Categoria: Notícias

IEC’s ambientais: desafios da tributação dos produtos plásticos

  • Ago 3
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 28 de julho de 2022. Leia o original aqui.

 

A Lei da Fiscalidade Verde criou as bases para a criação de novos impostos, terminologicamente, não sejam assim considerados. E os operadores económicos voltam a confrontar-se com problemas que já conhecem.

A Lei n.º 82-D/2014, de 31 de dezembro, comummente apelidada de “Lei da Fiscalidade Verde”, deu o pontapé de saída naquela que foi a mais recente reforma da fiscalidade ambiental em Portugal e de mudança do paradigma fiscal nacional. Com efeito, a referida Lei, entre outras medidas de cariz sobretudo ecológico e de proteção ambiental nos domínios da energia e emissões, transportes, água, resíduos, ordenamento do território, florestas e biodiversidade, lançou ainda, em certa medida, as bases para a criação dos novos impostos especiais de consumo na sua vertente ambiental (ainda que estas novas contribuições não se autointitulem de impostos, nem tão pouco tenham sido criadas enquanto tributos). A este respeito, refira-se que esta nova tributação ambiental materializou-se na Lei da fiscalidade verde através da introdução de um regime de tributação dos sacos de plástico.

Em concreto, o diploma em apreço instituiu uma contribuição sobre sacos de plástico leves, incorporando não só a transposição de Diretivas da União Europeia sobre a matéria como, simultaneamente, a técnica legislativa no seu enquadramento em matéria de Impostos Especiais de Consumo (IEC’s), ancorada, precisamente, nas normas previstas no Código dos IEC’s no que respeita à determinação da respetiva incidência objetiva, subjetiva, facto gerador e exigibilidade, entre outros. De uma simples tributação dos sacos de plástico em 2014, passámos rapidamente para a tributação de embalagens de utilização única de plástico ou de alumínio, adquiridas em refeições prontas a consumir, tal como previsto no Orçamento do Estado para 2021 – Lei n.º 75- B/2020, de 31 de dezembro, mas cuja entrada em vigor apenas ocorreu dia 1 de julho de 2022 e apenas no que diz respeito às embalagens de plástico, adiando-se a tributação das embalagens feitas de alumínio para 1 de janeiro de 2023. Desde logo várias questões se colocam, mas comecemos pelo princípio.

As novas formas de tributação ambiental assumiram um papel preponderante e até trendy no contexto das novas correntes de tributação internacional e das políticas ambientais. Efetivamente, seja pela pressão dos movimentos sociais recentes, seja pelas alterações climáticas e ambientais visíveis, com a poluição dos oceanos no topo da agenda, os governos estão empenhados em adotar políticas e investimentos sustentáveis, lógica em que se inserem as contribuições ou impostos sobre embalagens de plástico, um pouco por todo o mundo. Também a União Europeia identificou como objetivo um ambiente mais limpo, bem como o combate aos plásticos como uma prioridade fundamental para avançar para uma economia circular, tal como estabelecido no Green Deal da União. Mas a verdade é que, e para o caso português, não podemos falar de verdadeiros impostos porque as imposições sobre o plástico foram criadas enquanto contribuições. Não obstante, tal com os IEC’s tradicionais, também as novas formas de tributação sobre o plástico, ao abrigo de um princípio da equivalência procuram promover uma carga fiscal adequada ao custo provocado pelos contribuintes nos domínios da saúde pública ou do ambiente.

Chegamos, assim, à conclusão inelutável de que a forma e substância das novas contribuições sobre o plástico assumem, efetivamente, a morfologia tributária de verdadeiros impostos, ainda que na sua génese e terminologicamente, não o sejam. No final de 2021 foi publicada a Portaria n.º 331-E/2021, a qual veio regulamentar a contribuição sobre as embalagens de utilização única de plástico ou de alumínio adquiridas em refeições prontas a consumir, prevista na Lei n.º 75- B/2020, de 31 de dezembro. Pretende-se, pois, com esta contribuição, a prossecução de objetivos nacionais de política ambiental, promovendo-se em simultâneo uma transição para uma economia sustentável, circular, reduzindo-se o consumo das embalagens de utilização única, assim como o volume de resíduos de embalagens gerados. Mas precisamente porque estas novas contribuições são subordinadas à disciplina das normas dos IEC’s, os problemas que os operadores económicos, sujeitos passivos da contribuição enfrentam não são novos, como, por exemplo, o encargo e esforço financeiro associado ao pagamento da contribuição no momento da introdução no consumo, pese embora a sua repercussão no circuito económico. Por outro lado, a definição concreta de qual a taxa de IVA associada às embalagens usadas no take away de refeições prontas a consumir, nomeadamente, se pode ou não ser aplicada uma taxa reduzida ou intermédia, deverá igualmente ser objeto de uma clarificação mais aprofundada.

