Categoria: Notícias

Anti-‘trust’: Bruxelas consulta partes interessadas sobre acordos de sustentabilidade na agricultura

  • Mar 7
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 28 de fevereiro de 2022. Leia o original aqui

 

As reações resultantes desta consulta pública ajudarão a Comissão Europeia a elaborar orientações sobre uma nova derrogação que isenta os acordos de sustentabilidade no domínio da agricultura das regras de concorrência em determinadas condições.

No âmbito da política anti-‘trust’, a Comissão Europeia anunciou hoje, dia 28 de fevereiro, que iniciou a consulta a partes interessadas sobre acordos de sustentabilidade na agricultura.

“A Comissão Europeia convida as partes interessadas, como os produtores primários, transformadores, fabricantes, grossistas, retalhistas e fornecedores de fatores de produção, a partilharem a sua experiência com acordos destinados a alcançar os objetivos de sustentabilidade nas cadeias de abastecimento agroalimentar”, destaca um comunicado do RAPID, boletim informativo da representação da Comissão Europeia em Portugal.

De acordo com esse documento, “as reações ajudarão a Comissão a elaborar orientações sobre uma nova derrogação que isenta os acordos de sustentabilidade no domínio da agricultura das regras de concorrência em determinadas condições”, adianta o referido comunicado.

Todas as partes interessadas são convidadas a apresentar os seus pontos de vista no sítio ‘web’ das consultas da Comissão Europeia até 23 de maio.

Vendas da marca própria do Continente valem 750 milhões de euros

  • Mar 4
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 28 de fevereiro de 2022. Leia o original aqui

 

Na área alimentar, a marca própria das grandes superfícies do Grupo Sonae registou um crescimento superior a 20% nos últimos dois anos, ou seja, mais 125 milhões de euros.

A marca própria do Continente já representa vendas anuais de 750 milhões de euros, anuncia um comunicado da empresa de grande distribuição do grupo Sonae, esta segunda-feira.

“Em 2021, a marca própria do Continente representou cerca de 750 milhões de euros, na área alimentar, registando um crescimento superior a 20% nos últimos dois anos (ou seja, mais 125 milhões de euros)”, assinala esse comunicado.

De acordo com esse documento, “no ano passado, no total de marcas do universo alimentar da Sonae, 99,26% dos clientes compraram marca própria”.

“Para além dos artigos que constam no cabaz básico dos clientes, os produtos de marca própria mais procurados são os iogurtes de ‘straciatella’ (líquido e ‘mythos’) e o café sistema exclusivo Continente, que tiveram uma taxa de repetição de compra superior a 60% em 2021”, salientam os responsáveis da Sonae.

Segundo Tânia Lucas, nova diretora comercial de marcas próprias da MC (Modelo-Continente), “o Continente tem uma relação muito próxima com os seus clientes, e acreditamos que é também isso que nos permite assumir a liderança indiscutível do mercado de marcas próprias em Portugal”.

Segundo a responsável, dos cerca de 360 produtos que a marca lança por ano, “cada novidade envolve sempre, pelo menos, 60 consumidores, que avaliam não só os sabores e texturas, mas também nome e opções de embalagem”.

“Para a gama ‘+Proteína’ (iogurtes líquidos proteicos), por exemplo, além de escolherem a designação da gama, imagem e informações em destaque na embalagem, contámos com cerca de 350 provadores que definiram os sabores disponíveis e garantem que os produtos Continente são os melhores avaliados entre a restante oferta do mercado. Outro exemplo de desenvolvimento colaborativo foi a gama ‘Powered by Plants’ (produtos vegetarianos), em que os clientes não só selecionaram os produtos que compõem a gama e desenharam o ‘packaging’ com os nossos ‘designers’, como ainda nos desafiaram a desenvolver outros produtos que chegarão às lojas durante este ano”, explica Tânia Lucas.

A marca Continente tem mais de quatro mil referências de produtos que estão presentes no dia-a-dia das famílias portuguesas, nomeadamente através da gama Continente, Continente Equilíbrio, Continente ECO, Continente do Bebé, Continente Seleção e Continente Bio.

“Privilegiar a produção nacional e as parcerias de longo prazo com os fornecedores são outros dos compromissos do Continente: dois em cada três produtos de marca própria são produzidos em Portugal, contribuindo de forma decisiva para o desenvolvimento e sustentabilidade económica do tecido empresarial português”, conclui o referido comunicado.

