o custo dos transportes disparou: “como exemplo, o custo de envio de uma palete de vinho de Lisboa para o Algarve era de 35 euros e agora está nos 65 euros. Acresce que são debitadas ao produtor taxas-extra de combustível, que antes não existiam”.

Por outro lado, escasseia a mão-de-obra, numa altura em que se inicia mais uma vindima. “E a legislação continua a estar desadaptada à realidade, sem qualquer flexibilidade. Como exemplo, se um trabalhador com salário mínimo aceitar por hipótese trabalhar aos sábados, para tentar aumentar a sua remuneração, acaba por receber menos dinheiro no final do mês, pois a subida automática de escalão prejudica-o de forma drástica”.

A ANCEVE alerta para que os produtores apenas conseguiram subir os seus preços de venda em cerca de 10%, “pelo que a esmagadora maioria irá apresentar enormes prejuízos no final do ano, se lá conseguirem chegar”.

“É urgente e imperioso que o Governo aceite agilizar um plano extraordinário de apoio à fileira do vinho, um sector que leva longe o nome de Portugal mas está a ficar estrangulado pelo aumento brutal dos custos”, conclui Paulo Amorim. A ANCEVE é uma associação empresarial do sector dos vinhos, incluindo empresas de todo o país.

Cork Supply compra duas empresas por 8 milhões para reforçar no mercado dos vinhos

  • Jul 26
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 20 de julho de 2022. Leia o original aqui.

 

Concorrente do grupo Amorim, a Cork Supply anunciou a compra duas empresas e a construção de uma nova fábrica em Santa Maria da Feira.

A empresa portuguesa Cork Supply anunciou hoje a aquisição da francesa Bouchons Abel e da portuguesa Legnokaps, negócios no valor global de oito milhões de euros, para reforçar a posição no mercado dos vinhos e espirituosos.

Cork Supply, empresa portuguesa especialista em rolhas naturais e técnicas para vinhos e espumantes, acaba de anunciar a aquisição de duas empresas da mesma indústria, um investimento de oito milhões de euros, com o objetivo de continuar a crescer e apostar na indústria dos espirituosos e crescer no mercado francês dos vinhos tranquilos”, refere o comunicado divulgado, que revela que “os dois negócios implicaram um investimento total de oito milhões de euros”.

De acordo com a mesma informação, a Cork Supply comprou a totalidade do capital da Bouchons Abel, “empresa francesa que faz acabamento e comercialização de rolhas naturais e técnicas em França, Espanha, Suíça e Alemanha”, e que, indica, tem uma faturação de 5,5 milhões de euros.

“Este é um negócio estratégico para a Cork Supply, que, desta forma, aumenta a sua presença no mercado francês dos vinhos tranquilos e espumantes/champagnes, reforçando a sua presença também noutros mercados europeus de relevo”, explica.

A empresa portuguesa especialista em rolhas naturais e técnicas para vinhos e espumantes também comprou 75% do capital da Legnokaps, empresa nacional “especialista em cápsulas de madeira destinadas para vedantes de espirituosos”, com “vendas anuais de cerca de três milhões de euros de euros”.

A Cork Supply detalha que o sócio e fundador da Legnokaps, André Neves, irá manter-se como CEO.

“Não podemos deixar de investir mesmo em épocas de incerteza. Temos a ambição de crescer em áreas e mercados estratégicos e estas duas empresas vão ajudar-nos a consolidar a nossa estratégia assente na qualidade e na presença de mercados geográficos e em áreas de negócio de elevado potencial”, disse Jochen Michalski, presidente e fundador da Cork Supply, citado em comunicado.

A Cork Supply assinala ainda estar a aumentar a capacidade de produção e expandir o negócio construindo “uma nova fábrica sustentável”, com 3.000 m2 para a Talis, a marca de cápsulas de madeira destinadas para vedantes, num investimento que representa cerca de cinco milhões de euros.

Madeira: pescadores já se podem candidatar a ajudas financeiras para combustível

  • Jul 25
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 19 de julho de 2022. Leia o original aqui.

 

Estarão disponíveis cerca de 30 mil euros que serão suportados pelo Orçamento Regional.

Os pescadores profissionais já se podem candidatar às ajudas financeiras que são concedidas pela Secretaria Regional de Mar e Pescas, para embarcações movidas a gasolina.

