Categoria: Notícias

AHRESP diz que redução do consumo de energia “não pode passar por restrições” aos horários

  • Ago 26
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 25 de agosto de 2022. Leia o original aqui.

 

A AHRESP pede também que “sejam disponibilizados programas de apoio à eficiência energética, especificamente direcionados para os setores da restauração, similares e do alojamento turístico”.

A Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) admitiu estar contra restrições ao funcionamento das atividades, como a redução de horários das lojas, como medida para poupar energia.

“O contributo das empresas da restauração, similares e do alojamento turístico para a redução de 7% no consumo de energia, não pode passar por restrições ao funcionamento das nossas atividades, como seja a redução de horários, nem por quaisquer outras obrigações que se revelem penalizadoras para as nossas atividades económicas”, diz a AHRESP em comunicado.

A associação aponta que o “momento é de intensa laboração” e que a “época trouxe o tão desejado pico na atividade das nossas empresas”. Como tal, a AHRESP considera “determinante, que no âmbito do Plano de Poupança de Energia e Eficiência Hídrica, sejam disponibilizados programas de apoio à eficiência energética, especificamente direcionados para os setores da restauração, similares e do alojamento turístico”.

A representante de Restauração e Hotelaria lembrou ainda que “as nossas empresas há muito que têm implementado medidas de redução do consumo de energia com o apoio da AHRESP, como sejam a realização de auditorias energéticas e mais recentemente uma campanha de substituição dos motores elétricos convencionais dos sistemas de refrigeração, por motores de comutação eletrónica”.

O Governo pediu sugestões aos comerciantes para economizar energia e a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal sugeriu um pacote de medidas onde está incluída a redução do horário de funcionamento das lojas, supermercados e centros comerciais.

O executivo de Costa procura reduzir o consumo de gás em cerca de 7% depois de um acordo entre os estados membros da União Europeia.

Estudo aponta que Europa enfrenta pior seca em 500 anos

  • Ago 26
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 22 de agosto de 2022. Leia o original aqui.

 

Um relatório de agosto do Observatório Europeu da Seca (EDO), aponta que 47% da Europa está sob condições de alerta.

A Europa enfrenta a pior seca dos últimos 500 anos, com dois terços do continente em estado de alerta ou alerta, reduzindo o transporte marítimo interior, a produção de eletricidade e os rendimentos de certas culturas.

As conclusões surgem no relatório de agosto do Observatório Europeu da Seca (EDO), supervisionado pela Comissão Europeia, e divulgado pela “Reuters”, aponta que 47% da Europa está sob condições de alerta, com claro défice de humidade do solo.

“A seca severa que afeta muitas regiões da Europa tem vindo desde o início do ano a expandir-se e a piorar a partir do início de agosto”, destacou o relatório, acrescentando que a região oeste europa-mediterrâneo provavelmente experimentará condições mais quentes e secas do que as condições normais até novembro.

Grande parte da Europa enfrentou semanas de altas temperaturas este verão, que pioraram a seca, causaram incêndios florestais, dispararam alertas de saúde e provocaram pedidos por mais ações para combater as mudanças climáticas.

As culturas de verão têm sofrido, com a produção de 2022 para o milho estando 16% abaixo da média dos cinco anos anteriores e a produção de soja e girassóis deve cair 15% e 12%, respetivamente. Por sua vez, a geração de energia hidrelétrica foi atingida, com mais impacto sobre outros produtores de energia devido à escassez de água.

O indicador de seca do observatório é derivado de medidas de precipitação, humidade do solo e da fração de radiação solar absorvida pelas plantas para fotossíntese.

Recursos minerais ucranianos sob controlo russo valem 12,5 mil milhões de euros

  • Ago 25
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 21 de agosto de 2022. Leia o original aqui.

 

O valor total estimado dos recursos minerais ucranianos agora sob controlo russo, incluindo minérios e hidrocarbonetos, é de cerca de 12,5 mil milhões de euros, numa “estimativa conservadora”, disse à Lusa a consultora SecDev.

Em entrevista à Lusa, Robert Muggah, diretor da SecDev, empresa de consultoria de risco geopolítico e digital, assumiu que o valor real de todos os recursos tomados pelos russos na Ucrânia deverá ser “consideravelmente maior”.