Para mostrar a variedade e qualidade dos produtos Continente, a ‘Feira de Marca Própria’ está a decorrer em todas as lojas do país, até 6 de março.

Governo lança linha de crédito de 20 milhões de euros devido à seca

  • Mar 4
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 25 de fevereiro de 2022. Leia o original aqui

 

“Estamos a preparar e em processo legislativo uma linha de crédito de médio prazo, três anos com um de carência, com um valor de 20 milhões de euros para fazer face a esta seca”, afirmou a ministra da Agricultura.

O Governo vai lançar uma linha de crédito de 20 milhões de euros para fazer face à seca e um aviso de três milhões para equipamentos de depósito e distribuição de água, disse esta sexta-feira à Lusa a ministra da Agricultura.

O Ministério da Agricultura esteve hoje reunido com as confederações dos agricultores para fazer um ponto de situação das medidas para mitigar o impacto da seca. Em cima da mesa estiveram ainda temáticas como o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC) e o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Em declarações à Lusa, a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, adiantou que o Governo vai lançar uma linha de crédito de médio prazo, com 20 milhões de euros, para fazer face à seca.

“Estamos a preparar e em processo legislativo uma linha de crédito de médio prazo, três anos com um de carência, com um valor de 20 milhões de euros para fazer face a esta seca”, afirmou a governante.

Atualmente, está disponível uma linha de crédito de curto prazo, com juros bonificados para todos os agricultores e majoração de bonificação de juros para agricultores com o estatuto da agricultura familiar.

Por outro lado, foi também aberto um conjunto de avisos, no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR), para que os agricultores “pudessem apetrechar-se de equipamentos”, como cisternas, equipamentos para a distribuição de água, depósitos, bebedouros, tanques ou instalação de tubagens.

Este aviso, aberto até 01 de abril, destina-se aos territórios vulneráveis e tem 15 milhões de euros de dotação.

O Governo está agora a preparar um novo aviso, que deverá abrir em 04 de março, destinado a todo o território do Continente, com três milhões de euros para apoiar a compra destes equipamentos.

“Temos também uma linha de crédito disponível, com garantia do Estado, através do Fundo Europeu de Investimento, para as nossas empresas agrícolas que estejam a fazer investimentos e que precisem de fundo de maneio para fazer face aos problemas que decorrem desta situação”, acrescentou.

Conforme apontou Maria do Céu Antunes, a isto soma-se um conjunto de avisos, com dotação superior a 50 milhões de euros, para que possam ser instalados painéis fotovoltaicos nas explorações agrícolas e transformação, ajudando os agricultores “a produzir energia limpa, a serem autossuficientes e, com isso, reduzirem os custos de produção”.

Neste sentido, está também a ser preparado um aviso de seis milhões de euros para a instalação de painéis fotovoltaicos nos aproveitamentos hidroagrícolas.

Esta semana, Portugal e Espanha apresentaram à Comissão Europeia, no âmbito do conselho de agricultura e pescas (Agrifish) uma proposta de apoios, como o adiantamento dos pagamentos diretos em 70% no mês de outubro, acima dos 50% previstos.

 

Quinta da Aveleda: “Fomos pioneiros na gestão e racionalização de energia e na valorização da família”

  • Mar 3
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 27 de fevereiro de 2022. Leia o original aqui

 

Fonte oficial da Quinta da Aveleda revela ao Jornal Económico que a empresa já mpoupou a emissão de CO2 equivalente a 2,9 milhões de quilómetros percorridos de carro.

Esta é a segunda de uma série de entrevistas integrada num trabalhado alargado desenvolvido pelo Jornal Económico sobre a sustentabilidade no sector dos vinhos do Porto e do Douro. Após a entrevista em versão integral ao presidente do IVDP – Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, Gilberto Igrejas, esta semana é a vez de fonte oficial da quinta da Aveleda, um dos maiores produtores nacionais de vinho e da região do Douro, explicar quais os projetos de sustentabilidade em curso e em projetos e quais os impactos que têm estado a ter na produçlão desta casa.