Lucro da Nestlé cai 11,7% para 5.382 milhões até junho

  • Ago 2
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 28 de julho de 2022. Leia o original aqui.

 

A Nestlé anunciou hoje que registou uma queda homóloga de 11,7% do lucro no primeiro semestre deste ano, para 5.247 milhões de francos (5.382 milhões de euros), embora a empresa tenha aumentado os preços dos produtos.

A Nestlé anunciou hoje que registou uma queda homóloga de 11,7% do lucro no primeiro semestre deste ano, para 5.247 milhões de francos (5.382 milhões de euros), embora a empresa tenha aumentado os preços dos produtos.

Em comunicado, a empresa suíça lembrou que, em parte, a queda do resultado líquido se deveu a elementos extraordinários.

Nesse sentido, realçou que teve no período em análise de enfrentar um impacto negativo ao nível contabilístico de 741 milhões de francos (760 milhões de euros) resultante da desvalorização de uma marca na América do Norte e dos direitos de propriedade intelectual e do capital fixo na Rússia.

No primeiro semestre do ano passado, o impacto negativo no resultado líquido foi de apenas 177 milhões de dólares (182 milhões de euros) neste tipo de rubrica.

O volume de negócios, por sua vez, atingiu os 45.580 milhões de dólares (46.749 milhões de euros) até junho deste ano, tendo registado um crescimento de 9,2% em termos homólogos.

A maior fatia desta subida (6,5 pontos percentuais) ficou a dever-se aos aumentos nos preços dos produtos, lê-se no comunicado.

Sector quer agricultura familiar no centro das compras públicas de alimentos

  • Ago 2
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 28 de julho de 2022. Leia o original aqui.

 

Esta é uma das medidas que integra o Plano de Ação para a Década da Agricultura Familiar (PADAF), cuja versão final vai ser hoje apresentada num seminário, em Viseu.

O sector agrícola quer ver alterada a legislação sobre as compras públicas de alimentos, de modo que a agricultura familiar seja privilegiada, em vez dos alimentos processados e importados.

Esta é uma das medidas que integra o Plano de Ação para a Década da Agricultura Familiar (PADAF), cuja versão final vai ser hoje apresentada num seminário, em Viseu.

Entre as metas definidas neste plano, a que a Lusa teve acesso, encontra-se “fornecer as instituições de utilidade pública com alimentos da agricultura familiar”.

Nesse sentido, é proposto o desenvolvimento e implementação de um programa de compras públicas.

Para o setor, não faz assim sentido continuar a apostar em alimentos processados e, muitas vezes, importados.

O PADAF, que esteve em consulta pública em junho, está organizado tendo por base um conjunto de áreas prioritárias – políticas, jovens, mulheres, organizações e capacidades, inclusão, sustentabilidade e resiliência, multidimensionalidade, inovação e funções da agricultura familiar.

Este plano de ação é composto por sete pilares, nomeadamente desenvolver um ambiente político e políticas públicas que fortaleçam a agricultura familiar, apoiar os jovens a garantir a sustentabilidade geracional, promover a equidade de género e o papel de liderança das mulheres, fortalecer as organizações e capacidades dos agricultores familiares para gerar conhecimento, melhorar a sua representatividade nos vários órgãos de governança, fortalecer os vínculos rural-urbano e providenciar serviços inclusivos, melhorar a inclusão socioeconómica, a resiliência e o bem-estar dos agricultores, promover a sustentabilidade da agricultura familiar e fortalecer a multidimensionalidade.

Para cada pilar são apresentados objetivos, resultados a alcançar e medidas indicativas.