“Para colocar isso em perspetiva, o valor total estimado de todos os hidrocarbonetos e minerais ucranianos é de cerca de 26 mil milhões de dólares (25,9 mil milhões de euros)”, explicou Muggab.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas de suas casas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de seis milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que está a responder com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca à energia e ao desporto.

Recentemente, a SecDev analisou a riqueza natural da Ucrânia e a sua apropriação pela Rússia, tendo identificado mais de 9.600 depósitos de recursos naturais, incluindo vários tipos de carvão, petróleo, gás, metais, minérios, terras raras, metais e pedras preciosas, concluindo que o país é “superpotência de recursos naturais”.

A SecDev também identificou e confirmou depósitos de várias matérias-primas minerais, como areias, granito, calcário, e matérias-primas para energias renováveis, fabrico de baterias, indústrias químicas e de construção, assim como poços de água. No total, a SecDev recolheu dados de 177 tipos de recursos minerais e hídricos em toda a Ucrânia, incluindo na região do Donbass e Crimeia, sob ocupação russa.

“Em agosto de 2022, a Ucrânia cedeu o controlo de quase 2.000 depósitos de várias categorias de minerais e poços de água. Em termos absolutos, isso significa que mais de 20% de todos os depósitos ucranianos conhecidos de hidrocarbonetos e minerais críticos são efetivamente ‘controlados’ pela Rússia desde a anexação de 2014”, disse Robert Muggah.

Isso não significa que esses recursos estejam a ser ativamente extraídos ou vendidos, mas sim que eles já não estão sob o domínio das autoridades ucranianas.

Questionado se, tendo em conta a importância estratégica da riqueza da Ucrânia, esse país poderia tornar-se num importante fornecedor de gás e rivalizar com a Rússia nesse aspeto, Muggah indicou que a Ucrânia tem reservas e depósitos significativos e subexplorados de petróleo, gás e carvão, mas ainda depende fortemente de importações para atender às necessidades domésticas de energia.

“Se essas reservas fossem exploradas, poderia começar a rivalizar com a Rússia em várias frentes. Estima-se que haja mais de mil milhões de metros cúbicos de gás natural na Ucrânia e biliões de dólares de potencial por desbloquear. Apesar das grandes reservas de petróleo, gás e carvão e produção de energia nuclear, a Ucrânia importou 83% do seu consumo de petróleo, 33% do seu gás natural e 50% do seu carvão em 2021”, detalhou o cientista político.

Os esforços da Ucrânia para reduzir a dependência da energia russa foram interrompidos na última década. Esforços para expandir a exploração de hidrocarbonetos em parceria com empresas internacionais de energia em 2013 e 2014 foram suspensos devido à anexação da Crimeia pela Rússia e a subsequente guerra no Donbass, explicou a SecDev.

A invasão russa deste ano também minou com sucesso a política de segurança energética da Ucrânia.

“No momento, muitas das áreas conhecidas com produção e depósitos ativos de petróleo, gás e carvão estão em áreas afetadas pela invasão russa ou reivindicadas pela Rússia. A SecDev descobriu que mais de 80% das reservas comprovadas de gás e 90% da produção estão na região de Dnipro-Donetsk, bem como na plataforma rasa do Mar Negro”, disse Muggah.

As reservas de carvão conhecidas também estão concentradas no Donbass e estão agora apenas a funcionar parcialmente. Exploração, perfuração, extração, refinação e exportação de todos os hidrocarbonetos e minerais críticos por via marítima e ferroviária encontram-se “profundamente perturbadas”, devido à guerra.

Já em relação à questão mineral, o especialista garante que a Ucrânia tem potencial para ser uma superpotência de minerais e de terras raras, apesar da invasão russa do leste e litoral da Ucrânia ter paralisado essa agenda.

“A dotação de recursos naturais do país é impressionante. De acordo com fontes do Governo ucraniano, o país ocupa o 4.º lugar no mundo em termos de valor total avaliado de recursos naturais, incluindo 117 dos 120 minerais mais utilizados. Possui mais de 20.000 depósitos pesquisados e ocupa o primeiro lugar na Europa em relação ao urânio recuperável, o segundo em termos de titânio e o terceiro em gás de xisto. O grande volume dos minérios mais usados do mundo é de tirar o fôlego”, observou.