Ao longo das próximas semanas, será possível acompanhar no site do Jornal Económico outras entrevistas aos responsáveis de alguns dos maiores produtores da região e do País, como a Sogrape, Quinta do Crasto, Sogevinus, Quinta da Gaivosa, Quinta do Portal ou The Fladgate Partnership, além de testemunhos sobre o que cerca de outros 20 produtores da região a estão a fazer ou a perspetivar no domínio da sustentabilidade.

Que tipo de medidas de sustentabilidade ambiental têm implementado e quando e porque é que optaram por este caminho?
Na verdade, a sustentabilidade na Aveleda era uma preocupação muito antes de se tornar um tema mediático. Já em 1870, quando Manoel Pedro Guedes instituiu a Aveleda enquanto empresa produtora de vinho, fê-lo valorizando também o seu património natural e pensando nas gerações futuras. Foi ele que plantou o extenso jardim que conhecemos na propriedade, que os seus descendentes não só souberam conservar, como também valorizar. Hoje temos mais de 114 espécies botânicas nos nossos jardins – um verdadeiro pulmão verde e um ninho de biodiversidade. A regeneração dos solos e a longevidade das plantas são fatores prioritários nas nossas plantações, que hoje se espalham por cerca de 600 hectares em todo o país. A valorização da água, recorrendo à retenção de chuvas e a um aproveitamento cíclico deste recurso, é também uma preocupação que nos levou a construir charcas em algumas parcelas, que servem também de abrigo a espécies aquáticas e aves migratórias. Somos certificados desde 2001 pela ISO 9001 (Gestão de Qualidade) e desde 2008 pela ISO 14001 (Gestão Ambiental) – 20 anos de uma monitorização atenta dos processos, de melhoria contínua e de um trabalho de raíz sobre o qual os nossos projetos de sustentabilidade hoje assentam. Fomos pioneiros na gestão e racionalização de energia e na valorização da família – certificados desde 2017 como Empresa Familiarmente Responsável, a única do sector.
Se olharmos para a definição de desenvolvimento sustentável – aquele que é capaz de suprir as necessidades atuais, conservando os recursos e assegurando a satisfação das necessidades das gerações futuras – vemos que é isso que a Aveleda tem vindo a fazer ao longo destes 150 anos. E é o caminho que vamos continuar a seguir. Em 2020, decidimos dar a conhecer este percurso e tornar a sustentabilidade algo presente na mente de todos os colaboradores, parceiros e consumidores Aveleda. Temos hoje uma equipa multidisciplinar dentro da empresa dedicada a este tema e que está a acompanhar os projetos dentro da área.

De que forma é que estas medidas de sustentabilidade ambiental se têm refletido na sustentabilidade económica da empresa (de preferência com dados quantitativos sobre poupanças alcançadas, investimento efetuados ou em curso, acréscimo de vendas e outros indicadores que considerem relevantes) e como é que essa vertente tem evoluído nos últimos anos?
As medidas de sustentabilidade têm tido resultados muito positivos (2020 face a 2019): a) + 380k€ (+1,6%) de crescimento em vendas (2020 face a 2019); b) redução no consumo específico de energia elétrica em 7,5%; c) redução no consumo específico de gás e ‘pellets’ na indústria/adegas em 2,5%; d) redução no consumo específico de água na indústria em 4,7%; e) pegada de água: 1,04 litros por cada litro de vinho (atenção: refere-se ao volume de água despendido no processo produtivo. O vinho não tem qualquer adição de água à sua constituição); f) poupámos o CO2 equivalente a 2,9 milhões de quilómetros percorridos de carro; g) evitámos a emissão para a atmosfera de 377,12 tCO2; e h)  cerca de 2000 árvores plantadas por ano.

Quais os novos projetos que têm em curso e em perspetiva para 2021 e anos seguintes?
Temos em curso um projeto que nos vai permitir quantificar e, por conseguinte, diagnosticar, a sustentabilidade na Aveleda de forma mais eficiente e sistemática. Através de uma seleção criteriosa de indicadores, de um processo de avaliação minucioso, e da definição de uma estratégia concreta, queremos ser mais eficientes a atuar sobre os pontos de melhoria identificados. Muitas das nossas práticas sustentáveis estão de tal forma impregnadas no ‘modus operandi’ que muitas vezes não as valorizamos da melhor forma. Queremos por isso desenvolver plena consciência de ‘onde estamos’ e definir em concreto ‘para onde vamos’, onde podemos melhorar. Queremos também que esta mensagem chegue ao consumidor, e que a identidade da Aveleda seja cada vez mais associada a este envolvimento genuíno com a natureza, aos valores da família, de continuidade e de prosperidade que têm norteado o caminho da empresa desde a sua fundação.