O PADAF propõe também ao Governo a criação de circuitos curtos, defendendo que estes vão beneficiar a alimentação, a saúde, o ambiente e a economia.

Paralelamente, é sugerida a criação de um selo que permita aos consumidores identificar produtos oriundos da agricultura familiar.

De acordo com dados do recenseamento agrícola de 2019 e do Instituto Nacional de Estatística (INE), a agricultura familiar representa mais de 90% da agricultura mundial e produz 80% dos alimentos do mundo, contabilizando-se mais de 500 milhões de agricultores familiares.

A proposta do PADAF que esteve em consulta pública resultou de uma parceria entre a organização não-governamental (ONG) Actuar, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural e a Escola Superior Agrária de Viseu.

Ucrânia. Nos portos já começaram trabalhos para formar “corredores verdes” de transporte de cereais

  • Ago 2
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 27 de julho de 2022. Leia o original aqui.

 

Apesar de não haver certezas quanto ao colapso do acordo, devido a ataques e ameaças de Moscovo, a Ucrânia diz que especialistas militares e civis vão “procurar cuidadosamente objetos subaquáticos, instalar meios especiais de equipamentos de navegação que ajudarão a segurança da navegação”.

“Caravanas” de navios carregados de cereais liderados pela marinha ucraniana navegarão pelo Mar Negro assim que as equipas navais contruam rotas a partir dos portos do sul em Odesa, Chornomorsk e Pivdennyi, disse Serhiy Bratchuk, um porta-voz da administração militar de Odesa, citado pela “BBC”.

Na semana passada, foi assinado um duplo acordo entre a Rússia e a Ucrânia com a Turquia, ONU para desbloquear a exportação de cerca de 25 milhões de toneladas de cereais presos nos portos do Mar Negro, essenciais para a segurança alimentar global.

Parte do acordo incluía o compromisso russo de não atacar portos e navios, nomeadamente na região de Odessa. Contudo, no dia seguinte, Moscovo destruiu a infraestrutura militar do porto de Odessa, vital para a exportação de cereais ucranianos. Inicialmente, o Kremlin negou envolvimento, mas bastou apenas outro dia para o anunciar publicamente. O governo ucraniano acusou a Rússia de “cuspir na cara” da ONU e da Turquia, segundo a “Reuters”. Tanto a ONU com a UE condenaram os ataques.

E na manhã de quarta-feira, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Andrei Rudenko, alertou que o acordo pode entrar em colapso se os obstáculos às exportações agrícolas russas não forem removidos, segundo a “Interfax”.

Apesar da incerteza, Bratchuk disse que a Ucrânia pretende manter o acordo e comprometeu-se a cumprir suas obrigações. Especialistas militares e civis vão “procurar cuidadosamente objetos subaquáticos, instalar meios especiais de equipamentos de navegação que ajudarão a segurança da navegação”, acrescentou.

Entretanto, o ministro da Defesa da Turquia, Hulusi Akar, abriu um centro conjunto de coordenação de cereais em Istambul.

Equipado por funcionários ucranianos e russos, bem como inspetores turcos e da ONU, o centro garantirá a passagem segura de navios ucranianos e os inspecionará em busca de armas quando entrarem e saírem do Mar Negro.

“Os funcionários que trabalham neste centro estão cientes de que os olhos do mundo estão sobre eles”, disse Akar a jornalistas, citado pela “BBC”. “Esperamos que o centro dê a maior contribuição possível às necessidades humanitárias e à paz”.

WineCorner by José Maria da Fonseca: onde a partilha é uma arte

  • Ago 1
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 27 de julho de 2022. Leia o original aqui.

 

Inaugurado há cerca de um ano, o WineCorner by José Maria da Fonseca, localizado em Vila Nogueira de Azeitão, é o local para partilhar uma deliciosa refeição com amigos ou familiares, enquanto aprecia os vinhos produzidos pela José Maria da Fonseca na Península de Setúbal, Alentejo, Douro, Dão e região dos Vinhos Verdes.