A Ucrânia também abriga os maiores depósitos de terras raras do mundo, que são fundamentais para a transição para a energia verde, segundo a SecDev. Essas reservas estão concentradas em muitas áreas contestadas pela Rússia.

Geograficamente, a maioria das terras raras parece estar concentrada em Kruta Balka em Zaporojia, Shevchenko em Donetsk e nos campos de Polokhivske em Dobra, Kirovohrad.

“É claro que a anexação da Crimeia em 2014, o conflito de oito anos no Donbass e a recente invasão da Rússia em 2022 reduziram drasticamente a produção e a exploração de minerais críticos, incluindo terras raras. Apesar dos leilões para emitir mais de 100 licenças em 2021, muitas empresas internacionais e domésticas desaceleraram ou cessaram as atividades de mineração na Ucrânia desde o início da guerra”, em 24 de fevereiro, afirmou o diretor da SecDev.

Vindima no Douro arranca mais cedo para “salvar” uva da seca e do calor

  • Ago 25
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 21 de agosto de 2022. Leia o original aqui.

 

A vindima começou mais cedo no Douro para “salvar” a uva da seca e do calor e, pelos valados de uma quinta, em Alijó, cruzam-se vindimadores portugueses, timorenses e ucranianos, que minimizam a falta de mão-de-obra.

“Este ano antecipamos a colheita das uvas porque não choveu e as videiras estão a sofrer muito ‘stress’ hídrico”, afirmou à agência Lusa José Morais, da Casa dos Lagares, localizada na aldeia de Cheires, no concelho de Alijó, distrito de Vila Real.

Cortam-se, para já, as uvas brancas, daqui a uns dias iniciar-se-á o corte das uvas tintas e, pela adega e valados da propriedade, ouvem-se diferentes línguas: português, inglês, ucraniano e tétum.

Aqui a vindima faz-se com imigrantes que ajudam a colmatar a falta de mão-de-obra que afeta a região.

“Neste momento estão a participar na nossa vindima senhores timorenses e ucranianos e trabalham todos muito bem”, referiu José Morais, apontando que a adaptação está a ser fácil.

O vindimador português Diamantino Correia Bravo, 64 anos, ainda se recorda das rogas, grupos de homens e mulheres que desciam da montanha para as vindimas do Douro. Com ele, são, neste momento, quatro as pessoas de Cheires que trabalham na propriedade, os restantes são estrangeiros.

O trabalhador salientou que os estrangeiros é que têm ajudado, porque “os de cá não querem trabalhar”, ou “já estão reformados”.

Na vinha, os timorenses arranham o português e, na adega, as duas ucranianas, ali a trabalhar no dia em que a Lusa fez a reportagem, só falam na língua materna. A língua dificulta a comunicação, mas tradutores ‘online’, os gestos e as demonstrações permitem a aprendizagem e a realização do trabalho.

O timorense Edgar Ximenes dos Santos, 40 anos, chegou a Portugal há três meses, veio logo trabalhar para a agricultura e disse que está a gostar do trabalho”, que não considerou difícil de fazer.

Também vindos de Timor, Fernando Alves, 26 anos, disse que gosta de Portugal, e que está também a gostar desta que é a sua primeira vindima, e Atanagio Ramos, 26 anos, também se estreia na vindima, depois de ter chegado há um mês ao país.

“Eu gosto deste trabalho, não me vejo a fazer outra coisa, gosto de trabalhar aqui, na agricultura, gosto de mexer na terra”, afirmou, por sua vez, a duriense Sara Pimenta, 37 anos.

Já Bruno Oliveira, 40 anos, concilia o trabalho na vinha com o voluntariado no quartel dos bombeiros de Cheires.

“No verão, como há pouco trabalho no campo, aproveita-se e vai-se para os bombeiros e este está a ser um ano muito complicado. Agora, com o início das vindimas, começa a ser mais complicado conciliar, mas vamos tentando e ver o que se pode fazer”, afirmou.

No meio da vinha, o produtor José Morais explicou que as uvas estão a amadurecer mal, a transformar-se em passas e, por isso, optou-se por colher agora, enquanto ainda têm líquido.