Como é que os vinhos resultantes destas medidas de sustentabilidade ambiental chegam ao consumidor de forma em termos de perceção e de preço relativamente aos restantes?
O modo de produção sustentável na Aveleda é transversal às várias marcas e vinhos que produzimos, e o nosso intuito é que este cuidado que temos, enquanto instituição, se reflita em todos os nossos produtos e na mente do consumidor. Por exemplo, o maior controlo e cuidado que procuramos ter sobre o processo de vinificação permitiu-nos certificar a gama de vinhos Aveleda e Villa Alvor como ‘vegan’, assim como os vinhos brancos das marcas Vale D. Maria e Quinta d’Aguieira. Alguns dos vinhos da Quinta Vale D. Maria são também produzidos a partir de vinhas muito velhas, onde a conservação da diversidade de castas em cada vinha (dezenas por parcela, em ‘field blend’) e de práticas de cultivo ancestrais são um atributo fundamental que expressa mais uma vez o nosso cuidado em preservar o património natural e cultural que herdamos, e que explica o valor destes vinhos. Estes são dois exemplos de como as práticas sustentáveis podem chegar até ao consumidor.

Quais são os dados mais recentes sobre a atividade da empresa e perspetivas para 2022 e anos seguintes?
Em 2020, registámos 40 milhões de euros de volume de negócios, com 20 milhões de garrafas produzidas, 13 milhões para exportação e sete milhões para o mercado nacional. Temos presença em mais de 85 mercados. Os principais mercados da Aveleda são Portugal, Canadá, Estados Unidos, Brasil, França e Alemanha. Conseguimos um aumento de produção de 25,9% face ao ano anterior e um aumento de 4,3% nas vendas de marcas prioritárias. A Quinta da Aveleda detém 565 hectares de vinhas próprias.
Quanto a metas para o futuro, pretendemos atinguir um volume de negócios de 50 milhões de euros em 2025 e manter a aposta na sustentabilidade com o novo projeto a ser colocado em prática.

Vendas de produtos alimentares para hotelaria cresceram 16% em 2021

  • Mar 3
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 25 de fevereiro de 2022. Leia o original aqui

 

Para 2022, esta tendência deverá manter-se, com um crescimento estimado de 14%, fruto da recuperação do consumo, da atividade turística e da hotelaria, defende a Informa D&B.

O volume de negócios dos grossistas de produtos alimentares para hotelaria (canal Horeca) em Portugal registou um crescimento de 15,8% em 2021, para os 1.100 milhões de euros, de acordo com o estudo da Informa D&B sobre este setor divulgado esta sexta-feira.

Para 2022, esta tendência deverá manter-se, com um crescimento estimado de 14%, fruto da recuperação do consumo, da atividade turística e da hotelaria, defende a instituição liderada por Teresa Cardoso de Menezes.

“Os valores de 2021 surgem após um ano de 2020 muito desfavorável. O valor deste mercado tinha caído 29% e, entre as 37 das principais empresas do setor, 26 registaram quedas nas suas receitas”, refere a Informa D&B.

Em 2020 operavam no setor português de grossistas de alimentação um total de 9.109 empresas, tendo o seu número registado um aumento de 1,3% em relação ao ano anterior. Cerca de 25% das empresas grossistas centram a sua atividade na distribuição de frutas e produtos hortícolas, à frente das distribuidoras de bebidas, que ocupam o segundo lugar, representando quase 17% do total, segundo a análise.

“O setor caracteriza-se pelo seu elevado grau de atomização (cerca de 90% dos operadores contam com menos de dez empregados). Grande parte são empresas familiares com um âmbito de atuação regional”, refere o estudo.

A zona Norte concentra o maior número de empresas, representando pouco mais de 30% do total. A zona Centro e a de Lisboa agregavam perto de 26% e de 24% dos operadores, respetivamente.