Inaugurado há cerca de um ano, o WineCorner by José Maria da Fonseca, localizado em Vila Nogueira de Azeitão, é o local para partilhar uma deliciosa refeição com amigos ou familiares, enquanto aprecia os vinhos produzidos pela José Maria da Fonseca na Península de Setúbal, Alentejo, Douro, Dão e região dos Vinhos Verdes. Para os dias mais quentes, o menu desenvolvido pelo chef consultor setubalense Luís Barradas, que aposta na sustentabilidade, produtos locais e sazonalidade, não esquece os pratos de peixe nem variadas opções vegetarianas.

No menu de verão, pode iniciar a refeição pelas quesadillas de chouriço, queijo Provolone, queijo da Ilha, cebola roxa e alcaparras ou pelo camarão flambeado em Aguardente vínica Mosca, produzida pela José Maria da Fonseca, ou optar pelas sopas frias Gaspacho ou de Melão e Presunto. Da horta, além do Quinoto de Legumes e alho francês assado ou Húmus de Cenoura algarvia, cenouras baby assadas, beterraba, queijo de cabra, funcho, papadums, a Endívia grelhada, molho de tomate assado, ovo escalfado e crumble de anchovas promete fazer as delícias de quem segue uma dieta vegetariana.

Num restaurante situado perto de um porto de pesca, neste caso o de Setúbal, não podiam faltar várias opções de pratos de peixe: além das diversas interpretações do atum – Tataki, Plátanos ou Prego – o menu de verão do WineCorner inclui Pesca do Dia, que varia consoante a faina dos pescadores. Para os amantes de pratos de carne, a sugestão vai desde o carpaccio de novilho, prego do Lombo, sem esquecer o entrecôte maturado.

Para terminar a refeição com chave de ouro, e da forma mais doce possível, pode optar pela Torta de Azeitão, Manjar Celeste, Mosca na Mousse, entre outras opções.

Integrado no que foi, outrora, a casa da família Soares Franco, e aonde é atualmente a Casa Museu José Maria da Fonseca, o WineCorner by José Maria da Fonseca fica localizado num dos cantos do enorme edifício, conhecido antigamente pela “Casa do Canto”.

Com capacidade para 100 lugares sentados, o WineCorner by José Maria da Fonseca dispõe de duas salas interiores e duas esplanadas. Com serviço ao almoço e jantar, para o público em geral e para os visitantes da Casa Museu José Maria da Fonseca, o WineCorner by José Maria da Fonseca funciona também como Winebar, com possibilidade de consumo de toda a gama a copo, assim como petiscos e tapas. Das 15h às 19h existe o Menu Lanche, com várias opções de pratos e petiscos, também para partilhar.

Aberto de quinta a terça-feira, das 12 às 00h00. Encerrado às quartas-feiras. Tel.: +351 212 191366

Ervideira fecha o primeiro semestre com faturação de 1,2 milhões

  • Ago 1
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 27 de julho de 2022. Leia o original aqui.

 

A empresa vitivinícola ambiciona estar a caminhar para o “melhor ano de sempre”, apesar do aumento dos custos da energia se ter feito sentir.

A Ervideira terminou o primeiro semestre do ano com uma faturação que atingiu 1,2 milhões de euros, superando os registos dos mesmos períodos nos melhores anos da empresa vitivinícola: 2018 e 2019. O valor ultrapassa em 30% a média das faturações dos últimos seis anos, segundo informou a produtora de vinhos em comunicado de imprensa.

Uma evolução que está fortemente relacionada com os bons resultados com os vinhos de topo da empresa. São os casos do Conde D’Ervideira e Invisível, marcas que representaram mais de 60% da faturação no primeiro semestre do ano.

Duarte Leal da Costa, diretor-executivo da Ervideira, refere que os resultados financeiros “sofreram um rude golpe com os aumentos de custos relacionados com a energia”, mas sublinha que o valor em causa “não foi transportado para os consumidores.”

A empresa quer chegar mais longe e, por esse motivo, a expetativa passa por fazer o “melhor ano de sempre”, chegando aos 2,5 milhões de euros faturados.

A Ervideira está presente em regiões como a Vidigueira e Reguengos, contando com uma área total de 110 hectares.

Glovo expande-se nas localidades costeiras para dar resposta aos pedidos de verão

  • Ago 1
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 26 de julho de 2022. Leia o original aqui.