“É a primeira vez que as embarcações de pesca que utilizam este tipo de combustível na atividade piscatória têm consagrado um apoio financeiro, ao contrário do que sucede com as embarcações a gasóleo, que há vários anos pagam pelo gasóleo um preço muito inferior ao comum dos cidadãos e recebem ainda um acréscimo de 10 cêntimos/litro do Orçamento da Região”, diz a Secretaria Regional.

O secretário regional de Mar e Pescas, Teófilo Cunha, refere que fica assim cumprido um dos compromissos assumido perante os pescadores e armadores.

As candidaturas a este apoio podem ser feitas através da plataforma “Simplifica” do Governo Regional. “Este apoio vem compensar despesas efetuadas em 2021”, diz Teófilo Cunha.

Estarão disponíveis cerca de 30 mil euros, que serão suportados pelo Orçamento Regional.

Outra das reivindicações do sector estava relacionada com o aumento dos custos dos combustíveis e da energia, na sequência da invasão da Rússia à Ucrânia.

“A União Europeia permitiu à região que pudesse alocar verbas de outras áreas que não estivessem a ser utilizadas no apoio ao setor das pescas. Esse trabalho foi feito por nós, foi concedido a Portugal um valor para ser distribuído por armadores e empresas, desse valor a região receberá 405 mil euros para compensar os custos dos primeiros seis meses deste ano. O nosso trabalho está feito, estamos apenas à espera que Lisboa abra o aviso que permite a apresentação das candidaturas”, explica o secretário regional do Mar e Pescas.

Lucros de milionários podem resolver crise da fome na África Oriental, defende Oxfam

  • Jul 25
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 18 de julho de 2022. Leia o original aqui.

 

A organização não-governamental refere que a crise alimentar nos países da África oriental – onde milhões de pessoas enfrentam uma “alarmante” situação de fome – aumentou consideravelmente em regiões como a Etiópia.

Os lucros dos milionários do setor da alimentação obtidos em duas semanas bastariam para responder “à crise de fome” na região da África oriental, segundo um comunicado da organização humanitária Oxfam divulgado hoje.

A organização não-governamental refere que a crise alimentar nos países da África oriental – onde milhões de pessoas enfrentam uma “alarmante” situação de fome – aumentou consideravelmente em regiões como a Etiópia.

No país africano, a situação de fome é cinco vezes superior à média mundial no que diz respeito ao risco alimentar.

“Estima-se que a cada 48 uma pessoa morra na Etiópia, Quénia e Somália, onde se agrava a situação de seca, sendo que se verificam os efeitos da guerra na Ucrânia que fez disparar os preços dos alimentos”, alerta a Oxfam.

O relatório “Profiting from Pain” (“Lucros da Dor”) da Oxfam, sobre o período entre março de 2020 e março de 2022, conclui que “os milionários” do setor da alimentação aumentaram os lucros em 382 mil milhões de dólares (quase 370 mil milhões de euros).

Deste modo, refere a Oxfam, “menos de duas semanas de lucros seriam mais do que suficientes para financiar a totalidade do programa de recolha de fundos da ONU que pede 6.200 milhões de dólares para a África oriental.

Neste momento as Nações Unidas só conseguiram reunir 16% do valor que foi pedido.

Hanna Saarinen, responsável pelo secção Política Alimentar da Oxfam, disse que “se está a juntar uma quantidade monstruosa de riqueza no topo das cadeias (empresas) de distribuição de alimentos a nível mundial” enquanto que o aumento do preços dos alimentos deixa milhões de pessoas sem comida.

Saarien pediu um novo sistema para “acabar com a fome” e instou os governos a mobilizarem os recursos para “prevenirem o sofrimento humano”.

Nesse sentido, acrescentou, “uma boa opção seria a tributação dos ‘super-ricos’ que viram disparar a riqueza até níveis sem precedentes nos últimos dois anos”.

Segundo a Oxfam, as habitantes da África Oriental gastam 60% dos salários em alimentação sendo que a região depende de forma excessiva de alimentos básicos importados.

Os alimentos e bebidas representam na Etiópia 54% do IPC (Índice de Preços de Consumo).

No Reino Unido o valor do mesmo índice é de 11,6%.

A organização não-governamental lamenta que “enquanto muitas pessoas, nos países ricos, lutam contra a inflação, nos países da África Oriental enfrentam diretamente situações de fome e de pobreza”.

A Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD, sigla em inglês), bloco composto por oito países do leste do continente africano alertou no passado mês de maio que o número de pessoas que enfrentam fome na região está a aumentar devido à seca atingindo neste momento 40,4 milhões de habitantes.