AHRESP defende que redução do endividamento das empresas deverá ser uma das prioridades do novo Governo

  • Mar 3
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 24 de fevereiro de 2022. Leia o original aqui

 

A associação invoca dados do Banco de Portugal de 2021 sobre o endividamento das empresas privadas que cresceu 9,4 mil milhões de euros, para suportar o seu apelo.

“A redução do endividamento das empresas deverá ser uma das prioridades do novo Governo”, defende a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP).

A associação invoca dados do Banco de Portugal de 2021 sobre o endividamento das empresas privadas que cresceu 9,4 mil milhões de euros.

Este crescimento traduziu-se, principalmente, no financiamento obtido junto do exterior (7,1 mil milhões de euros).

No entanto, também aumentou o endividamento perante o sector financeiro e perante as próprias empresas privadas (1,2 mil milhões de euros, em ambos os casos).

Entre o final de 2020 e o final de 2021, o endividamento total das empresas privadas cresceu 4,2%, mais 3,0 pontos percentuais (pp) do que entre 2019 e 2020.

Ora perante isto, e atendendo ao contexto económico de exceção originado pela pandemia, a AHRESP defende que “devem ser criados mecanismos de apoio para a redução do endividamento das empresas com a máxima brevidade possível, para que não percam a sua competitividade a longo prazo”.

Lidl investe 21 milhões de euros na modernização de cinco lojas

  • Mar 2
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 24 de fevereiro de 2022. Leia o original aqui

 

“Foram mais de 21 milhões de euros na modernização de cinco lojas, nos concelhos do Montijo, Moita, Gouveia, Montemor-o-Velho e Gondomar que abrem hoje”, diz a cadeia alemã de retalho alimentar.

O Lidl continua a investir em Portugal e agora anunciou que vai gastar mais de 21 milhões de euros de norte a sul do país, a modernizar cinco lojas.

“Foram mais de 21 milhões de euros na modernização de cinco lojas, nos concelhos do Montijo, Moita, Gouveia, Montemor-o-Velho e Gondomar que abrem hoje”, diz o Lidl.

“Com este investimento o Lidl vem proporcionar uma melhor experiência de compra às populações, contribuindo igualmente para a dinamização económica dos concelhos, com a criação de novos postos de trabalho – todos com contrato sem termo”, acrescenta a cadeia de retalho portuguesa, de origem alemã.

“Dando continuidade à estratégia de modernização do seu parque de lojas, para garantir uma maior proximidade com as populações bem como o acesso facilitado a produtos e serviços inovadores, o Lidl celebra hoje a reabertura de cinco novas lojas, nos concelhos do Montijo, Moita, Gouveia, Montemor-o-Velho e Gondomar. Para além de oferecer uma experiência de compra melhorada, o Lidl contribui para a dinamização das economias locais, gerando emprego estável e de qualidade, com contratos sem termo”, assegura em comunicado a cadeia de retalho alimentar.

Sendo a requalificação urbana uma realidade integrada no plano de modernização do parque de lojas Lidl, “a obra da nova loja do Montijo contemplou a construção de uma ciclovia e de um novo espaço ajardinado, enquanto que na envolvência da loja de Gouveia foi construída uma rotunda para melhor organização do trânsito e acesso à loja e novos passeios”, detalha a cadeia em comunicado.

“As cinco novas lojas estão integradas no atual e inovador conceito de lojas Lidl, que tem vindo a ser implementado em muitas outras zonas do país, com grande recetividade por parte dos clientes”, diz o Lidl que acrescenta que as lojas apresentam áreas de vendas entre os 1.100 m2 e 1.400 m2, corredores mais largos e fachadas em vidro que lhes conferem maior luminosidade natural, permitindo assim, uma maior poupança energética.

“Concebidas a pensar no máximo conforto para as compras diárias e semanais dos clientes, todas as novas lojas incluem um serviço de padaria self-service, com uma máquina de corte de pão, onde se podem encontrar dezenas de variedades de pão e pastelaria, e contam também com uma zona de bacalhau a corte. Na zona das frutas e legumes disponibilizam ainda uma máquina de sumo de laranja natural, e as lojas do Montijo e Gondomar têm ainda o serviço de frango assado, preparado, cortado e embalado, pronto para qualquer refeição. Todas elas disponibilizam lugares de estacionamento para os clientes. Não esquecendo o compromisso do Lidl com a sustentabilidade, as cinco lojas privilegiam o uso de iluminação LED e de painéis solares”, lê-se no comunicado.