“Isto é tipo cesariana (…), é colher antes que seja tarde. Cada dia que passa é um prejuízo”, frisou.

A floração da planta foi boa, havia muitas uvas à nascença, não houve pressão de doenças e, até há cerca de um mês, tudo indicava tratar-se de um “bom ano em qualidade e quantidade”.

Depois, devido ao calor e à falta de água, já que os solos estão secos pela falta de chuva, as uvas pararam de crescer, começaram a desidratar e, segundo José Morais, pela primeira vez está-se também a ver a “morte de videiras”.

O Douro não é um território homogéneo. As maiores dificuldades sentem-se nas regiões do Douro Superior e Cima Corgo e menos no Baixo Corgo. Mesmo em Cheires, as vinhas mais afetadas estão nas zonas de baixa altitude e mais quentes, junto às margens dos afluentes do rio Douro.

O Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) prevê quebras de 20% na Região Demarcada do Douro de 20%, face à campanha anterior.

Apesar de previsões difíceis de fazer, o produtor estima uma quebra de produção, nas vinhas mais afetadas, entre “50 a 90%”.

A vindima culmina um ano complexo, também devido ao aumento do preço dos combustíveis, dos produtos enológicos, de garrafas ou rolhas.

“Realmente, está a ser muito difícil porque ainda vendemos os vinhos ao mesmo preço. Era preciso subir na escala de valor, ainda mais numa zona, como é o Douro, onde as produções por hectare são baixíssimas”, salientou o produtor.

A Casa dos Lagares é uma empresa familiar que tem 18 hectares de vinha e a produção média ronda entre “os 50 a 70 mil litros” repartidos por vinho do Porto, moscatel, vinho branco, tinto e rosé.

Seca. Municípios reduzem rega de jardins e apostam na sensibilização

  • Ago 24
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 21 de agosto de 2022. Leia o original aqui.

 

Municípios de todo o país têm adotado medidas para minimizar a situação geral de seca, que passam pela redução de regas de jardins, o uso de água reciclada nas lavagens, a redução de caudais e mais campanhas de sensibilização.

Desde outubro do ano passado choveu praticamente metade do que seria um ano hidrológico normal, segundo adiantou à Lusa o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em 09 de agosto.

Pelo menos cerca de oito mil pessoas de 50 localidades transmontanas estão a ser abastecidas este verão com a ajuda de autotanques devido à falta de água nos sistemas de abastecimento, nomeadamente nos municípios de Carrazeda de Ansiães, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Alfândega da Fé, Mogadouro e Vimioso, no distrito de Bragança, e Alijó, no distrito de Vila Real.

Em Beja, também está a ser assegurado por autotanques o abastecimento público de água em localidades de seis concelhos servidos pelo sistema da Águas Públicas do Alentejo (AgdA), em povoações de Aljustrel, Mértola e Moura (no distrito de Beja), Alcácer do Sal e Santiago do Cacém (Setúbal) e Montemor-o-Novo (Évora).

Entre as medidas já adotadas pelas câmaras para redução do consumo de água das redes públicas de abastecimento está o controlo da rega e o uso de água não potável de cursos naturais nos espaços públicos e jardins e a alteração da flora para espécies autóctones mais resistentes ao clima, como nos municípios de Amarante, Penafiel e Paredes, no distrito do Porto.

A desativação e a reprogramação dos sistemas de rega automática ou a criação de furos artesianos em parques urbanos para poupar água da rede são algumas das medidas implementadas por outras autarquias do Grande Porto, como Gondomar, Matosinhos, Gaia e Santo Tirso, que também desligaram os chafarizes e reduziram a água disponível nos bebedouros públicos e fontanários.

Além da redução das regas, a Câmara de Reguengos de Monsaraz, Évora, anunciou a instalação de equipamentos de elevada eficiência hídrica nos edifícios municipais, assim como campanhas junto da população com dicas para reduzir o consumo na própria fatura da água.

Já em Beja, a Câmara de Almodôvar informou a população sobre quais os poços e furos públicos que não são utilizados para consumo humano, mas que podem servir para abeberamento animal ou rega.