 

“De Vila Real de Santo António a Esposende”, a marca pretende chegar às zonas costeiras e realizar entregas como se se tratasse das grandes cidades.

A Glovo vai voltar a expandir o raio de ação em Portugal, desta vez nas zonas costeiras do país. O objetivo passa por chegar a mais consumidores numa fase particular, em que muitos portugueses estão de férias, revela um comunicado da aplicação de entregas, que deixa uma promessa.

A marca garante que os utilizadores poderão fazer os seus pedidos em locais costeiros “de Vila Real de Santo António a Esposende” com total “comodidade e conveniência”, como se estivessem nas grandes cidades.

Ao longo do último ano, a Glovo lançou-se em quase 40 novas cidades portuguesas e está agora presente num total de 95. Procura disponibilizar “um leque de parceiros cada vez mais diversificado”, sempre com o compromisso de entregar os pedidos em menos de 30 minutos.

A companhia não faz apenas entregas de comida, mas também de parafarmácia, presentes e encomendas personalizadas. A rede está espalhada por 1.400 cidades e 25 países.

Lucros da Jerónimo Martins sobem 40% para 261 milhões de euros no primeiro semestre

  • Jul 29
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 26 de julho de 2022. Leia o original aqui.

 

As vendas consolidadas do grupo cresceram 20%, em termos homólogos, para os 11,9 mil milhões de euros.

A Jerónimo Martins reportou esta terça-feira um resultado líquido foi de 261 milhões de euros nos primeiros seis meses deste ano, o que significa um aumento de 40,3% em comparação ao primeiro semestre de 2021.

O lucro por ação foi de 42 cêntimos e o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa fixou-se nos 851 milhões de euros, depois de um acréscimo de 19% relativamente ao mesmo semestre do ano passado.

“A força do desempenho das nossas equipas nos primeiros seis meses do ano é inegável, num contexto de muita incerteza, com elevada inflação alimentar, uma crise energética sem precedentes neste século, e disrupções ao nível das cadeias de abastecimento internacionais”, comentou o presidente da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos, no relatório financeiro.

As vendas consolidadas do grupo cresceram 20%, em termos homólogos, para os 11,9 mil milhões de euros. Por outro lado, o programa de investimento da Dona do Pingo Doce atingiu os 318 milhões de euros neste período, dos quais pouco mais de metade (51%) foram canalizados para a Biedronka, na Polónia.

“A crise energética acarreta aumentos continuados e significativos nos custos de eletricidade e dos transportes que exigem um foco acrescido das equipas na gestão rigorosa da produtividade e da eficiência. Esta situação aconselha prudência quando projetamos a evolução da inflação em geral e as suas consequências socioeconómicas”, adverte o CEO, no documento enviado à CMVM.

Os supermercados Pingo Doce viram as vendas crescer 8,5% entre janeiro e junho para 2,1 mil milhões de euros e 10,9% só no segundo trimestre. Já o Recheio beneficiou da retoma do turismo no país e, portanto, de mais compras por parte dos restaurantes, tendo esta insígnia registado um crescimento de vendas de 28,9% para 513 milhões de euros ( e 26,8% no segundo trimestre ).

Logo, a retalhista mantém o outlook. “O esforço de contenção dos preços de venda será mantido, num contexto em que a inflação ao nível dos custos aumentará a pressão sobre as margens percentuais das nossas insígnias. Reafirmamos, assim, as perspetivas para o ano tal como apresentadas no dia 9 de março de 2022, aquando da divulgação dos resultados de 2021”, conclui Pedro Soares dos Santos.

População em municípios com área predominantemente rural tem diminuído

  • Jul 29
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 25 de julho de 2022. Leia o original aqui.

 

Segundo um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos, nestes territórios é maior a presença da população com 65 anos ou mais.

A densidade populacional em municípios com área predominantemente rural tem diminuído, conforme apontou um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) sobre “Territórios de bem estar – Assimetrias nos municípios portugueses”.

“Nos municípios com maior área predominantemente rural, a densidade populacional tem diminuído e é menor em municípios com maior presença de população masculina e feminina com 65 ou mais anos, ou seja, nos territórios mais envelhecidos”, diz o estudo.

Por outro lado, “municípios com maior densidade populacional apresentam uma distribuição etária mais jovem, uma maior expressão da população ativa e também registam um acréscimo da população mais idosa”.