Crise/Energia: Alguns produtos alimentares registaram aumentos de 10%

  • Mar 2
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 23 de fevereiro de 2022. Leia o original aqui

 

No retalho alimentar, afirmou o diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), Gonçalo Lobo Xavier, o setor já tinha “sido de alguma maneira” sensibilizado pelos seus fornecedores, ainda em dezembro, de que “os preços iam aumentar”.

O diretor-geral da APED afirmou hoje, em declarações à Lusa, que a pressão sobre os preços deverá continuar até ao segundo trimestre e avançou que há produtos alimentares que sofreram aumentos “na ordem dos 10%”.

No retalho alimentar, afirmou o diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), Gonçalo Lobo Xavier, o setor já tinha “sido de alguma maneira” sensibilizado pelos seus fornecedores, ainda em dezembro, de que “os preços iam aumentar”.

Ou seja, “a tabela de preços que nos é apresentada genericamente nos bens de grande consumo para o retalho alimentar já tinha sido sinalizada em dezembro do ano passado que ia ser alterada, portanto as consequências estão a sentir-se agora, nos meses de janeiro e fevereiro”, acrescentou o responsável.

Questionado sobre qual o aumento sobre os produtos, Gonçalo Lobo Xavier adiantou que é “na ordem dos 10% nalguns casos”.

Isto “porque nós também os adquirimos com esse aumento e é impossível não os fazer refletir no preço final” para o consumidor, explicou.

Sobre o tipo de produtos que tem sido alvo de aumento de preços, Gonçalo Lobo Xavier apontou todos os que “estão à volta dos cereais”, a carne, onde se inclui a de vaca e de porco, bem como “arroz e massas, produtos que dependem muito de um certo tipo de produção e de uma fileira”.

O diretor-geral da APED asseverou que o setor fez um “esforço” para não refletir a subida dos custos no preço ao consumidor, mas não foi possível evitar.

“Fizemos um esforço muito grande para tentar impactar o menos possível estes aumentos, nomeadamente, com eficiência na logística e no transporte e na mobilidade, mas torna-se neste momento impraticável”, argumentou Gonçalo Lobo Xavier.

“Infelizmente, parece-me que com todas estas tensões geopolíticas a que estamos a assistir na Europa, esta pressão dos preços por via do aumento de vários” fatores, entre os quais da energia das matérias-primas, “não irá abrandar e irá ficar já para o segundo trimestre”, sublinhou.

“É evidente que, a par disto, estão alguns fenómenos que estão a acontecer e que estão naturalmente, do ponto de vista da produção agrícola nacional, e mesmo alguns produtos em que Portugal não é autossuficiente e tem que ir buscar a outros Estados-membros e a outros locais do mundo”, em que “já estamos a sentir o aumento dos preços decorrente da própria produção”, acrescentou.

Gonçalo Lobo Xavier referiu que “a produção está a sentir uma pressão enorme na sua própria linha de desenvolvimento”, nomeadamente nas questões dos cereais, nas rações por via da falta de pastagens e da seca, o que tem como consequência a necessidade de alimentar os animais com outro tipo de alimentos, e “isto está de facto a encarecer o cabaz e a pôr uma pressão bastante grande”.

O diretor-geral da APED sublinhou, uma vez mais, que o retalho alimentar “não é um negócio de margens muito altas”, recordando que estas são “na ordem dos 2%, 3% em toda a Europa e Portugal não é exceção”.

Além disso, “o que estamos a verificar é que, sendo um negócio de volume, é cada vez mais difícil não transportar estes aumentos de custos” apresentados pelos fornecedores, quer seja de produção agrícola ou na parte industrial, acrescentou.

O aumento de preços, sublinhou, acontece não por via das margens, mas “por via dos custos que estão associados”.

O retalho especializado tem “sentido também alguns aumentos de preços, sobretudo na eletrónica”, adiantou, como consequência da crise da falta de semicondutores (também conhecidos por ‘chips’).

A escassez desta matéria-prima tem como consequência o aumento dos preços no setor da eletrónica.

Nos casos em que “temos uma maior dependência na produção estrangeira, na Europa e de fora da Europa (…), aí estamos claramente a sofrer os efeitos dos preços dos custos dos transportes e dos custos da energia”, salientou.