No distrito de Leiria, este concelho e o município da Nazaré optaram por investir em novos depósitos para aumentar a capacidade de armazenamento de água, enquanto a Câmara de Porto de Mós está a reforçar a fiscalização para evitar o uso fraudulento da água, especialmente as ligações diretas de contadores e utilização indevida das bocas-de-incêndio e fontanários públicos, especialmente em zonas onde foi detetado “um consumo superior ao habitual”.

No Algarve, várias autarquias decidiram encerrar piscinas municipais e fontes ornamentais ou instalar redutores de caudais e também a Região de Turismo do Algarve propôs aos empreendimentos turísticos a redução da água em fontes ornamentais, na rega dos espaços verdes e na renovação da água das piscinas como medidas de contingência para responder à situação de seca.

A Câmara de Loulé, por exemplo, manterá encerradas até setembro as piscinas interiores na sede do concelho e em Quarteira, além de encerrar as piscinas exteriores de Loulé e de Salir às segundas, terças e quartas-feiras, a partir da próxima segunda-feira.

Em Castro Marim, o depósito de água da aldeia de Corte do Gago é abastecido diariamente por um camião cisterna desde que secaram os furos que abasteciam a localidade. Esta situação já levou o presidente da Câmara, Francisco Amaral, a criticar os decisores políticos pela “demora” na construção da central de dessalinização de água, e, tal como o autarca vizinho de Alcoutim, Osvaldo Gonçalves, a defender a construção de uma barragem na ribeira da Foupana, afluente do rio Guadiana.

As 19 câmaras da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Douro decidiram também fazer o levantamento das nascentes, furos e captações.

Já em Abrantes, Santarém, a Câmara vai avançar com um projeto global de captação de água de origens alternativas e implementar contadores inteligentes que permitem a leitura automática do consumo de água e identificar fugas.

Em Lisboa, foi aprovada uma recomendação para a gestão sustentável da água na cidade e os espaços verdes começaram a ser regados com água reutilizada, enquanto o Sabugal (Guarda) e Torres Vedras (Lisboa) reviram os respetivos Planos de Contingência para Situações de Seca.

Campanhas de sensibilização sobre o mau uso de água e meios de combate ao desperdício têm também sido desenvolvidas de norte a sul do país, como em Tondela, Alcácer do Sal e Guarda, onde a Câmara apelou aos residentes e emigrantes que passam férias no concelho para que tenham “consumos regrados”.

Em Alijó, um concelho do distrito de Vila Real também afetado pela seca extrema, quatro jovens trocaram as férias pelo voluntariado e neste verão estão a sensibilizar a população das cerca de 50 aldeias do município para a poupança de água.

A empresa Águas Públicas da Serra da Estrela (APdSE), com sede em Seia, apelou aos consumidores para que reutilizem água sempre que seja possível, tomem duches rápidos, lavem os dentes ou as mãos com a torneira fechada, façam meia descarga do autoclismo, usem as máquinas de lavar roupa e louça com a carga máxima, consertem fugas na canalização, não desperdicem água durante a rega e não lavem os carros com a mangueira (optando pela utilização de um balde).

Devido à seca, o Governo decretou uma cota mínima a partir da qual as barragem não podem turbinar, pelo que a seca afeta também a produção de eletricidade.

A descida do nível da água foi aproveitada para limpeza das barragens e na albufeira do Alto Rabagão, em Montalegre, foi possível retirar um hidroavião acidentado submerso desde 2007.

A situação de seca não abrange apenas Portugal, mas é transversal à Europa e uma análise da organização “World Wide Fund for Nature” (WWF), divulgada na quarta-feira, indica que cerca de 17% da população europeia está em grande risco de escassez de água até 2050, o que poderá afetar 13% do PIB da Europa.

Câmara do Funchal lança campanha de sensibilização contra o lixo no chão

  • Ago 24
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 20 de agosto de 2022. Leia o original aqui.

 

Segundo informa a vereadora do Ambiente, Nádia Coelho, a iniciativa visa “alertar a população em geral, para não deitar o lixo no chão, mas sim dentro das papeleiras ou contentores e para que tenham atitudes mais cívicas”.

A Câmara Municipal do Funchal (CMF), através do Departamento de Ambiente, está a desenvolver uma campanha de sensibilização contra o lixo no chão, denominada “Lixo no chão, não!”, envolvendo a distribuição de papeleiras (pequenos contentores) mais de dois mil pontos pela cidade.