Quanto à formação, “nos territórios mais densamente povoados, é maior a presença de profissionais técnicos e de enquadramento (PTE), de população com escolaridade superior e com rendimentos mais elevados, e menor a percentagem de trabalhadores independentes (TI) e de operários industriais e agrícolas (O). A população nestes territórios é prevalecente no ensino básico e está também com maior frequência em condição de inatividade”.

Relativamente às classes sociais e ainda sobre formação, “nos municípios com maior presença de posições sociais caracterizadas pela maior disponibilidade de recursos, poderes e status (EDL — empresários, dirigentes e profissionais liberais), bem como de categorias que envolvem as atividades intelectuais e científicas (PTE — profissionais técnicos e de enquadramento) é mais expressiva a presença de habitantes com o ensino superior, assim como maiores valores de taxas de variação do ensino secundário e superior”.

“Municípios com maior presença de trabalhadores independentes (TI) surgem também com maiores valores de taxa de variação do ensino secundário, além de uma maior presença de inativos e de residentes  sem grau de escolaridade ou com o ensino básico. A presença de trabalhadores de execução direta na prestação de serviços variados (EE — empregados executantes) associa‑se a um maior número de indivíduos com o ensino secundário”, indica o estudo.

Vinhos do Alentejo lançam projeto de economia circular no sector vitivinícola da região

  • Jul 28
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 26 de julho de 2022. Leia o original aqui.

 

A GESAMB recebe e controla os resíduos entregues pelos membros do PSVA que, posteriormente, os disponibiliza à Silvex, responsável pela reciclagem e transformação em novos produtos. O “Adegas com resíduos circulares” conta também com o apoio da Agência Portuguesa do Ambiente.

O projeto chama-se “Adegas com resíduos circulares” e tem a assinatura do Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo.

“O Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo (PSVA), uma iniciativa pioneira no país e pertencente à Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), acaba de lançar um projeto piloto de economia circular, totalmente direcionado para a indústria vitivinícola da região”, refere a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana. Trata-se de um “sistema de reciclagem de elevada eficiência que permite circularidade na atividade vitivinícola, criação de cadeias curtas de transporte e confere valor acrescentado ao processo produtivo da adega”.

“A iniciativa, designada ‘Adegas com resíduos circulares’, resulta de uma parceria estabelecida com a GESAMB, empresa responsável pela gestão de resíduos urbanos do distrito de Évora, e a Silvex, empresa inovadora em projetos de economia circular em Portugal na área dos plásticos flexíveis e que dará uma segunda vida aos resíduos resultantes da atividade vitivinícola alentejana”, lê-se na nota.

“Este projeto configura-se como uma oportunidade sinergética entre a produção de resíduos de plásticos usados em ambiente de adega e a necessidade de matérias-primas por parte da Silvex. A iniciativa pretende tornar os resíduos das adegas com a chancela PSVA em subprodutos com valor acrescentado”, salienta na nota João Barroso, coordenador do PSVA.

Segundo a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana, “o novo sistema de reciclagem da Silvex de elevada tecnologia, permite a traçabilidade necessária e comprovou elevada eficiência no processamento dos resíduos das adegas”.

“O Sistema de Reciclagem agora disponível gratuitamente para os membros do PSVA, permite a circularidade no setor, a criação de cadeias curtas de transporte e processamento e, ainda, potencia o valor acrescentado na valorização dos resíduos gerados no processo produtivo da adega”, referem.

A operacionalização do projeto piloto será possível com a colaboração da GESAMB, que recebe e controla os resíduos entregues pelos membros do PSVA, e, posteriormente, os disponibiliza à Silvex, que será responsável pela reciclagem e a transformação em novos produtos.

O “Adegas com resíduos circulares” conta também com o apoio da Agência Portuguesa do Ambiente.

Recorde-se que o PSVA coloca a região do Alentejo como pioneira na implementação de medidas de agricultura sustentável e que, em 2020, lançou o único selo de certificação de produção sustentável em Portugal. Atualmente, o PSVA conta já com 517 membros, que representam 52% da área de vinha do Alentejo, e com 11 produtores certificados, número que pretende duplicar até ao final do ano.