O retalho alimentar e o retalho especializado são “dois segmentos diferentes em que do ponto de vista de políticas públicas não nos parece possível fazer muita coisa”, considerou.

“Só do ponto de vista da energia, mas até mesmo isso” implica “ações concertadas a nível europeu para travar a escalada do aumento de preços da energia”, disse Gonçalo Lobo Xavier.

 

 

 

 

 

Exportadoras de vinho aflitas com invasão russa na Ucrânia

  • Mar 1
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 24 de fevereiro de 2022. Leia o original aqui

 

O conflito entre a Ucrânia e a Rússia pode pôr em causa o forte crescimento do mercado russo para as exportadoras de vinho nacional. O sector está apreensivo com a possível retaliação de Putin às sanções da União Europeia.

“Apreensão” e “preocupação”. É assim que as empresas portuguesas que exportam vinho para a Rússia, o principal mercado para muitas, vêm o conflito com a Ucrânia e as consequências que daí podem vir. Nomeadamente a possível resposta russa às sanções já anunciadas por vários países, como um travão à importação de produtos europeus. As exportadoras estão, em alguns casos, a procurar alternativas a um mercado que, garantem, tem estado em forte crescimento.

A escalada da tensão entre a Rússia e a Ucrânia tomou outra proporção depois de o presidente russo, Vladimir Putin, ter reconhecido a independência das províncias separatistas Donetsk e Lugansk, lançando depois um ataque militar a várias cidades ucranianas. A União Europeia, que já tinha anunciado sanções – incluindo o congelamento de bens de bancos privados russos e a limitação do financiamento russo nos mercados europeus – quer medidas ainda mais pesadas. Também os EUA avançaram com sanções económicas, o que levou a Rússia a prometer uma “resposta forte”.

Ainda não se sabe que resposta será esta, e até onde irão as autoridades russas perante a ação dos outros países, mas já se temem os efeitos. “Ainda não vimos o final desta escalada de tensão entre os dois países, nem das sanções e embargos que a Rússia e os países ocidentais irão provavelmente esgrimir entre si, pelo que não é ainda possível ter uma ideia completa sobre o impacto deste problema para as empresas que exportam para a Rússia, e até mesmo para a Ucrânia ou para outros países da região”, começa por dizer Luís Mira ao Jornal Económico (JE).

O setor agroalimentar será afetado no seu conjunto, mas é possível identificar em particular o setor da cortiça como especialmente prejudicado com esta situação, no caso da Ucrânia, e o setor dos vinhos e do alimentar de um modo geral, no caso da Rússia.

Ainda assim, diz o secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), prevê-se que o “sector agroalimentar [nacional] seja afetado no seu conjunto”, sendo “possível identificar em particular o sector da cortiça como especialmente prejudicado, no caso da Ucrânia, e o sector dos vinhos e do alimentar, no caso da Rússia”, mais concretamente os exportadores de vinho verde.

Os dados preliminares do INE para 2021 mostram que as exportações de bens nacionais para Moscovo rondaram os 178,4 milhões de euros, o que coloca Portugal como o 13.º maior fornecedor do país. Entre os bens mais vendidos ao mercado russo estão a cortiça, maquinaria, mas também produtos alimentares, como o vinho.

Um mercado em crescimento

“A Rússia não é só o nosso mercado número um, como é o mercado que mais cresce”, afirma ao JE José Oliveira, diretor-geral da Viniverde. “Dos 70% das exportações, a Rússia já deve representar 15% a 20%. Tem muito peso”. Em termos das perspetivas de crescimento, este ano, “e numa situação normal, seria de 30% a 40%”. Com a evolução da crise, é “esperar para ver, com muita ansiedade”, refere.

Esta perspetiva é partilhada por Márcio Ferreira, diretor de exportação da Casa Ermelinda Freitas. “É um mercado muito importante para nós. Exportamos para 40 mercados e a Rússia está no top 10”, diz. Espera igualmente um crescimento de 30% nas vendas para este mercado que representa 5% das exportações da empresa. A Casa Ermelinda Freitas vende vinho de Setúbal para a Rússia, tendo já acordo para o vinho verde.

A Rússia não é só o nosso mercado número um, como é o mercado que mais cresce.