Segundo informa a vereadora do Ambiente, Nádia Coelho, a iniciativa visa “alertar a população em geral, para não deitar o lixo no chão, mas sim dentro das papeleiras ou contentores e para que tenham atitudes mais cívicas”.

Nádia Coelho destaca ainda que na iniciativa “houve a preocupação de renovar a imagem das papeleiras através da colocação de um autocolante com uma imagem apelativa e uma mensagem simples e clara”.

As papeleiras, ou pequenos contentores, são recipientes que servem para depositar os resíduos de pequenas dimensões. A mensagem para sensibilizar contra o lixo no chão é utilizada com o apoio da mascote do Ambiente, o ‘Simão’, imagem colada na superfície das papeleiras.

A mesma imagem foi ainda utilizada num edifício camarário na zona dos Viveiros, junto à via-rápida, onde “se pretende também sensibilizar os milhares de pessoas que passam por ali, diariamente”, vinca Nádia Coelho.

A vereadora com o pelouro do ambiente informa ainda que foram também produzidos nove vídeos diferentes, que procuram chamar à atenção para a problemática da incorreta deposição de resíduos, apelando a escolhas “mais acertadas e atos mais cívicos”.

A mensagem da campanha é simples e clara: MANTENHA A CIDADE LIMPA! Lixo no chão, NÃO!

ASAE fecha alojamento local e instaura 27 contraordenações em fiscalização a empreendimentos

  • Ago 23
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 21 de agosto de 2022. Leia o original aqui.

 

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) suspendeu a atividade a um estabelecimento de alojamento local e instaurou 27 processos de contraordenação na sequência de uma ação de fiscalização a empreendimentos turísticos de norte a sul.

A operação de fiscalização, com o nome “Turismo Seguro”, decorreu nas últimas semanas e teve como alvo os empreendimentos turísticos e alojamentos locais (AL) para “verificar o cumprimento das regras estabelecidas para o setor”.

Na sequência da ação de fiscalização, a ASAE anuncia hoje que esteve em 201 operadores económicos e que instaurou 27 processos de contraordenação.

As principais infrações foram o “incumprimento do(s) processo(s) baseado nos princípios do HACCP [sigla em inglês para Análise de Perigos e Controlo de Pontos Críticos], a divulgação ou comercialização de alojamento em empreendimentos turísticos não registado ou com o registo desatualizado, incumprimentos relativos ao livro de reclamações, entre outras”.

Refere também que foi “determinada a suspensão de atividade de um operador económico pela falta de cumprimento dos requisitos gerais aplicáveis aos estabelecimentos de AL”.

A ASAE explica, no comunicado, que a ação “visou a salvaguarda da saúde e segurança dos utilizadores, assegurando um turismo seguro” e deixa a garantia de que continuará a realizar ações de fiscalização do género, por “uma sã e leal concorrência entre operadores económicos, na salvaguarda da segurança alimentar e saúde pública dos consumidores”.

Férias sustentáveis. Quais são as características de um ‘eco hotel’?

  • Ago 23
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 11 de agosto de 2022. Leia o original aqui.

 

Tenha atenção que muitos alojamentos afirmam serem ecológicos e sustentáveis, mas, por vezes, é apenas uma técnica de marketing.

Os Eco hotéis são a opção mais sustentável para o meio ambiente, mas é preciso estar ciente que esta escolha não significa que o preço seja mais barato ou caro, com menos ou mais conforto que as restantes escolhas no mercado. São sim hotéis que apresentam um menor impacte ambiental.

Tenha atenção que muitos alojamentos afirmam serem ecológicos e sustentáveis, mas, por vezes, é apenas uma técnica de marketing. A União Europeia atribui aos hotéis com opções mais sustentáveis o Rótulo Ecológico Europeu, o que significa que estão a cumprir os critérios de proteção do ambiente, distinguindo-os.

Com a atribuição do mencionado Rótulo pela União Europeia são realizadas atualizações de quatro ou cinco anos, com auditorias regulares de forma a garantir que realmente os requisitos como amigos do meio ambiente estão a ser cumpridos.