“Estamos muito apreensivos e preocupados. O negócio está a crescer, temos muitas encomendas até ao fim do ano para satisfazer. Não tenho a indicação de que não vão para a frente”, mas é preciso esperar para ver, diz ao JE. Portugal é o 5.º maior exportador de vinho para a Rússia, atrás de França, Itália, Espanha e Chile. “Há várias empresas em Portugal na região dos vinhos verdes que o mercado número um já é a Rússia. Isto terá um impacto gigantesco para Portugal no mundo do vinho”, refere José Oliveira, da Viniverde.

É preciso alternativas

O sector receia que Putin volte a impôr um embargo alimentar, como aconteceu após a anexação da Crimeia em 2014, que atingiu bens como frutas, carnes e laticínios, deixando o vinho de fora. “Já existe esse precedente por parte da Rússia que afetou o sector agroalimentar e é expectável que algum tipo de sanção económica por parte desse país possa ser anunciado, à medida que os países europeus e ocidentais forem anunciando as suas próprias sanções”, diz Luís Mira, da CAP, reconhecendo que se o vinho for incluído, o “impacto será obviamente negativo”.

É preciso perceber que “enquanto para determinadas empresas a quota de exportação para a Rússia poderá não ser muito significativa no conjunto dos seus negócios, para outras a situação poderá ser dramática”, alerta.

Estamos a tentar encontrar outras alternativas, nomeadamente nos EUA, para nos precavermos.

A Viniverde já está à procura de mercados alternativos para exportar. “Estamos a tentar encontrar outras alternativas, nomeadamente nos EUA, para nos precavermos”, diz José Oliveira, salientando que, além da Rússia, também a Ucrânia é um mercado relevante para a produtora de vinhos que entrou igualmente na Bielorrússia. “A Ucrânia é um mercado que começámos a trabalhar há dois anos e que começa a ganhar peso”.

Apesar de em menor escala face à Rússia, o mercado ucraniano é também relevante para a Casa Ermelinda Freitas, tendo assinado, há alguns dias, um contrato com uma cadeia de 70 lojas. “Agora que estamos a recuperar da Covid-19, vem uma coisa destas. Ninguém aguenta”, lamenta Márcio Ferreira. “Ficámos dois anos sem poder ir aos mercados – íamos sempre duas, três vezes à Rússia – e agora acontece isto. Estamos na expectativa.”

Preço dos cereais dispara com receios sobre impacto da invasão russa à Ucrânia

  • Mar 1
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 24 de fevereiro de 2022. Leia o original aqui

 

A cotação do trigo (milling wheat) para entrega em março estava, há pouco, a subir mais de 17%, enquanto o milho avançava mais de 12%.

O preço dos cereais está a disparar, depois de a Rússia ter invadido a Ucrânia durante a madrugada. A pressionar este mercado estão os receios de que este passo possa prejudicar as exportações daqueles que são dois grandes produtores desta matéria-prima.

A cotação do trigo (milling wheat) para entrega em março estava, há pouco, a subir mais de 17% para os 337,25 euros por tonelada métrica, segundo dados da Barchart.

Já o milho para entrega em março estava a valorizar mais de 12% para 300 euros por tonelada métrica, tendo chegado aos 304 euros por tonelada métrica durante a sessão desta quinta-feira.

Este é um dos mercados que será afetado pelo conflito entre a Rússia e a Ucrânia. À agência Lusa, Henrique Tomé, analista da correctora XTB, salientou, na quarta-feira, que “tanto a Rússia como a Ucrânia têm um papel importante no que diz respeito à exportação de cereais à escala mundial”, com ambos a representarem cerca de 30% da exportação. O trigo, estima o analista, “é dos cereais que poderá registar a maior subida dos preços”, que “já subiram cerca de 9% este ano”.

Também o milho deverá registar um aumento de preço, alertou Mário Martins, membro do conselho de administração da correctora ActivTrades CCTVM, justificando a previsão com o facto de a Ucrânia ser “o sexto maior” produtor mundial. Alerta, contudo, que a oscilação de preços dos cereais está pendente do resultado do impasse. “No pior cenário, será substancialmente maior, desde logo porque alia a questão do aumento de custos energéticos, dado que o preço do petróleo irá disparar também”.