É considerado um Eco Hotel pela União Europeia aquele que consegue reduzir as emissões de gases, apresentando as seguintes características:

  • Utilização de fontes renováveis entre 50 a 100% da energia do hotel;
  • Os aparelhos, como por exemplo máquinas de lavar, ar condicionado, eficientes energeticamente;
  • Servir, no mínimo, dois produtos alimentares locais e sazonais, já que consomem menos recursos;
  • Promoção da utilização de meios de transporte ecológicos.
  • Redução Da produção de resíduos, tendo uma maior preocupação com o desperdício alimentar, cuidados acrescidos com os produtos de higiene pessoal e embalagens de plástico;
  • Utilização de menos substâncias tóxicas;
  • Uso eficiente de água, instalando equipamentos de irrigação eficientes, ao cuidar da piscina de forma sustentável, reutilizando a água da chuva, entre outras formas de diminuir o uso da água.

Portanto, se escolher ficar num alojamento Ecológico, estará também a contribuir para garantir mais sustentabilidade e um meio ambiente muito melhor.

Conte com o apoio da DECO MADEIRA através do número de telefone 968 800 489/291 146 520, do endereço eletrónico deco.madeira@deco.pt. Pode também marcar atendimento via Skype. Siga-nos nas redes sociais Facebook, Twitter, Instagram, Linkedin, Youtube e no nosso site DECO!

Poupanças no gás com mecanismo ibérico entre 2,3% e 34,8%

  • Ago 22
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 10 de agosto de 2022. Leia o original aqui.

 

O mecanismo ibérico que colocou um travão aos preços no mercado do gás usado para produzir eletricidade gerou poupanças entre os 2,3% e os 34,8%, nos dias 17 de julho e 07 de julho, respetivamente, segundo dados divulgados esta quarta-feira.

Num comunicado, hoje divulgado, o ministério do Ambiente e da Ação Climática disse que “a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) publica a partir desta quarta-feira, 10 de agosto, pelas 16:00 (depois do fecho dos mercados), informação diária, incluindo fins de semana e feriados (dados publicados no dia útil seguinte), referente ao mecanismo ibérico de desacoplamento do preço do gás do preço da eletricidade”.

Segundo estes dados da DGEG, desde o dia 15 de junho, quando começou a ser aplicado o mecanismo, houve poupanças diárias que oscilam entre os 2,3% (5,62 euros/MWh, ou seja, euros por megawatt-hora) e os 34,8% (105,76 euros/MWh).

Assim, no primeiro caso, que aconteceu no dia 17 de julho, o preço com o mecanismo foi de 238,30 euros/MWh, sendo que sem esta medida seria de 243,92 euros/MWh. Dez dias antes, no dia 07 de julho, o preço com a poupança foi de 197,50 euros euros/MWh face aos 303,26 euros euros/MWh com o mecanismo.

A tutela indicou ainda que, para esta quinta-feira, “regista-se no Mercado Ibérico de Eletricidade o valor de 150,19 euros/MWh, a que se somam 126,21 euros/MWh do ajustamento (valor provisório), o que resulta em 276,40 euros/MWh”.

Este valor “compara com o valor de 311,43 euros/MWh caso não existisse mecanismo ibérico, traduzindo, assim, uma redução de 35,03 euros/MWh gerada pela medida, correspondente a uma poupança superior a 11%”, referiu.

“Os preços que resultam da aplicação do mecanismo, e os que se praticariam se a medida não tivesse sido implementada, passam a poder ser consultados no portal da DGEG” assim como “o histórico da aplicação da medida aprovada pela Comissão Europeia a 08 de junho de 2022, que permite que, entre 15 de junho de 2022 e 31 de maio de 2023, se desligue a formação do preço da eletricidade na Península Ibérica do preço do gás natural que se pratica hoje no mercado, salvaguardando as especificidades dos dois países em matéria de mercado da eletricidade”, indicou o Governo, na mesma nota.

“Com esta publicação diária é conferida maior transparência e visibilidade à aplicação da medida, bem como aos benefícios que a mesma tem gerado, e continuará a gerar, na economia e para os consumidores”, referiu, adiantando que “o mecanismo ibérico permite fixar um preço de referência para o gás natural consumido para a produção de eletricidade (40 euros por MWh nos primeiros seis meses de aplicação, valor incrementado mensalmente à razão de cinco euros por MWh até 31 de maio de 2023), com base no qual se obtém um valor significativamente mais baixo no mercado ibérico de eletricidade”.

Segundo o Governo, com esta medida, “de natureza excecional e temporária”, “os consumidores expostos à escalada de preço que se verifica no mercado veem o preço que pagam pela eletricidade reduzir-se face ao cenário sem mecanismo”, as “centrais termoelétricas são compensadas na medida do diferencial entre o preço de mercado do gás natural e o valor de referência fixado pelo mecanismo” e as “restantes centrais, com tecnologias com custos de produção menores, veem os seus lucros aleatórios e inesperados — acima de qualquer expectativa de mercado pré-crise — serem limitados”.

Ucrânia. Espanha testa saída de cereais ucranianos por comboio

  • Ago 22
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Este artigo foi publicado originalmente n’O Jornal Económico a 10 de agosto de 2022. Leia o original aqui.

 

Espanha avançou com um teste para retirar da Ucrânia cereais para exportação por comboio, em alternativa ou complemento à via marítima, condicionada pelo impacto da guerra nos portos ucranianos, anunciou hoje o executivo espanhol.

O “projeto-piloto” arrancou na terça-feira, com a saída de um comboio com 25 contentores de Madrid, rumo a Chelm, na Polónia, na fronteira com a Ucrânia, segundo um comunicado do Ministério dos Transportes espanhol.

Os contentores regressarão a Espanha, a Barcelona, no início de setembro, com 600 toneladas de milho, depois de percorrerem os cerca de 2.400 quilómetros da “autoestrada ferroviária que atravessa a Europa”, prevê o Governo de Espanha.

“O projeto procura demonstrar a viabilidade técnica e económica do transporte ferroviário de cereais como alternativa ao modo marítimo”, quando a guerra na Ucrânia, provocada pela invasão russa de 24 de fevereiro, causa “limitações nos portos do Mar Negro”, lê-se no mesmo comunicado.

A Ucrânia é um dos maiores produtores mundiais de cereais e os portos do Mar Negro eram a porta de saída para o resto do mundo.

A logística do transporte das 600 toneladas de milho será dividida entre Espanha e Ucrânia, fazendo-se o transbordo dos cereais em Chelm, na Polónia, a 25 quilómetros da fronteira com a Ucrânia, explica a mesma nota divulgada hoje.

Este teste está coordenado com empresas público-privadas de transporte e de gestão de matérias-primas da União Europeia.

“Os primeiros passos deste projeto-piloto coincidem com a reabertura dos portos do Mar Negro e das rotas marítimas de cereais supervisionadas pela Turquia, pelo que a viagem de teste se fará com 600 toneladas de milho, um volume menor do que o inicialmente acordado, mas igualmente importante para provar a viabilidade de uma solução ferroviária liderada por Espanha como apoio ao transporte marítimo”, defende o Governo espanhol.

A saída de cereais da Ucrânia esteve bloqueada desde o início da guerra até finais de julho, quando foi assinado um acordo mediado pela Turquia e pelas Nações Unidas.

Desde a assinatura do acordo, em 22 de julho, em Istambul, mais de 10 navios deixaram a Ucrânia com mais de 300.000 toneladas de cereais, segundo dados citados pela agência de notícias turca Anadolu.

Ao abrigo do acordo, os navios que deixam a Ucrânia são controlados por representantes da Turquia, Ucrânia, Rússia e ONU para se certificarem de que transportam apenas cereais, fertilizantes ou alimentos, e não quaisquer outras mercadorias.

Os navios que se dirigem para a Ucrânia são controlados para assegurar que não transportam armas.

O acordo foi alcançado face à ameaça de uma crise alimentar global provocada pelo bloqueio de cereais ucranianos nos portos controlados pelas forças russas, na sequência da guerra na Ucrânia, iniciada pela Rússia em 24 de fevereiro.

A guerra afetou também o fornecimento global de fertilizantes agrícolas, de que a Rússia é um dos principais produtores.

Em conjunto, segundo a revista britânica The Economist, a Ucrânia e a Rússia fornecem 28% do trigo consumido no mundo, 29% da cevada, 15% do milho e 75% do óleo de girassol.